segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ENTREVISTA COM JADER PARTE 1.

Ping-pong Jader I: fatia do bolo ainda não foi definida

Perereca: Como é que está a relação do PMDB com o PSDB? Vocês já conversaram, já há alguma coisa em vista; o PMDB vai compor ou não o novo governo?

Jader: Eu tive uma conversa com o Jatene, às vésperas dessa viagem que ele fez recentemente. Estivemos conversando longamente, onde ficou acertada a participação do PMDB no Governo. Agora, não ficou acertado aonde, que cargos, nomes, e nem fixamos percentuais. Ficamos de, no retorno dele, discutir, de forma objetiva, qual seria a participação do PMDB no governo. Quer dizer, os espaços, os nomes, nós ficamos de discutir exatamente nesse retorno.





Perereca: Não é meio estranho, depois de toda a oposição que o PMDB fez há quatro anos, agora integrar o novo governo do Jatene? Ou isso é uma coisa até natural, já que o PMDB, ao que parece, nunca teve problemas com o Jatene, mas, com algumas alas do PSDB?

Jader: Olhe, eu considero natural, já que a grande maioria do partido, quase a unanimidade, apoiou a candidatura do Jatene no segundo turno das eleições. Tivemos um candidato próprio, o deputado Domingos Juvenil...
Perereca: Que era um laranja...

Jader: Não, não era um laranja. Quando fizemos a opção pela candidatura dele, acreditávamos que fosse possível fazer essa candidatura crescer e efetivamente se transformar numa alternativa eleitoral e ter sucesso. A história de candidaturas, não só no Pará, mas em diversos pontos do Brasil, demonstra candidaturas que começam com um percentual pequeno, mas ganham densidade durante o processo eleitoral e acabam por se tornar viáveis.

Perereca: Mas se o senhor queria uma candidatura forte, por que o candidato não foi o senhor mesmo ou o Priante, em vez de um desconhecido como o Juvenil?

Jader: Em primeiro lugar, cheguei à conclusão que não deveria me candidatar ao Governo do Estado. Já exerci o Governo duas vezes e achei que o adequado seria me candidatar ao Senado; ficaria numa posição inclusive mais confortável, para articular politicamente. Achei que com o meu retorno ao Senado teria maior possibilidade de coordenação, não só na campanha eleitoral. Também poderia, no Senado, com a experiência acumulada, com o trânsito em Brasília, ter um desempenho em favor do estado.

Perereca: O que houve, na verdade, não foi o medo de que os seus inimigos e as acusações que pesam contra o senhor levassem a uma derrota na disputa pelo Governo?

Jader: Não, até porque depois de tantas guerras que já enfrentei – e vou aí plagiar, de forma pretensiosa, uma frase usada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek – Deus poupou-me o sentimento do medo. Quem enfrentou a campanha de 1990 neste estado; quem se recorda em que circunstâncias aquela campanha decorreu; quem se recorda do enfrentamento que tive com o senador Antonio Carlos Magalhães, na disputa pela Presidência do Senado, não deve contabilizar nas minhas atitudes essa questão de medo. Isso não existe.

Perereca: O senhor queria encerrar a sua carreira política no Senado?

Jader: Não é encerrar, porque é a tal história: político é como um cavalo de corrida – a gente morre na pista, correndo. Evidentemente, um político por vocação, como é o meu caso. Esse negócio de encerrar... Você não é dono do seu destino; são as circunstâncias que comandam o seu destino. Achei apenas que voltar para o Senado seria o gesto politicamente mais adequado. Até porque, pelas circunstâncias da luta com o senador Antonio Carlos Magalhães, tive até de renunciar ao Senado, em 2001. Então, achei que era a oportunidade de retornar ao Senado, colaborar com o estado; com o trânsito e com a experiência acumulada em Brasília, ajudar o estado e ter um desempenho político conveniente aos interesses do Pará, além de participação, com contribuição efetiva, na política brasileira. É a tal história: se eu fosse um político iniciante, se nunca tivesse ocupado o Governo do Estado, talvez casar pela terceira vez com o Governo me desse uma motivação maior.



Ping-pong Jader II: o que fica do poder é o que se conseguiu realizar.

Perereca: No Governo, você tem mais poder, tem a caneta na mão. No Senado, você está mais livre para articular. Qual a diferença, em termos pessoais, entre o Senado e o Governo?

Jader: Em termos pessoais, sou um político que no exercício tanto do Executivo quanto do Legislativo sempre me senti muito confortável. Não sou daqueles que precisa ter caneta na mão para se sentir confortavelmente no exercício da atividade política. Não me sinto deslocado no Parlamento: gosto do debate e da articulação política. Considero que a elaboração legislativa é fantástica, porque algumas pessoas ficam imaginando que o parlamentar constrói ou altera uma lei da cabeça dele - e não é assim. Quer dizer: você tem um universo imenso de contribuição, seja através da imprensa, seja através dos grupos organizados, que pressionam. Então, a vida parlamentar é profundamente dinâmica, rica. A construção legislativa não é uma construção isolada, do parlamentar. Então, a atividade parlamentar tem todo um apelo, principalmente para quem abomina a rotina.

Perereca: Mas não é melhor ter o poder do Executivo? O poder de nomear e exonerar; de colocar aqui uma pessoa ou mandar para acolá?

Jader: Se algum dia tive isso na cabeça, superei. Até porque fui duas vezes governador. Não é o confeito do poder, esse exercício menor do poder, que me empolga. E principalmente hoje.

