quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

BLOG tira uma folga por tempo que for necessário.

Um blog novo em 2011, mas sem jamais esquecer o blog de campanha o anajulia13.blogspot.com


Meus queridos e queridas leitoras.

O blog Ana Júlia 13 vai terminar em 2011.

Este blog não vai mais continuar sendo atualizado diariamente com as notícias da Governadora pois

estarei lançando um novo blog e quem saber futuramente um site!

E vocês meus queridos leitores, que estiveram do meu lado nesses anos de luta,

me derão a ideia para o nome do novo blog.
Afinal, foram vocês que fizeram desse blog sucesso absoluto de acessos.

Com ajuda de vocês meus amigos e seguidores sei que o http://elizeuchagas13.blogspot.com/ será tão bom quanto o Ana Júlia 13.

Vamos continuar incomodando a oposição mas com responsabilidade ,e divulgar as notícias que a imprensa esconde.

Solteremos a criatividade seremos implacavel na luta contra os corruptos do Brasil e do Pará . Os comentário, ou email do blog serão como sempre democraticos ... Estou aguardando!

http://elizeuchagas13.blogspot.com/


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Li e gostei.

Recebi essa mensagem por email de um companheiro militante petista e reproduzo aqui.

Vicente, perfeita a tua postagem.

Everaldinho foi entronizado na Casa Civil, em março deste ano, portanto sete meses antes do primeiro turno das eleições, com toda a pompa e circunstância como se fosse a grande solução. Ao mesmo tempo, toda a coordenação da campanha da eleição de Ana Júlia passou para as mãos do campo majoritário e PT Pra Valer, representado, principalmente pelo João Batista . Isto foi resultado do confronto público entre tendências do PT, explicitado pela ameaça de Bernadete de bater chapa, que não aceitavam que membros da DS continuassem traçando as diretrizes de condução do Governo, pois com a aproximação das eleições, o grupo majoritário exigia mais espaços.
Ana Júlia ficou, a partir daí, refém desse grupo, que passou a dar a condução, não só da campanha, mas também do governo. Qual foi o resultado disso tudo? Todos sabemos.

PMDB

Debalde todos os salamaleques e rapapés desse grupo para o Jader, o PMDB, continuou detendo centenas de cargos, e batendo incessantemente no governo como foi sua marca desde os meados do terceiro ano de mandato de Ana Júlia, inclusive com a utilização dos meios de comunicação do grupo barbálhico. Parecia estar todo o grupo dirigente anestesiado, sem saber o que fazer, como diz “comendo na mão do Jader”. Ou talvez seguindo, o que não acredito, uma estratégia nacional. Não havia uma resposta consistente, não havia coordenação de fato da campanha, não havia sequer coragem para enfrentar Jader. A dubiedade e fragilidade do poder era assistida por toda a população. Parecia que ninguém entendia que não era do interesse do PMDB e Jader a aliança para a reeleição de Ana, pois isso implicaria no fortalecimento do PT. A estratégia adotada visava o futuro (2012 e 2014), quando o PMDB estaria melhor posicionado para a disputa dos cargos do executivo municipal e estadual. Fortalecer o PT, apoiando Ana Júlia contrariaria seus objetivos futuros, pois o trabalho feito pelo Governo teria reflexos significativos no próximo mandato, e isto alavancaria o nível de satisfação do eleitorado no futuro. Não poderia, em hipótese nenhuma, deixar isso acontecer.
ALIANÇA COM OUTROS PARTIDOS
Quase todos os partidos foram chamados para compor a aliança “Acelera Pará”. A maior parte se deu com a condução do Everaldinho/João Batista, articuladores dessa aliança, portanto o grupo majoritário do partido. Houve negociação para essa aliança? É claro que houve. A mais clara foi com o PTB, de Duciomar, que todos acompanharam e os jornais divulgaram. Dizer que houve promessas com os partidos é falar o óbvio ululante. Dizer que não foram cumpridas, devem ser questionados os responsáveis que estavam no governo, e aí surge o Everaldinho que era quem conduzia as articulações como chefe da CASA Civil e outros como Ganzer, no Setran, por onde passavam grande número de demandas. Colocar a culpa em outros é pura sacanagem. Mas, por outro lado, tirante os partidos ideológicos, em se tratando de certos partidos fisiológicos, de aluguel, nanicos, etc. toda justificativa é plausível para passar para o lado do oponente, e isso, sabemos dependia da melhor proposta do adversário, da evolução das candidaturas, de como tirar mais vantagens, etc.. Afinal para que existem esses partidos? Eu ficava pensando como acomodar, caso ocorresse a vitória, tantos partidos de tão grande diversidade de práticas, sem que isso significasse uma verdadeira corrosão no governo.

CAMPANHA ELEITORAL

A coordenação da campanha fez um péssimo trabalho. Desarticulada e sem foco. O que se viu no primeiro turno vários proporcionais da aliança não levando o nome da Ana Júlia e inclusive certos candidatos do PT, estadual e federal, fazendo campanha solo, não vinculando seu apoio a Ana e levando apenas o nome de Dilma. Certos comitês de campanha de Deputados Federais não tinham sequer cartazes da Ana. O comando da campanha de Dilma Roussef ficou completamente desvinculada da campanha de Ana Júlia e vice-versa, um verdadeiro absurdo, quando deveriam estar operando em conjunto, buscando sinergias. Parecia que havia um complô para desestabilizar a campanha de Ana Júlia. O fogo amigo foi muito forte e deu munição à oposição e fortaleceu a idéia de que no PT ninguém se entende. Muita coisa poderia ser dita, mas o PT perdeu para o próprio PT, isto é seus dirigentes, que não souberam avaliar a profundidade das transformações que estavam em curso. E concordo que aqui a direita se posicionou bem e levou a melhor, pois não houve, como a nível nacional, o trabalho militante muito forte e coordenado de contraposição à mídia dominante do Pará.
FUTURO

Deve-se parar de lamentar o leite derramado, principalmente os DAS perdidos, e juntar as forças visando os próximos pleitos. Parar de fazer o divisionismo nas bases, que é do interesse de alguns, principalmente da direita e discutir o futuro deste grande partido, mas pensando na reconstrução e na unidade partidária na luta. Não esquecer os erros, mas não fazer deles cavalo de batalha para culpar desafetos, e sim para efeito de conhecimento e experiência para não cometê-los no futuro. Lembrar que o partido cresceu a nível nacional, que não houve perdas de proporcionais. Lembrar que, em relação às eleições majoritárias foi perdida uma batalha a nível estadual, mas ganha outra a nível federal e que as políticas mais gerais continuarão, buscando a transformação do estado brasileiro, com a visão de solidariedade, inclusão social, o desenvolvimento sustentado, e, principalmente, o respeito a coisa pública. Viva o PT, mesmo como suas divergências.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O passado e uma parada 2 ...

09/06/1999



09/02/1999



28/04/1999



19/07/2000



05/04/2000



09/08/2000



20/09/2000



14/03/2001



02/05/2001



11/04/2001



16/05/2001



06/06/2001



29/05/2002



E agora, a Capa Campeã – um resumo das práticas dos privatas e tucaneiros com o patrimônio público:


09/05/2002



E agora, uma última pergunta:

O PSDB e PMDB são ou não muitos parecidos ?