Perereca: O que é que lhe empolga, então?

Jader: É efetivamente contribuir. Quer dizer: tive participação em determinados projetos, valeu a pena participar, porque consegui contribuir e, com a minha contribuição, alterar. Mas esse confeito do poder, pelo contrário: para um homem como eu, com 44 anos de vida pública, ele chega, às vezes, até a ser incômodo.

Perereca: Por quê?

Jader: Quando você se refere a ter que nomear fulano, ter que aceitar determinadas pressões, ter de administrá-las, isso eu vejo sob um ângulo, hoje... Não diria que estou farto de poder, mas, não é isso, hoje, que motiva a minha cabeça, as minhas aspirações; não é esse tipo de exercício do poder que me empolga. Talvez pelo fato de ter exercido duas vezes o governo, ministérios da República; ter passado pela Presidência do Congresso, de ter tido a influência política que você tem... Porque você não consegue nomear, exercer o poder apenas sendo o chefe do Executivo: você consegue exercer o poder tendo influência política, trânsito, respeito, acatamento; sendo levado em consideração por uma série de condições, circunstâncias, atributos. Não é isso, absolutamente... Não voltaria ao Governo para colocar como primordial o privilégio - se é que isso pode ser considerado privilégio – de nomear pessoas. Quando relembro a minha passagem pelo Governo, não relembro essa questão do exercício fisiológico do poder. O que me recordo, com grata satisfação, é de obras como a PA-150. Me sinto realizado por ter construído uma rodovia de 1.140 quilômetros, que não tinha só o sentido do transporte, mas até de integração do estado. Para quem tem noção exata da utilização do poder... Quer dizer: eu fiz, eu deixei e isso foi importante para o conjunto da comunidade - e ninguém pode retirar esse dado. Quando me recordo do serviço de abastecimento de água de Belém, o projeto Belém 2000, que agora no governo da Ana Júlia foi duplicada a estação de tratamento. Imagine se eu não tivesse tido condições de fazer aquilo; aquilo levaria Belém a um colapso no abastecimento de água. Quando me recordo que, quando assumi pela primeira vez o governo, a energia de Tucuruí era só em Belém e Barcarena, por causa do projeto da Albras; nem os municípios do entorno de Tucuruí recebiam a energia da hidrelétrica. Quando me recordo que promovi o maior projeto de expansão de energia elétrica no estado, levando até Conceição do Araguaia, espalhando por todo o Nordeste, substituindo todo o sistema a diesel e sabendo que aquilo representava não só bem estar para a população, energia domiciliar, mas a perspectiva da industrialização e da eletrificação rural. Quer dizer, são essas coisas que contam como fundamentais. Não vou ficar me lembrando do delegado de polícia que nomeei a pedido do deputado fulano de tal para um determinado município. O que conta é o que você conseguiu fazer. Quando me recordo do meu segundo governo, que foi muito difícil (porque o Pará padece de muita dificuldade; é muito vinculado ao Governo Federal; é muito dependente). Era o período Collor, e depois Itamar, com todas as dificuldades de negociação. E eu tinha uma idéia fixa, que era viabilizar o programa de macrodrenagem de Belém. E apostei tudo nisso. Inclusive, no sentido de pagar todas as dívidas do Estado, porque a União não daria o seu aval ao Estado, se ele não estivesse com as contas regularizadas. E me recordo da felicidade quando fui a Washington, para assinar o contrato com o BID. E me recordo, sentado no batente da casa da Elcione, na Cidade Velha; namorando com ela, no batente lá da Joaquim Távora...; me recordo do discurso do Stélio Maroja, eleito prefeito de Belém, falando das baixadas de Belém...


Ping-pong Jader III: uma extraordinária satanização.

Perereca: Pois é, o senhor tem até um livro em que resgata boa parte dessas realizações. Mas depois que deixou o governo, o senhor passou a ser visto como um “satanás” da política paraense. Muito desse processo de satanização veio dos tucanos. Quer dizer: não é estranho, depois de tudo isso, o senhor voltar a se aliar com quem lhe satanizou?

Jader: Em primeiro lugar, o processo de satanização ao qual você se refere, não só ao longo da história da humanidade, mas, do Brasil, só se faz com o líder. Não se faz processo de satanização com lideranças que eu chamo de “chá de erva-cidreira”. Havia todo um processo de tentar destruir a minha imagem, no sentido de tentar evitar um possível retorno meu ao Governo do Estado, ou de tentar abalar a minha liderança. Então, eu compreendo isso, porque sou um contumaz leitor de tantas histórias, aqui e alhures. Há pouco, estava me lembrando, principalmente nesse episódio dos “fichas limpas, fichas sujas”... O maior e melhor administrador que Belém já teve foi Antonio Lemos. E ele, apesar de já ter deixado a Intendência, como era chamada a Prefeitura, foi satanizado. Ele não queria nem voltar ao poder, estava com idade avançada (o que não é meu caso, que estou apenas com 36 anos...). Ele não tinha nenhum interesse e mesmo assim se montou a fraude de um atentado contra o Lauro Sodré e se queimou a Província do Pará, que era o jornal dele. Depois, a turba destruiu a casa dele e ele foi arrastado de pijama pelas ruas de Belém, sendo chamado de “velho ladrão”, “safado”. Depois, foi expulso, colocado num navio e seus restos mortais só voltaram para cá 60 anos depois. E não tem na história desta cidade, passado todo esse tempo, nenhum administrador público que possa ao menos, não é nem ombrear, mas se aproximar dos joelhos de Antonio Lemos.

Perereca: Mas o senhor não sente nem mesmo mágoa em relação a esse processo de satanização?

Jader: Em primeiro lugar, nunca trabalhei com ódio: sempre trabalhei com muito entusiasmo, empenho, paixão, o que é uma diferença muito grande. E depois, acho que não tenho do que me queixar, porque o julgamento que sempre me preocupou não é o julgamento dos meus inimigos e adversários. Os meus inimigos e adversários simplesmente, em determinados momentos da política do Pará, me elegeram como alvo, como obstáculo a ser removido. O que sempre me preocupou é o julgamento da opinião pública, da maioria. E isso eu não posso me queixar. Recordo a referência de uma das maiores autoridades em pesquisa qualitativa do País, que é a professora Fátima Jordão, professora aposentada da USP. Sou capítulo, um “caso”, de um livro dela. E ela diz não imaginar que outras lideranças do Brasil sobrevivessem a um processo de destruição de imagem como o que ela havia constatado em relação a mim, aqui no Pará. Então, eu só me sinto reconfortado. Porque se fui atacado, e continuo sendo atacado, é sinal de que não me transformei num irrelevante. Porque uma das coisas que sempre me preocupou foi não me transformar num irrelevante. Como não sou um irrelevante, sou uma pessoa que incomoda. E se incomodo, é sinal que sou levado em conta. Ficaria muito preocupado é se tivesse um julgamento, após todos esses anos de vida pública, desfavorável do povo do Pará. Aí, se eu tivesse sido abandonado pelo povo do Pará, aí, confesso, estaria num processo de profunda frustração política e pessoal. Mas eu não fui; não posso me queixar do povo do Pará. Pelo contrário: em que pese toda essa campanha de destruição de imagem, o povo do Pará sempre foi solidário comigo. Nessa última eleição, por exemplo: houve toda uma campanha dizendo que votar em mim seria nulo. E o povo do Pará sai de casa, cerca de 1,8 milhão de pessoas, e me elege senador da República. Então, do que é que eu posso me queixar?


Ping-pong Jader IV: A decisão do STF, o juiz de “Xixiriteua” e a Justiça como espetáculo.

Perereca: Como é que o senhor viu essa decisão do Supremo Tribunal Federal? O senhor alguma vez imaginou que o STF, a mais alta Corte de Justiça do País, pudesse empatar, não decidir, um caso tão importante como a aplicabilidade da Ficha Limpa nas eleições deste ano?

Jader: Confesso que a decisão do Supremo me surpreendeu. Eu imaginava até que pudesse ocorrer um empate, já que na decisão - quem assistiu pôde verificar - além da interpretação técnica de dispositivos e preceitos constitucionais e de princípios de Direito, o que houve foi uma discussão apaixonada, o que, evidentemente, é um grande risco para os tribunais, e de modo especial para um tribunal que tem a responsabilidade, como tem o STF, de estabelecer jurisprudência para todo o País. O que assistimos foi uma discussão em que os princípios do Direito foram abandonados, para que outras preocupações, que não as do Direito, prevalecessem. Confesso que isso me surpreendeu. Como foi uma surpresa para mim que num empate - e nos tribunais, ao longo do tempo, o princípio, que é herdado do Direito Romano, que é toda a base do Direito Ocidental, é que, num empate, em favor do requerente, em favor do cidadão, em relação ao Estado. E a minha maior surpresa, em todo o debate no STF, foi que num empate eu perdi a questão: fui cassado no meu direito de eleito por 1,8 milhão de brasileiros residentes no Pará por um empate, quando o princípio, a regra, em qualquer tribunal, é que, empatando, o presidente tem o voto de qualidade - e o voto dele havia sido a meu favor; e ele havia declarado que a decisão que se buscava era inócua e contrária, inclusive, aos princípios dele e aos interesses da sociedade. E eu jamais imaginava que se fosse abolir um princípio universal do Direito que, em dúbio, pró-requerente.

Perereca: E por que o senhor acha que o STF agiu dessa maneira?

Jader: Em primeiro lugar, abstraída a figura do Jader Barbalho, confesso que, para mim, que tenho formação Jurídica (sou bacharel eu Direito), e como cidadão, tudo foi uma surpresa. Porque você imaginar, como disse o ministro Celso de Melo, que a questão da irretroatividade da lei estava estabelecida no Direito Romano no século II da Era Cristã; portanto, há 19 séculos, que uma lei entra em vigor e que os seus efeitos são a partir da sua edição. Quer dizer: ver o Supremo Tribunal Federal do meu país revogar um princípio jurídico universal dos povos civilizados, o mínimo que, por cortesia, tenho de dizer em relação ao Supremo é que me causou grande espanto. Porque se fosse um juiz de roça - um juiz, como certa vez escreveu o Hélio Gueiros, de forma irreverente, em relação a uma sentença de um juiz de Xixiriteua (risos) – se fosse um juiz de Xixiriteua, eu poderia imaginar que um juiz de Xixiriteua não levasse em conta um princípio jurídico, o que é um precedente gravíssimo. Porque não é só no campo eleitoral: ele abre um precedente para outros campos do Direito, de amanhã não se respeitar a irretroatividade das leis.

Perereca: O senhor não acha que isso aconteceu também porque a Justiça está virando um espetáculo; os juízes estão hoje mais preocupados, o próprio Supremo, com a imagem de cada qual, em vez de se preocuparem muito mais com o Direito, com as leis?