O passado e uma parada ...

Será que existe um assinante
antigo da Veja que possa me confirmar estas capas abaixo e me emprestar
algumas para ler??!! Ficarei muito agradecido  rsrsrsrsrss  .

17/02/1995


29/11/1995



21/05/1997



19/11/1997



06/05/1998



05/11/1997



18/11/1998 – Olha o José Serra aí…



02/09/1998



05/05/1999



25/11/1998



Só para relembrar: Mendonça de
Barros é aquele assessor de Geraldo Alckmin que defende a privatização
da Petrobrás, Correios etc, veja mais capas:


10/03/1999



21/01/1999



21/04/1999


09/06/1999


http://www.conversaafiada.

 

ENTREVISTA COM JADER PARTE 2.

Ping-pong Jader V: “Sempre trabalhei”, diz, sobre o seu enriquecimento.


Perereca: O PMDB tem uma história de luta pela Democracia. Mas pena que nem sovaco de aleijado nas mãos do PT e do PSBD, porque, quando está com um deles, é acusado pelo outro de servir apenas a essa questão fisiológica, de preencher cargos, e também de possuir os políticos mais corruptos do Brasil. O senhor não acha que os tucanos e os petistas têm muita dificuldade de conviver com a Democracia?

Jader: Em primeiro lugar, essa questão da disputa de poder, dos espaços de poder, não ocorre só aqui: ocorre em todos os regimes e nos governos pluripartidários. É natural. A ministra Dilma está começando a formar o seu governo. Verifique se ela já não colocou, escolheu – todos os que são escolhidos, talvez à exceção, não sei, não conheço a ficha de filiação partidária do futuro presidente do Banco Central – todos são petistas de carteirinha. Então, isso aí é uma bobagem, ficar acusando, essa coisa toda e tal. Considero natural a luta dos partidos por ocupação dos espaços, até porque você exerce o poder exercendo o poder. Nem no Vaticano você exerce o poder de forma abstrata. Até no Vaticano a gente sabe como são divididos os cargos, tudo isso, e lá tem uma inspiração divina muito grande e ainda devem prevalecer as palavras de Jesus, “meu Reino não é deste mundo” (risos). Mas mesmo sendo assim, lá no Vaticano se disputa o poder – imagina no Brasil. E essa coisa de corrupção, não tem absolutamente nenhum governo que não seja acusado de corrupção. No Governo Fernando Henrique, quantas pessoas foram acusadas de corrupção? No Governo petista, quantos não foram acusados? Então, eu acho que essa questão conceitual de corrupção, não há autoridade a nenhum partido político de se considerar um amontoado de anjos.

Perereca: Mas o PMDB não tem, realmente, uma quantidade enorme de políticos envolvidos em rolos complicadíssimos? O senhor, o Orestes Quércia...

Jader: O meu pai dizia uma coisa para mim de forma simples, que sempre levei em conta: que você desafia alguém de ser honesto, perguntando a ele se já teve oportunidade de ser desonesto. Porque eu conheço muito Ficha Limpa, e alguns que se apresentam como candidato Ficha Limpa, que nunca administraram um centavo público; nunca tiveram a oportunidade nem de ser acusados. Mas eu gostaria de esperar pelo exercício do poder... Quem tem longo exercício de poder, quem passou por tantos cargos, evidentemente que é objeto, por parte dos adversários, de acusações. Mas quem nunca exerceu nenhuma função pública; quem nunca bebeu vinho resolver assumir uma postura de enólogo... O PT vivia acusando, quando era oposição, os outros todos de serem corruptos, de cometerem irregularidades. Oito anos do governo do Lula, quantos episódios de acusações, fundadas, infundadas, em apuração, não apareceram? Falei, há pouco, do Antonio Lemos. Mas também o Getúlio Vargas foi acusado de ser gerente geral da corrupção no Brasil – e depois a História veio para repor que isso não tinha fundamento. Juscelino foi acusado de ser a sétima fortuna do mundo; fizeram tudo para denegrir a figura do Juscelino. A história registra que não escapou nem o Duque de Caxias, acusado, após a Guerra do Paraguai, de ter cometido atos de desonestidade.


Perereca: Mas como é que o senhor explica: o senhor, quando começou a sua carreira política, morava em uma vila bastante humilde. O senhor nunca fez mais nada além de carreira política. O senhor, pelo que se diz, nunca exerceu a Advocacia. Mas hoje o senhor é dono de uma fortuna considerável: fazendas, grupos de comunicação. Então, como é que o senhor explica essa fortuna?

Jader: Em primeiro lugar, há um profundo equívoco: eu me dedico à atividade agropecuária desde 1974. Quem pegar as minhas declarações do Imposto de Renda vai verificar... Aliás, uma vez fui à televisão para mostrar que todas as minhas propriedades rurais tinham sido adquiridas antes de eu chegar ao Governo, em 1983. Fui à televisão, me lembro bem, no dia 20 de abril de 1990. Sempre cuidei de, ao lado da atividade política, até para não ficar vulnerável, não me transformar num político profissional dependendo exclusivamente disso; eu sempre cuidei, como cidadão, dos meus interesses. Acho que era uma questão até de responsabilidade, de autonomia, de independência. Quem quiser pegar as minhas declarações do Imposto de Renda até 1982, vai verificar o número de propriedades rurais e de cabeças de gado que eu possuía. Você fala que comecei numa casa de vila – sem problema. Eu quando saí para governador do estado, morava numa casa confortabilíssima – que, aliás, me arrependo até hoje de tê-la trocado, porque me recordo dela com muita saudade, na passagem Eliezer Levy. Então, eu sempre trabalhei. Agora, você impor a um cidadão que ele deva ter como profissão obter mandatos... Mandatos são coisas eventuais. E eu sempre me preocupei em trabalhar. Aliás, trabalho até hoje. Agora, você achar que deve condenar um homem público a não ter patrimônio, a não cuidar do seu patrimônio, é você condená-lo a ser um político eminentemente profissional.


Perereca: Mas como é que o senhor explica as acusações de que a sua fortuna teria se multiplicado por conta de corrupção; corrupção na Sudam, no Governo, como no caso do Banpará? Isso são acusações infundadas? No que resultou tudo isso?

Jader: Eu pergunto o seguinte: qual dessas acusações até hoje foi comprovada? Nenhuma.


Perereca: O senhor não tem nenhuma condenação?

Jader: Não tenho absolutamente nenhuma condenação. Pelo contrário: muitas dessas acusações foram arquivadas, por serem consideradas improcedentes, sem nenhum fundamento. É o que eu estava falando há pouco: Juscelino foi acusado de ser a sétima fortuna do mundo. Quando ele morreu, foi se verificar que não tinha coisíssima nenhuma de sétima fortuna do mundo. Agora, achar que o Juscelino, uma pessoa com todo o talento dele, não deveria ter patrimônio... Agora, em relação às acusações, quais delas foram consideradas procedentes? Eu desafio: quais? Aonde há uma acusação considerada procedente, passados todos esses anos? Tiveram todo esse tempo...


Perereca: Mas não são os seus advogados que estão obstando a Justiça, impedindo que os processos andem?