Jader: Eu não tenho a menor dúvida disso. As câmeras de televisão são um instrumento afrodisíaco (risos); o noticiário da imprensa é afrodisíaco, principalmente para alguns iniciados nisso. Alguns que, até pouco tempo atrás, eram figuras anônimas. E isso deve ter uma repercussão psicológica imensa na cabeça dessas pessoas. E essa questão da opinião pública... E aí se verificar, quando se fala em opinião pública - e há uma diferença entre opinião pública e opinião publicada... Porque, se for por opinião pública, esse projeto do tal Ficha Limpa teria sido assinado por 1,3 milhão de pessoas. Eu não vou chegar, como disse o ministro Marco Aurélio, que afirmou que sabe, às vezes, como são coletadas essas assinaturas... Mas se foi 1,3 milhão de assinaturas, se fosse opinião pública, eu tive 1,8 milhão de votos, de pessoas que saíram de casa, levaram seu documento de identidade, assinaram folha de votação e votaram secretamente. Se fosse por opinião pública - com todo o respeito, sem duvidar de como ocorreu a coleta dessas assinaturas - se desrespeitou a opinião pública do Pará. Foram 500 mil votos a mais da assinatura do projeto. E pelo que sei, no projeto original que chegou ao Congresso não estava abrigada essa questão de renúncia: ela foi colocada dentro do Congresso, para inviabilizar a candidatura do governador Roriz, no Distrito Federal. Depois, se falar em opinião pública... Eu acho que o STF, eles chegam lá sem voto... Eu, para chegar ao Senado, tenho de ter votos; e qualquer um, para chegar a cargos públicos, precisa ter votos. Já ministro do Supremo precisa é ter currículo e bons padrinhos. Então, eu acho que quando se chega ao STF, se alcançou o cargo vitalício que é o ápice da administração pública brasileira. Desconheço qualquer cargo mais importante, hierarquicamente, do que ministro do STF. Então, eu acho que essa obrigatoriedade de levar em conta a responsabilidade de interpretar a Constituição, e não estar preocupado em fazer charminho para a opinião pública... Porque se dissesse: não, ministro do STF vai fazer charminho para a opinião pública; ele vai se abstrair de princípios milenares do Direito, porque ele precisa de voto e ele precisa fazer charme, para ter votos, para renovar o seu mandato... Não, eles não precisam. Aliás, nos Estados Unidos, no Poder Judiciário, à exceção, creio, da Suprema Corte, eles precisam ter votos periodicamente, para ocuparem cargos tanto no Ministério Público, quanto para ocuparem cargo de juiz. No Brasil, não. Essas pessoas são inamovíveis, irremovíveis, cargo vitalício... E o Supremo, então, acho que o único compromisso é com a Constituição, com as leis, com a estabilidade do regime democrático. Quer dizer, imaginar – e essa é coisa profundamente dolorosa para mim e para qualquer cidadão – imaginar que juízes do STF estejam interessados em fazer charme para a opinião pública... Até porque, como já foi dito, foi a opinião pública que levou o Hitler a implantar o regime nazista; foi a opinião pública que permitiu a Mussolini implantar o fascismo, na Itália.

Fugidinha quem ta afim ?



Depois da campanha a onda e volta as nossas vidas.
Quem quiser dar um fugida me avisa .......

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A INVEJA MATA !! BLOG DO CIDADE.


Num Congresso que vira noticia mais pelos seus folclóricos participantes como, o palhaço Tiririca, o jogador Romário, o cantor Wlad, um ex- BBB, sucessores de “coronéis”, contraventores, entre tantos outros malfeitores, fica a indagação sobre a perseguição política sobre o deputado eleito Cláudio Puty.


O Puty é uma nova liderança que surge na política paraense e que tem muito a contribuir com o estado, na qualidade de representante na Câmara federal. Representa um novo perfil político, de uma juventude preparada e disposta.

O Puty é um militante de esquerda, defende a liberdade e a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Além disso, sua formação profissional e acadêmica é sólida e representa um salto de qualidade na representação política do estado. Puty é economista, professor da UFPA, possui formação de mestrado no Japão e de doutorado nos EUA, além de ter sido professor universitário na Itália.

Essa rodagem o transforma num cidadão global e isso é muito importante já que, infelizmente, a “elite” brasileira tem uma certa tendência a valorizar as experiências de “fora” do país.

Por outro lado, o Puty ajudou a governadora Ana Júlia a transformar as mazelas desse estado em oportunidades concretas para implantação de um novo modelo de desenvolvimento. Junto com a governadora Ana, o Puty esteve a frente de grandes projetos e sempre teve lado definido, não sucumbiu às benesses e troca de favores do poder e saiu do mesmo jeito que entrou, com sua dignidade intacta.

A oposição, dentro e fora do PT, principalmente o PMDB, vai ter que conviver com isso. O Puty, como alguns gostam de falar, era um cara forte dentro do governo e mesmo assim, não foi responsável por nenhum malfeito no governo, não teve o seu nome envolvido em nenhum escândalo de corrupção.

Já aqueles que o acusam, não podem falar a mesma coisa. Tem gente inclusive que cujo o nome da própria família virou chacota nacional, sendo citado normalmente como exemplo políticos de péssimas condutas, ligados à corrupção e toda sorte de uso indevido dos cargos que ocupam.

Portanto, não adianta ficar inventando boatos, tentando criar fatos que possam igualar a conduta do Puty, à conduta de outros políticos já bem conhecidos por suas ações de rapinagem. É isso !!

postado por Vicente Cidade.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Viva o dia da Consciência Negra, Viva Zumbi e todos os heróis negros de nossa pátria




O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, o que está na origem do fato de o país ter construído uma sociedade vergonhosamente injusta, uma das mais desiguais do mundo.
Em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, 20 de novembro foi instituído o Dia da Consciência Negra, para simbolizar a história de lutas dos brasileiros contra o racismo e a discriminação e por igualdade de direitos e de oportunidades. Que hoje todo mundo possa refletir sobre o que é ser diferente, mas igual.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As eleições, os candidatos e os “magos”. Perereca da Vizinha.

Já andava meio triste, macambúzia, quando me deparei com a brilhante entrevista do publicitário Chico Cavalcante, na edição de ontem do Diário do Pará.
É que alguns coleguinhas já estavam até a fazer “piadinhas” sobre o fato de eu ter dito, por diversas vezes, que a governadora Ana Júlia Carepa era a favorita deste pleito.
Como Chico Cavalcante possui o “anel de doutor” que não possuo, fiquei muito feliz em vê-lo declarar uma coisa que sempre me pareceu claríssima: eleição se ganha na campanha.
Ou, como escrevi aqui na postagem anterior: campanha bem feita ressuscita defunto, quase que literalmente. E só quem se assusta com rejeição é quem nunca fez campanha política – e ainda mais se o “rejeitado” estiver montado na máquina.
E essa é uma coisa muito importante: política não se resume a especializações ou a um simples conhecimento livresco.
Política é, sobretudo, prática. E até um pouco mais: é dedicação, é amor, não um simples trampolim para a fama.
E fazer análise política não é apenas expressar um desejo: é, antes, expressar a tendência de um momento.
Além do mais, quando se trata de agregar o tão valorizado conhecimento livresco, o analista ou jornalista político não pode se deixar ficar pelos clássicos da política – se é que os leu: é preciso conhecer, também, um pouquinho de história, filosofia, psicologia social, antropologia, neurociência e até a “arte da guerra” (não, não é só Sun Tzu) e por aí vai.
O problema é que alguns coleguinhas parecem acreditar que a falta de freqüência a uma escola é um impeditivo à leitura, reflexão e aprendizagem.
Mas nem mesmo ética aprenderam em suas escolas. Tanto assim que pretendem subir na vida a pisar em outros colegas. E até, se for o caso, no pescoço da própria mãe.

II
Chico Cavalcante, que é de fato um grande marqueteiro, faz considerações interessantíssimas sobre a derrota de Ana Júlia. Algumas, vão ao encontro do que escrevi na caixinha da postagem “Os novos rumos da Perereca da Vizinha”.
Para ele, foram três os erros fundamentais da campanha de Ana.
O primeiro, a “tese do desenvolvimento”, advinda de uma leitura incorreta da realidade e até da “subjetividade do eleitor” (?). Um mote que é tanto mais complicado devido às condições de vida do paraense.
Diz Chico, lá pelas tantas: “Num estado como o Pará, com IDH historicamente deplorável, falar em desenvolvimento e alardear de maneira desmedida soa ora como escárnio, ora como discurso desprovido de sentido”.
O “desenvolvimentismo” do “Acelera Pará” teve para ele um “efeito colateral”: aprofundou as diferenças regionais.
“Enquanto insistia em falar da Siderúrgica de Marabá, a campanha da Link deixava descobertas outras regiões, parecendo que privilegiou uma cidade ou região em detrimento de outras. Isso explica a derrota acachapante em Santarém”, observou.
Pode ser. Mas o problema é que Ana não perdeu só em Santarém: perdeu, também, em Parauapebas, outra jóia da coroa petista e que, em tese, também será beneficiado pela siderúrgica.
De igual forma, Jatene perdeu em Abaetetuba, que é administrado por uma tucana.
Daí que a Perereca propõe uma explicação bem mais simples e menos ideológica: é possível que a insatisfação com esses prefeitos tenha levado os munícipes a descarregarem votos na oposição.
O que, aliás, é compatível com a reação de Belém, que votou maciçamente em Jatene, apesar do apoio que Ana Júlia obteve de Almir Gabriel – sem dúvida alguma, o maior “prefeito” da capital desde Antonio Lemos...
Para Chico Cavalcante, o centro da campanha petista teria de ser “o fator humano”, até pela origem do partido, forjado nos movimentos sociais: “Ana teria que insistir no social. Esse é o seu reduto. De costas para ele e guiada por estranhos, se perdeu”
E aqui eu concordo, mas nem tanto assim, com o Chico.
A verdade é que a Link tentou, sim, enveredar por esse caminho – de forma atabalhoada, é verdade, mas tentou.
O problema é que o Orly Bezerra, o marqueteiro de Jatene, já havia previsto isso.
Tanto assim que, logo no começo de julho, essa foi uma das coisas discutidas pela equipe: a necessidade de “humanizar o concreto”, ou seja, de colocar nas obras tucanas o rosto das pessoas, especialmente as mais pobres, que foram beneficiadas por elas.
É aquela história: o PT insiste que a Estação das Docas é a “Estação das Dondocas”; que o Hangar é um “elefante branco”; e que o Mangal, como todo o resto, é “coisa pra rico”.
Mas a verdade é que quem conseguiu emprego e renda com todas essas obras não foi o grande empresário: foi o taxista, a arrumadeira, o garçom, o cozinheiro, o servente - e tantos outros cidadãos que nem de longe podem ser chamados de “ricos” ou de “dondocas”.
A face poderosamente social dessas obras é que nunca foi devidamente mostrada – aí, sim - por erros da comunicação tucana.
Porque tais obras não são feitas para elas mesmas; ninguém coloca tijolos e concreto apenas para agradar ao mister Concreto e à madame Tijolo.
Tais obras, além de inseridas numa estratégica de fomento a alternativas de desenvolvimento econômico, também são feitas para impactar imediatamente a qualidade de vida das pessoas.
Quer dizer: não dá para simplesmente “aplicar” essa história do cimento contra as pessoas – e ainda mais quando se tem cinco hospitais regionais para repisar.