Jader: Em absoluto. Tenho direito à defesa, como tem qualquer cidadão neste País. Mas essas acusações, qual a consistência delas? Veja esse episódio da Sudam, qual a consistência disso? Recordo de gravações que foram feitas, 150 horas de gravações - e a única referência nelas era a de duas pessoas conversando, dizendo assim: “ah, vai ser muito bom se o Jader se eleger presidente do Congresso”. A única! Não existe absolutamente uma acusação, um envolvimento, nada! Chegaram ao ponto de cometer o absurdo de dizer que a minha mulher havia desviado para um projeto de ranário R$ 10 milhões da Sudam – minha mulher recebeu R$ 400 mil! Fez perícia judicial e ganhou, na perícia convocada, todos os órgãos envolvidos em acusação, em todos os tribunais, até o Superior Tribunal de Justiça. Recebeu R$ 400 mil – e isso apurado em perícia judicial. Agora, papel aceita tudo – e a língua dos adversários, muito mais. E principalmente eu, que tive um grupo de comunicação, que se dedicou, ao longo de 28 anos, a tentar destruir a minha imagem. Qual o político, na história deste estado, que tenha tido... Acho que nem o Barata, com a Folha do Norte, na época do velho Paulo Maranhão, teve um período tão longo... E também desafio quem tenha tido adversários tão poderosos como eu tive. Eu não só enfrentei os poderosos do Pará: enfrentei o homem mais poderoso do Brasil, e que não era brinquedo brigar com ele – que o digam os seus conterrâneos, e outros da vida pública brasileira.



Ping-pong Jader VI: O embate com ACM, o aviso de Sarney e a “perseguição” da imprensa e do MPF.



Perereca: Pois é: tantos anos depois, essa história do ACM (Antonio Carlos Magalhães) lhe alcança e lhe tira novamente do Senado. O senhor se arrepende de ter brigado com o ACM? Se pudesse voltar no tempo, o senhor faria a coisa de outra forma, evitaria o confronto?

Jader: Não; acho que cada momento é um momento. O que considero absurdo não é ter enfrentado o ACM. Pelo contrário: ele me fez uma grande homenagem, na última entrevista que concedeu à imprensa brasileira, publicada nas páginas amarelas da Veja. Quando perguntaram qual tinha sido o seu maior erro político, ele me fez uma homenagem: disse que foi ter brigado comigo. Então, contabilizo o fato de que, enquanto todos se apavoravam – inclusive, o presidente da República à época tinha um medo desmedido, e que, aliás, confessou numa reunião com alguns parlamentares, dentre os quais a mim – todos tinham medo dele. Só este caboclo do Pará não teve medo de enfrentá-lo. E com um detalhe: eu fui prevenido de tudo o que ocorreria comigo.


Perereca: Quem lhe preveniu?

Jader: O presidente Sarney. E eu lhe digo isso hoje, porque isso está no meu discurso de despedida do Senado, onde eu relatei a minha conversa com o Sarney, com ele presente no plenário, quando ele me contou que o enfrentamento com o Antonio Carlos redundaria, em primeiro lugar, pela influência dele junto à grande imprensa brasileira, numa grande campanha da imprensa contra mim. Depois disso, o envolvimento do Ministério Público Federal. E que isso tudo era uma coisa programada. E que o melhor caminho para mim era recuar.


Perereca: O senhor acha que o Ministério Público Federal lhe perseguiu?

Jader: Não só a mim tem perseguido. Tenho o maior respeito pelo Ministério Público. Acho que ele deve exercer o seu papel de fiscal da Lei e dos interesses da sociedade. O que me preocupa é, às vezes, ter um certo sentimento de ver o MP como um aglomerado político, e até, às vezes, com um comportamento de partido político. Aí me preocupa, porque eu acho que quem exerce uma função, seja no MP, seja no Poder Judiciário, não deve ter partido político, não deve ter postura ideológica, no sentido partidário, mas deve ter uma preocupação única: defender os interesses da sociedade. Agora, quando alguns acham de assumir posturas de natureza político-partidárias, posturas preconceituosas, e até posturas de luzes da ribalta, aí eu tenho de apresentar a minha modesta divergência, porque acho que essa não é a função seja do MP, seja do Judiciário. A função do MP e do Judiciário é servir exclusivamente ao interesse da sociedade.


Ping-pong Jader VII: “Nunca fui biônico, nem escolhido pelo voto indireto, nem fui eleito com o prestígio alheio”.


Perereca: Sem mandato, com tantos processos e com esse rescaldo do ACM, o senhor acha que está numa posição de fragilidade, deputado? O senhor acha que os seus inimigos podem cair matando em cima do senhor, para tentar acabar com o senhor de uma vez?

Jader: Olhe, eu não estou absolutamente preocupado, nem acho que haja essa postura. Eu estaria muito preocupado, preocupadíssimo, se eu não tivesse tido o julgamento do povo do Pará.


Perereca: Mas o senhor se sente ou não fragilizado?

Jader: Não. Eu estaria fragilizado se tivesse perdido a eleição para o Senado. Aí, confesso, não sei em que condições psicológicas, morais, eu estaria tendo essa conversa com você.


Perereca: Sim, o senhor não perdeu, mas também não assume, não tem mandato...

Jader: Não assumo em termos: a luta continua, eu tenho recurso judicial. Acredito, inclusive, que com a posse do ministro que está faltando no Supremo essa questão possa ser revista. E ela revista, eu sou o primeiro beneficiário. Tenho medida no TRE contra a proclamação desse resultado, porque o Código Eleitoral diz, não em grego, mas, em português, que quando mais da metade dos votos forem considerados nulos, há necessidade de nova eleição. E eu não tenho nenhum temor de uma nova eleição no Pará, para senador. Pelo contrário: se ela tiver de vir, eu irei novamente para a disputa eleitoral com o sentimento de que mais uma vez o povo do Pará vai fazer o julgamento que a mim interessa. Não me interessa o julgamento, como político, por mais ilustres que os personagens possam ser; não me interessa o julgamento de cinco pessoas. Entre cinco pessoas, por mais ilustres que sejam e por mais importantes os cargos que ocupem, elas são muito pequenas em relação ao 1,8 milhão de votos dos paraenses. Esse é que é o julgamento que me mantém firme politicamente, espiritualmente, para prosseguir a minha luta. Nunca consegui nada politicamente de graça; nunca fui biônico, nem escolhido pelo voto indireto, nem fui eleito com o prestígio alheio. Fui eleito no Pará graças ao meu prestígio. De vereador, a senador, a governador, graças ao apreço do povo do Pará – este é o meu maior patrimônio. Portanto, os meus inimigos, estejam eles em qualquer parte, ocupando cargos públicos ou não, interessados ou não na minha destruição política – o que eu lamento – eu quero dizer que eles não conseguem substituir o julgamento do povo do Pará. O que eu ficaria muito ruim, é se fosse um “ficha limpa” desprezado pelo povo do Pará. Aí, te confesso, que tava num baixo astral que não tem tamanho... (risos). Mas eu ser considerado ficha suja por quem não tem voto; por quem, no meu entendimento, não tem autoridade moral para me julgar... Eu sou é o ficha limpa do povo do Pará. É o povo do Pará quem faz a minha ficha.