III
Mas Chiquinho acredita, também, que o terceiro grande erro da campanha de Ana Júlia foi “fugir ao confronto”.
E comenta: “Ocorre que há quem confunda o termo “confronto” com a expressão “baixaria”. Não há baixaria na confrontação. Confrontar é respeitar o eleitor; é colocar em questão a fala do adversário. Toda campanha vitoriosa, inclusive a de Jatene, fez isso. O comercial “quem fez mais pelo Pará?”, criado por mim para a campanha de deputados, refutava o argumento adversário com base em dados públicos, apresentados pelo governo, sem baixaria nem ataques pessoais. Para o povo, vale a lógica “quem cala, consente”. Se você é atacado e não responde é porque não tem resposta, é porque o que o adversário diz é verdade. A Link fez o impensável, fez o PT calar. Extirpou a rebeldia. Domesticou o vermelho, azulou suas bandeiras. Desde o começo fez Ana Júlia e Paulo Rocha se apequenarem, falarem falas despossuídas de paixão, de vida, enquanto Jatene e Flexa Ribeiro ostentavam um vigor exemplar. A Link impôs ao PT um caráter lerdo, lento, abobalhado diante das denúncias e ataques que, por fim, foram sedimentando. Essa turma colocou na boca das principais lideranças do PT textos e falas abaixo da crítica. A reação reflexa aos ataques, tipicamente de esquerda, inexistiu na campanha da situação”.
Aí eu tenho de concordar em gênero, número e grau com ele.
Ora, as pesquisas detectaram um anseio do eleitor por uma terceira via. Mas uma terceira via com propostas que ele identificasse como factíveis. Além, é claro, de um representante que lhe transmitisse credibilidade.
Quer dizer: o eleitor não queria, a priori, os tucanos. Não queria o que está aí, mas também não queria simplesmente “voltar ao passado”.
Assim, se a Link tivesse conseguido refrescar a memória do eleitor, a mostrar-lhe um passado nada idílico, mas, bem pior que o presente, é muito provável que Ana Júlia tivesse sido reeleita.
(E aqui eu não estou a falar de convicções pessoais – e as tenho – mas de como funciona a “conservadora” cabeça do eleitor).
Era preciso, sim, ter atacado, especialmente, em setores como Saúde e Segurança, para “destruir” e fixar.
E era preciso, também, “desconstruir” a imagem de Jatene – o que nada tem a ver com baixaria.
Baixaria é o piloto, a manicure, o copo de uísque, assim como a “preguiça” e a pescaria.
Coisas que, como se viu, nada acrescentam em termos eleitorais.
O eleitor comum, o cidadão médio, que em geral nem se engaja na política, não tá nem aí se o Jatene pesca e a Ana bebe.
Ele quer é saber se a vida melhorou, se tem dinheiro no bolso, se o hospital funciona, se a escola tem carteira e professor e se já pode andar pelas ruas com um mínimo de tranqüilidade.
E também quer saber, sim, se o cidadão ou cidadã que está a lhe prometer mundos e fundos tem um perfil minimamente honesto e capaz, para realizar aquilo que está a prometer.
Daí que o eleitor vê enorme diferença entre uma denúncia “parruda” – especialmente, se feita em formato jornalístico – e a simples ofensa pessoal.
E ainda consegue, de acordo com a moralidade imperante, fazer a gradação entre essas denúncias “parrudas”.
Por isso, um “kit escolar” é mais difícil de “vender” do que um “Hangar”. Ou um “Hangar” mais difícil de “vender” que a compra superfaturada de medicamentos.
E mais: mesmo a campanha de Flexa Ribeiro era de facílima “desconstrução”.
Bastaria mostrar, em uma série de reportagens, o perigo da doença de Chagas.
Quer dizer: fazer o eleitor perceber, como Belém percebeu em relação aos ambulantes, que existe uma diferença fundamental entre os interesses de alguns e o interesse de milhões.
Mas nem essa coisa tão clara, tão simples, a Link foi capaz de perceber.

IV
Chiquinho também diz o seguinte: “Mesmo em inferioridade de tempo no primeiro turno, Jatene conseguiu consolidar a rejeição da candidata petista, retirando a possibilidade de que essa rejeição inicial, natural em quem governa, caísse ao longo da campanha e se diluísse no segundo turno. Com a rejeição alta e sólida, o círculo de voto da campanha de Ana Júlia acabou se circunscrevendo praticamente aos votos do PT, situados um pouco além do terço do eleitorado identificado com a legenda. É curioso isso porque, ao fazer uma campanha azul no primeiro turno [no segundo turno a campanha tornou-se vermelha por imposição do partido, contra a vontade da Link], escondendo os símbolos do partido, negando a história das campanhas passadas, a Link queria que Ana se distanciasse do PT que, por fim, acabou sendo seu abrigo”.
É verdade: esse distanciamento do PT (e a conseqüente perda da identidade e da militância) foi decisivo para a derrota de Ana, vez que tudo se resolveu, de fato, no primeiro turno.
E aqui é preciso entender uma coisa: esse segundo turno foi muito mais “pro forma”, do que qualquer outra coisa.
E por quê?
Porque dificilmente se consegue uma virada tão extraordinária – foram mais de doze pontos de distância, se bem me recordo, no primeiro turno – em apenas vinte dias.
Não há como, a não ser que aconteça uma catástrofe: o sujeito, por exemplo, seja preso por assassinar a mãe e o pai.
Fora isso, talvez só a Lei da Ficha Limpa pudesse ter tido algum impacto, até pela decisão do Supremo em relação a Jader.
Mas para isso seria preciso esgrimir a Ficha Limpa com uma perícia que a Link não terá nem nas próximas dez mil reencarnações...
Seria preciso apelar de forma firme – e planejada – para esse medo enorme que o eleitor tem de “perder o voto” (coisa que foi fatal até mesmo para a votação de políticos do quilate de Paulo Rocha e Jader Barbalho).
O eleitor quer ter certeza de que “votou bem”; não quer ser “motivo de chacota” das pessoas que o cercam. E mais: quer amanhã, se necessário, poder dizer, sem ter de mentir: “me ajude, porque eu votei no senhor”.
Quer dizer: a Ficha Limpa, se bem usada pela Link, poderia fazer um estrago considerável na campanha de Jatene. E mais ainda se fosse possível criar uma expectativa de recuperação da Ana, na reta final do segundo turno.
Mas nem isso seria “garantido”; até isso envolveria um esforço sobre-humano, dada a “cristalização” do primeiro turno.
Em outras palavras: esses doze pontos de diferença só poderiam ser considerados “uma coisa menor” se eles, na verdade, indicassem uma tendência de crescimento da candidatura da Ana.
Mas essa fala do Chiquinho também nos leva a outra questão importante: o distanciamento da militância petista em relação à campanha de Ana.
Ora, esse temor já havia em 2006. Mas isso acabou “contornado”, digamos assim, pela grande liderança de Paulo Rocha e até por Mário Cardoso, que se curvou à decisão da cúpula partidária.
Mas naquela altura os petistas nem sequer imaginavam, mesmo em seus piores pesadelos, que esse viria a ser um governo da DS – e não do PT.
Agora, porém, eles tinham plena consciência do que se tratava.
Tinham consciência de que a coisa não era assim tão diferente em relação aos tucanos – mas, talvez, um bocado pior.
E apesar disso, da descrença de um PT tão sofrido - que às vezes era até obrigado a reconhecer a superioridade administrativa dos tucanos – a Link ainda tentou “azular” a campanha paraense.
E esse talvez seja o fato revelador da dificuldade de importação de agências de propaganda – seja da Bahia, do Rio Grande do Sul ou de São Paulo.
Uma agência com um mínimo de conhecimento da realidade local teria “avermelhado” a campanha desde o início e até aconselhado Ana Júlia a afastar temporariamente o seu triunvirato.
Um movimento que, embora diversionista, seria decisivo até para a rearticulação da base de apoio do governo.
Mas a Link, como não conhecia nada do Pará, sacou do bolso um manual de campanhas eleitorais (por sinal, não atualizado desde a primeira eleição de Lula) e achou que a questão seria “azular”, quando, na verdade, o problema nunca foi o PT – nem para a militância, nem para a população, que deu aos petistas a maior bancada que eles jamais tiveram na Assembléia Legislativa.
No fundo, tudo o que sobra quando se passa o coador é a sombra da DS: no afastamento da militância, na desarticulação da base aliada, no aborrecimento do eleitor por sucessivos disparates e até na escolha e manutenção da Link Propaganda.
Ou seja, como já disse tantas vezes, o xis da questão foi a opção de Ana Júlia pela sua corrente política.

V
Na entrevista ao Diário, Chiquinho também se refere a duas coisas importantíssimas.
A primeira é o conhecimento do teatro de operações; a segunda, a importância do marketing político para a artilharia dos exércitos.
De fato, bem pouca gente que trabalha em campanhas políticas atenta para uma coisa fundamental: fazer campanha de rádio e TV não é simplesmente bolar uma linda peça de propaganda. E não é, apenas, editar programas de maneira certinha, “profissional”.
Na verdade, esses programas, assim como os comícios, funcionam como verdadeiras “linhas de abastecimento” aos nossos arraiais.
E essa é uma coisa bem simples de entender: numa guerra, até o mais poderoso exército pode ser aniquilado pela falta de água, comida, armamentos, informações.
E essas linhas de abastecimento, no nosso caso – um Estado Democrático e que não anda metido em guerras – teriam a sua melhor representação, talvez, não apenas no dinheiro que se pode enviar aos militantes, mas, sobretudo, no “fornecimento de argumentação”.
O discurso da campanha, que se consegue captar não apenas nos comícios, mas, também, nas peças de propaganda do rádio e TV, que são transmitidas de forma bem mais célere e massiva, são fundamentais ao trabalho dos militantes.
Mesmo com dinheiro, se esses argumentos não estiverem bem “mastigados”, corre-se o risco de os militantes nem conseguirem trabalhar. Ou de trabalharem num rumo oposto ao pretendido, dispersando as forças, em vez de agregar.
Daí a importância de um discurso fácil, com fixação da idéia central, que a militância poderá reproduzir quase que de ouvido. Daí a importância de nunca deixar uma acusação sem resposta – e de ser lógico, claro, preciso e até emocional nessa resposta. E daí a importância de peças extraordinárias de propaganda, como é o caso do jingle, que nada mais é do que um discurso cantado e de assimilação bem mais rápida.
E quanto ao conhecimento do “teatro de operações”, ou seja, do terreno em que a guerra acontece, esse já foi tratado acima, quando se falou do “azulamento”, em vez do “avermelhamento” da campanha da minha xará e até da inadequação do mote de campanha.