Ping-Pong Jader VIII: “Fui seqüestrado por ordem de um bandido travestido de juiz”

Perereca: Agora, o senhor não tem medo de acabar novamente algemado, que nem em 2002? Como é que foi aquela coisa das algemas? Ficou um trauma daquele episódio? Como é que o homem, a pessoa Jader Barbalho, se sentiu com aquelas algemas diante da população? O senhor não tem medo de que isso volte a acontecer?

Jader: Olhe, eu vou dizer uma coisa: deve ser da mesma forma como a Dilma Rousseff se sentiu torturada, na época do regime militar. Fui objeto de uma violência política – tanto assim que, no mesmo dia, o Tribunal Regional de Brasília considerou como uma violência. Eu sofri um seqüestro judicial. Um juiz – ou um bandido travestido de juiz – assinou um seqüestro meu e determinou... Tudo aquilo foi uma armação. E por quê? Porque era o início de 2002 e uma série de pessoas, aqui e alhures, temiam que eu fosse candidato ou ao Governo do Estado, ou ao Senado. E achavam que aquele gesto de humilhação iria me abalar. Mas eu não fui o primeiro. Quantos não foram pendurados em pau de arara por torturadores fardados? Outros são torturados por torturadores togados. Não vejo diferença entre eles. Até fico pensando que alguns torturadores togados, graças a Deus, não estavam à mesa, quando foi elaborado o AI5, porque talvez escrevessem coisas piores que os militares. Porque não existem ditadores apenas de farda: existem ditadores também de toga; existem ditadores investidos em outras funções. Só com um detalhe: essa violência apenas me fortaleceu.


Perereca: Mas não ficou nenhum trauma? Afinal, se não me engano, o senhor foi preso na frente da sua mulher e da sua filha...

Jader: Não, absolutamente: todos compreenderam que eu estava sendo objeto de um gesto de violência. Como posso ser amarrado por um bandido, que entra na minha casa, e me amordaça e me tortura. E aí? Eu fui torturado por um bandido. Evidentemente, eu teria até maior compreensão de ser torturado por um bandido. Agora, naquela altura, eu fui torturado por um juiz de Xixiriteua, por um bandido togado.

Ping-pong Jader IX: “Eu sou cristão; a reconciliação, para mim, é um ato de quem é cristão”

Perereca: O senhor acha que havia uma articulação política. Naquela época, o governador era o Almir Gabriel. E, no entanto, o senhor agora aceitou o apoio dele ao PMDB. O senhor o recebeu!... E agora está de novo nos braços dos tucanos. Isso não é uma contradição?

Jader: Veja bem: o que foi que ocorreu naquele ano? Eu fui candidato a deputado federal e fui o mais votado, proporcionalmente, do Brasil. Qual foi a resposta do povo do Pará? De que serviu a violência? Agora, não vou responsabilizar pessoas que eu desconheço se tiveram participação ou não na construção daquele episódio; não vou. Também não trabalho de forma preconceituosa. Eu sou um cristão; a reconciliação, para mim, é um ato de quem é cristão (risos). Afinal de contas, não tenho ódio no coração. E não trabalho com o fígado: trabalho com a cabeça, com o raciocínio e com o sentimento de construir. Então, não faço como as mulheres de Sodoma e Gomorra: não faço política olhando pra trás. E não tenho postura preconceituosa. Se há pessoas preconceituosas – e eu acho que esse é um dos maiores defeitos do ser humano, o preconceito, porque é um julgamento antecipado e quase que invariavelmente injusto. Principalmente no processo político, em que você condena o adversário e depois arma a acusação. Aliás, há uma bela página de Rui Barbosa sobre o julgamento de Danton, no tribunal revolucionário. Ele diz que, no processo político, a primeira providência não é o processo em si, mas, a condenação – depois se arma o processo, depois se inventam as acusações. Como se inventou em relação a Danton – que ele estava negociando a restauração da Monarquia, ele que havia sido um dos grandes líderes revolucionários. E ele foi parar na guilhotina. Ainda bem que, no momento atual, não há guilhotinas... (risos). As violências que praticaram em relação a mim, não incluíram a guilhotina (risos)... Então, eu quero dizer pra você que isso não, absolutamente. Eu sou um homem conciliado comigo. Porque acho que a primeira preocupação que um ser humano deve ter é estar conciliado consigo. E com um detalhe: sinto que o povo do Pará continua conciliado comigo. Então, é aquela história do provérbio árabe: enquanto a caravana passa, que os cães continuem ladrando (risos).

Ping-pong Jader X: “Ana Júlia perdeu pra ela mesma e Jatene foi o beneficiário”

Perereca: Agora, um PT fragilizado no Pará favorece bastante o PMDB, no caso de uma candidatura ao Governo, em 2014. O seu filho Helder, o seu herdeiro político, ele deve ser candidato ao Governo em 2014? E essa fragilização do PT pode, de fao, beneficiá-lo?

Jader: Em primeiro lugar, acho que uma semana em política já é um grande prazo. Então, não me arrisco a falar sobre 2014. Acaba de haver a eleição de 2010 e se inaugura um novo governo no estado. E a política, como a vida, é feita de circunstâncias. Então, eu não me arriscaria, absolutamente, seria uma pretensão demasiada, em fazer juízos e previsões a respeito de 2014. Não o faço. Desejo que o Jatene faça o melhor governo em favor do povo do Pará e o resto são as circunstâncias; é o que virá. A gente sempre sabe que os governos começam com festa. A gente não sabe é como eles terminam.

Perereca: Qual a sua avaliação do governo da Ana Júlia? E, na sua opinião, qual o maior erro dela, que esteve por trás dessa derrota?

Jader: Acho que o que faltou foi maturidade política. Acho que a Ana Júlia perdeu a eleição por falta de maturidade política, mais nada. Acho que ela se deixou cercar por um grupo de pessoas que não tinham experiência, mas, seguramente, pela inexperiência e pelo excesso, eu diria, de presunção... Algumas pessoas que não têm experiência política, às vezes, se enchem de presunção. E eu acho que o que acabou por acontecer foi exatamente isso.


Perereca:O senhor se decepcionou com a Ana? Afinal, o senhor foi um dos principais articuladores da candidatura dela...

Jader: Nunca tive nenhuma divergência pessoal com a governadora Ana Júlia. Pelo contrário: nas oportunidades que tive, sempre procurei ajudar, colaborar, aconselhar... Mas tenho a impressão de que, em algumas oportunidades, o meu aconselhamento foi visto como uma presunção do “velho diabo”... Como o “velho diabo”, pelo tempo de janela que ele tem...

Perereca: Qual foi o divisor de águas? Quando foi que o senhor percebeu: não vai dar mais, não tem mais como a gente continuar com o PT. Houve mesmo um momento que marcou ou foi um conjunto de circunstâncias?

Jader: Um relacionamento e um amor, já dizia Shakespeare, você não sepulta numa única sepultura – você o vai acabando em pequenas covas. É assim que acabam os amores e os relacionamentos.

Perereca: Qual foi a primeira cova e qual foi a última?

Jader: Não consigo registrar... Mas foram covas tão bobas, que acabaram nos conscientizando que não daria certo. Não tenho nenhuma divergência com a governadora Ana Júlia, de natureza pessoal. Ela sempre me tratou com o maior respeito e eu sempre a tratei com o maior respeito.

Perereca: Com o PT o senhor também não tem divergências? Então, o problema foi com a DS?

Jader: Também nunca tive embates com a DS, essa coisa toda. Com o PT tenho grandes amigos e respeito, pessoas que considero do maior valor político. Acho que até com a maioria do PT tenho a melhor convivência. Apenas cheguei à conclusão que a governadora estava cercada por uma influência que, inevitavelmente, levaria ao desfecho que levou. A Ana Júlia, na verdade, não perdeu para o Jatene: ela perdeu pra ela mesma. E o Jatene foi o beneficiário.

Perereca: E quando o senhor liberou o partido não foi justamente porque o senhor já estava diante de um fato consumado? O senhor não temeu perder o controle do PMDB, caso o senhor dissesse: não, vamos votar todos na Ana Júlia?

Jader: Não; o meu diagnóstico sobre esse resultado foi muito anterior à eleição. Eu comecei a me dar conta que, evidentemente, as coisas não acabariam bem. E, evidentemente, que não havia nenhum compromisso... Acho que ninguém deve ter compromisso em ficar em posição que não se sinta confortável. E nós passamos a não nos sentir confortáveis.

Perereca: Sim, mas o PMDB permaneceu no governo até quase o final...

Jader: Não, imaginamos... Quer dizer: imaginamos que... E as coisas foram acontecendo... Como eu disse, em pequenas covas... Simplesmente já sabíamos que o desfecho, pela não alteração dos rumos, seria esse.

Perereca: Desde quando o senhor sabia disso: há um ano, dois anos, seis meses?...

Jader: Não, não consigo medir. Só que a experiência, o sentimento, não só meu, mas, de outros companheiros, foi que não daria certo. E tenho impressão que esse sentimento não foi só nosso. Acho que esse sentimento atingiu, inclusive, setores do próprio PT. O partido da governadora deve ter sentido, nas conversas que tive oportunidade de ter, que as coisas não dariam certo. Os índices de rejeição que a governadora atingiu eram conseqüência de tudo isso. Acho até que, durante a campanha, ela até conseguiu reduzir esses índices de rejeição.

Perereca: O senhor acha, então, que o Jatene é melhor, neste momento, para o Pará? O senhor acha que o Jatene vai ser um governador melhor do que a Ana foi?

Jader: O meu sentimento é que o Jatene tem tudo para ser melhor. Primeiro porque ele tem uma vasta experiência administrativa. Não só no cargo de governador, mas, no conhecimento da máquina administrativa do Estado. Depois, já foi governador e encerrou o governo bem avaliado. E acaba de ser eleito governador. Quer dizer: ele recebe o respaldo, o estímulo, o incentivo do povo do Pará. Então, acho que ele tem tudo para fazer um bom governo. Acho que ele tem todas as condições e que essa é que é a expectativa do povo do Pará.

Perereca: Sua, inclusive, porque o senhor deve ter votado nele...

Jader: Olha, não queira descobrir votos secretos, certo? (risos).

Ping-Pong Jader XI: “Jatene é inteligente e as circunstâncias são outras”, diz, sobre a relação com os tucanos.

Perereca: Mas o senhor não teme que, com esse retorno dos tucanos, volte aquela torrente de verbas para o grupo Liberal e aquele quase sufocamento do seu grupo de comunicação? E também aquela situação, que aconteceu com o PMDB, ao qual restaram apenas dois ou três deputados? O senhor não teme que a volta dos tucanos ao poder; de uma pessoa tão inteligente quanto é o Jatene, faça com que o senhor assista, e agora sem mandato, ao repeteco de tudo isso?
 
Jader: Não acredito; acho que as circunstâncias da política do Pará são outras; o momento político é outro; os personagens são outros. E até por uma coisa que você acaba de dizer: que considera o Jatene uma pessoa inteligente (risos). Então, por tudo isso, acho que não há absolutamente uma... As circunstâncias daquele momento eram outras, os personagens envolvidos eram outros – hoje são novos personagens. Eu não tenho a menor dúvida de que o Jatene, hoje, à frente do Governo do Estado, vai acumular não só o poder administrativo: vai acumular o poder político. E pela experiência acumulada, pela inteligência, que você acaba de dizer, e que nós temos de reconhecer, pelo amadurecimento, não tenho a menor dúvida de que a realidade é outra, as circunstâncias são outras. E o aprendizado, né?... Eu acho que... Vou usar uma frase muito popular: errar é humano, persistir no erro é burrice. 

Perereca: O PMDB tem alguma preferência por secretarias e, nessa negociação, deve tentar manter a Presidência da Assembléia Legislativa?
 
Jader: Eu acho que temos de ter uma conversa com o governador eleito e, partir daí, discutir o formato do governo. Afinal de contas, o governador é o Jatene. Então, vamos ter que discutir. Eu não tenho preferência por órgão nenhum e nem creio que o PMDB tenha preferência. Vamos é discutir a nossa participação político-administrativa no governo. E tenho certeza que o diálogo será bom.

Perereca: Já há nova reunião marcada com o Jatene?
Jader: Não. Sei que ele acaba de retornar, pela leitura do noticiário. Mas acho que terá de ser a curto prazo.

Perereca: E a questão da Assembléia, a Presidência, entra nesse bolo?
Jader: Claro. Temos que discutir a questão da Assembléia, a participação no Governo. Acho que tudo isso tem que ser discutido. Isso tudo aí é fundamental.

Ping-Pong Jader XII: Sem orquídeas, arrependimentos e assombrações.


Perereca: E se o senhor ficar sem mandato? Se nada der certo na reversão disso? Como é que é: acabou o Jader Barbalho?
Jader: Não seja pessimista (risos). Você está tratando com um otimista... (risos)

Perereca: Sim, mas vamos dizer que dê tudo errado: não se reverta isso e fiquem o Flexa e a Marinor. Como é que é: acabou? É o canto de cisne do patriarca do PMDB do Pará? O senhor vai se aposentar, vai plantar orquídeas, que nem o Almir, ou vai assombrar a política paraense?
 
Jader: Em primeiro lugar, acho que toda a perspectiva que está aí é favorável. Portanto, não raciocino com perspectiva pessimista. Ou revertemos isso pela via judicial, no próprio Supremo, ou vamos reverter pela decisão de outra eleição – isso está claro. Se não acreditássemos nisso, não estaríamos insistindo nisso. Depois, acho que tenho é obrigação de lutar por isso. Lutar, menos pela questão pessoal. Mas lutar pelo respeito a esse julgamento que o povo do Pará fez por mim; o respeito por essas 1,8 milhão de pessoas, que saíram de casa, entraram em fila - e apesar de toda a propaganda de que o voto não valia. Na seção em que fui votar, encontrei um monte de pessoas lamentando não votar em mim, porque o voto ia ser nulo. O que foi distribuído de panfletos por toda parte no interior do estado, além do noticiário jornalístico e de televisão, seja a nível local, seja a nível nacional... E 1,8 milhão de pessoas, apesar de tudo isso, votam em mim... Eu tenho mais do que nunca de não substabelecer essa procuração. Não vou ser menos feliz por não ter mandato. Agora, o que não posso admitir como animal político, como liderança política, é que se desconheça 1,8 milhão de brasileiros residentes no Pará, que, apesar de toda a campanha de que não deviam votar em mim, votaram e me elegeram. Imagino se não tivesse havido essa campanha, o percentual de votos que eu teria: teria ultrapassado, na pior hipótese, dois milhões de votos. Então, tenho obrigação com essas pessoas. Não é pela vaidade de voltar a ser senador. Já fui senador, líder da maioria no Senado, presidente nacional do PMDB, presidente do Senado, presidente do Congresso – são coisas que ninguém retira da minha história. Faço como Paulo, na Carta aos Coríntios: combati o bom combate – e vou continuar combatendo. Dessa feita, pelo respeito a esse 1,8 milhão, que, repito, é muito mais do que 1,3 milhão de assinaturas que pleitearam o tal do projeto Ficha Limpa. Nunca me senti tão confortável ao circular. Tenho recebido tanta manifestação de carinho... E uma das coisas que mais sensibiliza é, inclusive, o carinho de jovens, que me abordam e dizem que votaram em mim. Então, estou vivendo um momento muito especial. E apesar desse imbróglio, dessa violência política de que sou objeto, se alguém está pensando que estou de farol baixo, não estou; muito pelo contrário. Estou conciliado comigo e satisfeitíssimo com o julgamento do povo do Pará. Eu não concederia essa entrevista para você; não concederia era a entrevista, se eu tivesse sido derrotado. Eu ia apresentar as minhas desculpas e dizer que o povo do Pará tinha encerrado a minha carreira e tinha me mandado para o arquivo. Mas o povo do Pará não me mandou para o arquivo, muito pelo contrário.     

Perereca: Mas não fica nenhum arrependimento, depois de 44 anos de política, processo de satanização, processos judiciais, algemas, e agora essa cassação branca do seu mandato? Quer dizer: se o senhor pudesse voltar no tempo, o senhor não teria buscado outra carreira?

Jader: Não teria oportunidade de estar dando essa entrevista tão gostosa pra você... (risos).  E a vontade que tenho é de encerrar essa entrevista plagiando Pablo Neruda: confesso que vivi... (risos).

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ENTREVISTA COM JADER PARTE 1.

Ping-pong Jader I: fatia do bolo ainda não foi definida

Perereca: Como é que está a relação do PMDB com o PSDB? Vocês já conversaram, já há alguma coisa em vista; o PMDB vai compor ou não o novo governo?

Jader: Eu tive uma conversa com o Jatene, às vésperas dessa viagem que ele fez recentemente. Estivemos conversando longamente, onde ficou acertada a participação do PMDB no Governo. Agora, não ficou acertado aonde, que cargos, nomes, e nem fixamos percentuais. Ficamos de, no retorno dele, discutir, de forma objetiva, qual seria a participação do PMDB no governo. Quer dizer, os espaços, os nomes, nós ficamos de discutir exatamente nesse retorno.





Perereca: Não é meio estranho, depois de toda a oposição que o PMDB fez há quatro anos, agora integrar o novo governo do Jatene? Ou isso é uma coisa até natural, já que o PMDB, ao que parece, nunca teve problemas com o Jatene, mas, com algumas alas do PSDB?

Jader: Olhe, eu considero natural, já que a grande maioria do partido, quase a unanimidade, apoiou a candidatura do Jatene no segundo turno das eleições. Tivemos um candidato próprio, o deputado Domingos Juvenil...
Perereca: Que era um laranja...

Jader: Não, não era um laranja. Quando fizemos a opção pela candidatura dele, acreditávamos que fosse possível fazer essa candidatura crescer e efetivamente se transformar numa alternativa eleitoral e ter sucesso. A história de candidaturas, não só no Pará, mas em diversos pontos do Brasil, demonstra candidaturas que começam com um percentual pequeno, mas ganham densidade durante o processo eleitoral e acabam por se tornar viáveis.

Perereca: Mas se o senhor queria uma candidatura forte, por que o candidato não foi o senhor mesmo ou o Priante, em vez de um desconhecido como o Juvenil?

Jader: Em primeiro lugar, cheguei à conclusão que não deveria me candidatar ao Governo do Estado. Já exerci o Governo duas vezes e achei que o adequado seria me candidatar ao Senado; ficaria numa posição inclusive mais confortável, para articular politicamente. Achei que com o meu retorno ao Senado teria maior possibilidade de coordenação, não só na campanha eleitoral. Também poderia, no Senado, com a experiência acumulada, com o trânsito em Brasília, ter um desempenho em favor do estado.

Perereca: O que houve, na verdade, não foi o medo de que os seus inimigos e as acusações que pesam contra o senhor levassem a uma derrota na disputa pelo Governo?

Jader: Não, até porque depois de tantas guerras que já enfrentei – e vou aí plagiar, de forma pretensiosa, uma frase usada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek – Deus poupou-me o sentimento do medo. Quem enfrentou a campanha de 1990 neste estado; quem se recorda em que circunstâncias aquela campanha decorreu; quem se recorda do enfrentamento que tive com o senador Antonio Carlos Magalhães, na disputa pela Presidência do Senado, não deve contabilizar nas minhas atitudes essa questão de medo. Isso não existe.

Perereca: O senhor queria encerrar a sua carreira política no Senado?

Jader: Não é encerrar, porque é a tal história: político é como um cavalo de corrida – a gente morre na pista, correndo. Evidentemente, um político por vocação, como é o meu caso. Esse negócio de encerrar... Você não é dono do seu destino; são as circunstâncias que comandam o seu destino. Achei apenas que voltar para o Senado seria o gesto politicamente mais adequado. Até porque, pelas circunstâncias da luta com o senador Antonio Carlos Magalhães, tive até de renunciar ao Senado, em 2001. Então, achei que era a oportunidade de retornar ao Senado, colaborar com o estado; com o trânsito e com a experiência acumulada em Brasília, ajudar o estado e ter um desempenho político conveniente aos interesses do Pará, além de participação, com contribuição efetiva, na política brasileira. É a tal história: se eu fosse um político iniciante, se nunca tivesse ocupado o Governo do Estado, talvez casar pela terceira vez com o Governo me desse uma motivação maior.



Ping-pong Jader II: o que fica do poder é o que se conseguiu realizar.

Perereca: No Governo, você tem mais poder, tem a caneta na mão. No Senado, você está mais livre para articular. Qual a diferença, em termos pessoais, entre o Senado e o Governo?

Jader: Em termos pessoais, sou um político que no exercício tanto do Executivo quanto do Legislativo sempre me senti muito confortável. Não sou daqueles que precisa ter caneta na mão para se sentir confortavelmente no exercício da atividade política. Não me sinto deslocado no Parlamento: gosto do debate e da articulação política. Considero que a elaboração legislativa é fantástica, porque algumas pessoas ficam imaginando que o parlamentar constrói ou altera uma lei da cabeça dele - e não é assim. Quer dizer: você tem um universo imenso de contribuição, seja através da imprensa, seja através dos grupos organizados, que pressionam. Então, a vida parlamentar é profundamente dinâmica, rica. A construção legislativa não é uma construção isolada, do parlamentar. Então, a atividade parlamentar tem todo um apelo, principalmente para quem abomina a rotina.

Perereca: Mas não é melhor ter o poder do Executivo? O poder de nomear e exonerar; de colocar aqui uma pessoa ou mandar para acolá?

Jader: Se algum dia tive isso na cabeça, superei. Até porque fui duas vezes governador. Não é o confeito do poder, esse exercício menor do poder, que me empolga. E principalmente hoje.

Perereca: O que é que lhe empolga, então?

Jader: É efetivamente contribuir. Quer dizer: tive participação em determinados projetos, valeu a pena participar, porque consegui contribuir e, com a minha contribuição, alterar. Mas esse confeito do poder, pelo contrário: para um homem como eu, com 44 anos de vida pública, ele chega, às vezes, até a ser incômodo.

Perereca: Por quê?

Jader: Quando você se refere a ter que nomear fulano, ter que aceitar determinadas pressões, ter de administrá-las, isso eu vejo sob um ângulo, hoje... Não diria que estou farto de poder, mas, não é isso, hoje, que motiva a minha cabeça, as minhas aspirações; não é esse tipo de exercício do poder que me empolga. Talvez pelo fato de ter exercido duas vezes o governo, ministérios da República; ter passado pela Presidência do Congresso, de ter tido a influência política que você tem... Porque você não consegue nomear, exercer o poder apenas sendo o chefe do Executivo: você consegue exercer o poder tendo influência política, trânsito, respeito, acatamento; sendo levado em consideração por uma série de condições, circunstâncias, atributos. Não é isso, absolutamente... Não voltaria ao Governo para colocar como primordial o privilégio - se é que isso pode ser considerado privilégio – de nomear pessoas. Quando relembro a minha passagem pelo Governo, não relembro essa questão do exercício fisiológico do poder. O que me recordo, com grata satisfação, é de obras como a PA-150. Me sinto realizado por ter construído uma rodovia de 1.140 quilômetros, que não tinha só o sentido do transporte, mas até de integração do estado. Para quem tem noção exata da utilização do poder... Quer dizer: eu fiz, eu deixei e isso foi importante para o conjunto da comunidade - e ninguém pode retirar esse dado. Quando me recordo do serviço de abastecimento de água de Belém, o projeto Belém 2000, que agora no governo da Ana Júlia foi duplicada a estação de tratamento. Imagine se eu não tivesse tido condições de fazer aquilo; aquilo levaria Belém a um colapso no abastecimento de água. Quando me recordo que, quando assumi pela primeira vez o governo, a energia de Tucuruí era só em Belém e Barcarena, por causa do projeto da Albras; nem os municípios do entorno de Tucuruí recebiam a energia da hidrelétrica. Quando me recordo que promovi o maior projeto de expansão de energia elétrica no estado, levando até Conceição do Araguaia, espalhando por todo o Nordeste, substituindo todo o sistema a diesel e sabendo que aquilo representava não só bem estar para a população, energia domiciliar, mas a perspectiva da industrialização e da eletrificação rural. Quer dizer, são essas coisas que contam como fundamentais. Não vou ficar me lembrando do delegado de polícia que nomeei a pedido do deputado fulano de tal para um determinado município. O que conta é o que você conseguiu fazer. Quando me recordo do meu segundo governo, que foi muito difícil (porque o Pará padece de muita dificuldade; é muito vinculado ao Governo Federal; é muito dependente). Era o período Collor, e depois Itamar, com todas as dificuldades de negociação. E eu tinha uma idéia fixa, que era viabilizar o programa de macrodrenagem de Belém. E apostei tudo nisso. Inclusive, no sentido de pagar todas as dívidas do Estado, porque a União não daria o seu aval ao Estado, se ele não estivesse com as contas regularizadas. E me recordo da felicidade quando fui a Washington, para assinar o contrato com o BID. E me recordo, sentado no batente da casa da Elcione, na Cidade Velha; namorando com ela, no batente lá da Joaquim Távora...; me recordo do discurso do Stélio Maroja, eleito prefeito de Belém, falando das baixadas de Belém...


Ping-pong Jader III: uma extraordinária satanização.

Perereca: Pois é, o senhor tem até um livro em que resgata boa parte dessas realizações. Mas depois que deixou o governo, o senhor passou a ser visto como um “satanás” da política paraense. Muito desse processo de satanização veio dos tucanos. Quer dizer: não é estranho, depois de tudo isso, o senhor voltar a se aliar com quem lhe satanizou?

Jader: Em primeiro lugar, o processo de satanização ao qual você se refere, não só ao longo da história da humanidade, mas, do Brasil, só se faz com o líder. Não se faz processo de satanização com lideranças que eu chamo de “chá de erva-cidreira”. Havia todo um processo de tentar destruir a minha imagem, no sentido de tentar evitar um possível retorno meu ao Governo do Estado, ou de tentar abalar a minha liderança. Então, eu compreendo isso, porque sou um contumaz leitor de tantas histórias, aqui e alhures. Há pouco, estava me lembrando, principalmente nesse episódio dos “fichas limpas, fichas sujas”... O maior e melhor administrador que Belém já teve foi Antonio Lemos. E ele, apesar de já ter deixado a Intendência, como era chamada a Prefeitura, foi satanizado. Ele não queria nem voltar ao poder, estava com idade avançada (o que não é meu caso, que estou apenas com 36 anos...). Ele não tinha nenhum interesse e mesmo assim se montou a fraude de um atentado contra o Lauro Sodré e se queimou a Província do Pará, que era o jornal dele. Depois, a turba destruiu a casa dele e ele foi arrastado de pijama pelas ruas de Belém, sendo chamado de “velho ladrão”, “safado”. Depois, foi expulso, colocado num navio e seus restos mortais só voltaram para cá 60 anos depois. E não tem na história desta cidade, passado todo esse tempo, nenhum administrador público que possa ao menos, não é nem ombrear, mas se aproximar dos joelhos de Antonio Lemos.

Perereca: Mas o senhor não sente nem mesmo mágoa em relação a esse processo de satanização?

Jader: Em primeiro lugar, nunca trabalhei com ódio: sempre trabalhei com muito entusiasmo, empenho, paixão, o que é uma diferença muito grande. E depois, acho que não tenho do que me queixar, porque o julgamento que sempre me preocupou não é o julgamento dos meus inimigos e adversários. Os meus inimigos e adversários simplesmente, em determinados momentos da política do Pará, me elegeram como alvo, como obstáculo a ser removido. O que sempre me preocupou é o julgamento da opinião pública, da maioria. E isso eu não posso me queixar. Recordo a referência de uma das maiores autoridades em pesquisa qualitativa do País, que é a professora Fátima Jordão, professora aposentada da USP. Sou capítulo, um “caso”, de um livro dela. E ela diz não imaginar que outras lideranças do Brasil sobrevivessem a um processo de destruição de imagem como o que ela havia constatado em relação a mim, aqui no Pará. Então, eu só me sinto reconfortado. Porque se fui atacado, e continuo sendo atacado, é sinal de que não me transformei num irrelevante. Porque uma das coisas que sempre me preocupou foi não me transformar num irrelevante. Como não sou um irrelevante, sou uma pessoa que incomoda. E se incomodo, é sinal que sou levado em conta. Ficaria muito preocupado é se tivesse um julgamento, após todos esses anos de vida pública, desfavorável do povo do Pará. Aí, se eu tivesse sido abandonado pelo povo do Pará, aí, confesso, estaria num processo de profunda frustração política e pessoal. Mas eu não fui; não posso me queixar do povo do Pará. Pelo contrário: em que pese toda essa campanha de destruição de imagem, o povo do Pará sempre foi solidário comigo. Nessa última eleição, por exemplo: houve toda uma campanha dizendo que votar em mim seria nulo. E o povo do Pará sai de casa, cerca de 1,8 milhão de pessoas, e me elege senador da República. Então, do que é que eu posso me queixar?


Ping-pong Jader IV: A decisão do STF, o juiz de “Xixiriteua” e a Justiça como espetáculo.

Perereca: Como é que o senhor viu essa decisão do Supremo Tribunal Federal? O senhor alguma vez imaginou que o STF, a mais alta Corte de Justiça do País, pudesse empatar, não decidir, um caso tão importante como a aplicabilidade da Ficha Limpa nas eleições deste ano?

Jader: Confesso que a decisão do Supremo me surpreendeu. Eu imaginava até que pudesse ocorrer um empate, já que na decisão - quem assistiu pôde verificar - além da interpretação técnica de dispositivos e preceitos constitucionais e de princípios de Direito, o que houve foi uma discussão apaixonada, o que, evidentemente, é um grande risco para os tribunais, e de modo especial para um tribunal que tem a responsabilidade, como tem o STF, de estabelecer jurisprudência para todo o País. O que assistimos foi uma discussão em que os princípios do Direito foram abandonados, para que outras preocupações, que não as do Direito, prevalecessem. Confesso que isso me surpreendeu. Como foi uma surpresa para mim que num empate - e nos tribunais, ao longo do tempo, o princípio, que é herdado do Direito Romano, que é toda a base do Direito Ocidental, é que, num empate, em favor do requerente, em favor do cidadão, em relação ao Estado. E a minha maior surpresa, em todo o debate no STF, foi que num empate eu perdi a questão: fui cassado no meu direito de eleito por 1,8 milhão de brasileiros residentes no Pará por um empate, quando o princípio, a regra, em qualquer tribunal, é que, empatando, o presidente tem o voto de qualidade - e o voto dele havia sido a meu favor; e ele havia declarado que a decisão que se buscava era inócua e contrária, inclusive, aos princípios dele e aos interesses da sociedade. E eu jamais imaginava que se fosse abolir um princípio universal do Direito que, em dúbio, pró-requerente.

Perereca: E por que o senhor acha que o STF agiu dessa maneira?

Jader: Em primeiro lugar, abstraída a figura do Jader Barbalho, confesso que, para mim, que tenho formação Jurídica (sou bacharel eu Direito), e como cidadão, tudo foi uma surpresa. Porque você imaginar, como disse o ministro Celso de Melo, que a questão da irretroatividade da lei estava estabelecida no Direito Romano no século II da Era Cristã; portanto, há 19 séculos, que uma lei entra em vigor e que os seus efeitos são a partir da sua edição. Quer dizer: ver o Supremo Tribunal Federal do meu país revogar um princípio jurídico universal dos povos civilizados, o mínimo que, por cortesia, tenho de dizer em relação ao Supremo é que me causou grande espanto. Porque se fosse um juiz de roça - um juiz, como certa vez escreveu o Hélio Gueiros, de forma irreverente, em relação a uma sentença de um juiz de Xixiriteua (risos) – se fosse um juiz de Xixiriteua, eu poderia imaginar que um juiz de Xixiriteua não levasse em conta um princípio jurídico, o que é um precedente gravíssimo. Porque não é só no campo eleitoral: ele abre um precedente para outros campos do Direito, de amanhã não se respeitar a irretroatividade das leis.

Perereca: O senhor não acha que isso aconteceu também porque a Justiça está virando um espetáculo; os juízes estão hoje mais preocupados, o próprio Supremo, com a imagem de cada qual, em vez de se preocuparem muito mais com o Direito, com as leis?

Jader: Eu não tenho a menor dúvida disso. As câmeras de televisão são um instrumento afrodisíaco (risos); o noticiário da imprensa é afrodisíaco, principalmente para alguns iniciados nisso. Alguns que, até pouco tempo atrás, eram figuras anônimas. E isso deve ter uma repercussão psicológica imensa na cabeça dessas pessoas. E essa questão da opinião pública... E aí se verificar, quando se fala em opinião pública - e há uma diferença entre opinião pública e opinião publicada... Porque, se for por opinião pública, esse projeto do tal Ficha Limpa teria sido assinado por 1,3 milhão de pessoas. Eu não vou chegar, como disse o ministro Marco Aurélio, que afirmou que sabe, às vezes, como são coletadas essas assinaturas... Mas se foi 1,3 milhão de assinaturas, se fosse opinião pública, eu tive 1,8 milhão de votos, de pessoas que saíram de casa, levaram seu documento de identidade, assinaram folha de votação e votaram secretamente. Se fosse por opinião pública - com todo o respeito, sem duvidar de como ocorreu a coleta dessas assinaturas - se desrespeitou a opinião pública do Pará. Foram 500 mil votos a mais da assinatura do projeto. E pelo que sei, no projeto original que chegou ao Congresso não estava abrigada essa questão de renúncia: ela foi colocada dentro do Congresso, para inviabilizar a candidatura do governador Roriz, no Distrito Federal. Depois, se falar em opinião pública... Eu acho que o STF, eles chegam lá sem voto... Eu, para chegar ao Senado, tenho de ter votos; e qualquer um, para chegar a cargos públicos, precisa ter votos. Já ministro do Supremo precisa é ter currículo e bons padrinhos. Então, eu acho que quando se chega ao STF, se alcançou o cargo vitalício que é o ápice da administração pública brasileira. Desconheço qualquer cargo mais importante, hierarquicamente, do que ministro do STF. Então, eu acho que essa obrigatoriedade de levar em conta a responsabilidade de interpretar a Constituição, e não estar preocupado em fazer charminho para a opinião pública... Porque se dissesse: não, ministro do STF vai fazer charminho para a opinião pública; ele vai se abstrair de princípios milenares do Direito, porque ele precisa de voto e ele precisa fazer charme, para ter votos, para renovar o seu mandato... Não, eles não precisam. Aliás, nos Estados Unidos, no Poder Judiciário, à exceção, creio, da Suprema Corte, eles precisam ter votos periodicamente, para ocuparem cargos tanto no Ministério Público, quanto para ocuparem cargo de juiz. No Brasil, não. Essas pessoas são inamovíveis, irremovíveis, cargo vitalício... E o Supremo, então, acho que o único compromisso é com a Constituição, com as leis, com a estabilidade do regime democrático. Quer dizer, imaginar – e essa é coisa profundamente dolorosa para mim e para qualquer cidadão – imaginar que juízes do STF estejam interessados em fazer charme para a opinião pública... Até porque, como já foi dito, foi a opinião pública que levou o Hitler a implantar o regime nazista; foi a opinião pública que permitiu a Mussolini implantar o fascismo, na Itália.