VI
Por último, quero falar sobre a imagem da candidata.
Diz Chiquinho, à certa altura: “Já o erro de posicionamento de imagem foi o que fez consolidar a rejeição da governadora. A imagem apresentada ao eleitor aumentava a rejeição de Ana Júlia. Era a antítese da guerreira, da lutadora, da mulher destemida, da mulher sintonizada com o povo, da mulher que fez sua trajetória a partir dos movimentos sociais. Ela parecia Margaret Thatcher, a baronesa que foi primeira ministra da Inglaterra. Falava lento como se estivesse anestesiada, com estranha ênfase no final das frases”.
O problema é que é quase impossível pegar um candidato e enfiar num “personagem” diferente daquele que as pessoas enxergam ou até daquele que é mesmo próprio desse candidato.
Isso soa falso demais: as pessoas não reconhecem mais aquele sujeito e toda a relação que ele construiu com o eleitor vira fumaça. O próprio candidato acaba como que “se perdendo de si”, diante desse novo personagem. Daí a velha máxima: o marketing político é que tem de se adequar ao candidato – não o contrário.
É certo que Jatene, com a sua personalidade Zeliguiana, é quase que um coringa: tanto pode ser o técnico competente que todos reconhecem e que é o papel no qual ele fica muito mais à vontade; quanto, com uma boa guaribada na linguagem, pode se transformar no “herói popular”.
Mas esse é um perfil muito, muito raro entre os políticos; esse que permite “casar” o técnico e o herói; a magia e a racionalidade.
Por isso, é um enorme erro tentar encafuar o candidato numa imagem que não tem nada a ver com ele. É como se alguém resolvesse transformar o Lula num José Serra. Ou o José Serra num Luís Inácio.
O eleitor, que não é burro nem nada, nota a diferença. No fundo, é a quebra da confiança e intimidade entre o candidato e o eleitor.
E essa é coisa muito importante, que acho que até já disse aqui: o grande erro de muita gente está em confundir inteligência com educação formal. A educação formal pode, de fato, ajudar a ampliar as nossas perspectivas. Mas a falta dela não torna ninguém burro.
E se as pessoas não entendem o que você diz, o erro é seu, que, provavelmente, não está usando as palavras certas: o vocabulário de domínio popular.
Até porque um discurso simples é muito mais difícil de elaborar: isso requer domínio da língua mátria e da forma como as palavras são de fato percebidas pelo ouvinte. Requer, ainda, a permanente adequação do discurso, mesmo que “improvisado”.
Por seus longos anos de militância política, Ana Júlia Carepa possui essa capacidade em grau muito maior do que Jatene, que, nos debates, muitas vezes ficava “lutando” com o técnico, que é extremamente forte nele e prioriza a exatidão – quando, na política, a prioridade tem de ser a compreensão do discurso.
Afinal, se as pessoas não compreenderem o que você está a dizer, como é que elas poderão apoiar? Além disso, um discurso mal compreendido é de facílima distorção pelo adversário.
Mas nem essa capacidade de Ana Júlia a Link Propaganda soube aproveitar.
Uma qualidade poderosa, que poderia até ajudar na recuperação da credibilidade da candidata, já que é muito mais fácil confiar naquele que se faz compreender, porque parece “simples” e sem “enrolação” – em suma, um igual.
Como disse na caixinha daquela minha postagem sobre os novos rumos da Perereca, era preciso mostrar Ana Júlia como “repórter” das próprias obras desde o início. Isso – e já aproveitando as declarações do Chiquinho – ajudaria também a reforçar a ligação dela com o povo, que é reconhecida pelo eleitor.
Mas esse tipo de percepção, acerca de quem é de fato o candidato, não está disponível em nenhum manual de campanha. E requer, sobretudo, conhecimento da “criatura” e das suas potencialidades.

Wladimir Costa é acusado de compra de votos

O deputado federal paraense Wladimir Costa (PMDB) é acusado de compra de votos na última eleição pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) representação contra ele. Reeleito como o mais votado no Estado, com 236 mil votos, Costa é apontado na denúncia dos procuradores André Sampaio Viana e Bruno Soares Valente como responsável por oferecimento gratuito de cursos de informática em troca de votos.

Caso a Justiça aceite a denúncia, o deputado poderá ser impedido de tomar posse no próximo dia 17 de dezembro ou ter o mandato cassado. Segundo a representação, Costa teria agido com apoio do irmão, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, e de um funcionário de uma rádio em Itupiranga, no sudeste paraense. Alunos do curso de informática confirmaram ao MPE que propaganda feita por carro de som no município informava que o deputado era o proprietário da rádio Jovem FM, onde o curso era oferecido.

Os dois procuradores informam que o coordenador da rádio e da campanha do candidato, Murilo Santos Ferreira, afirmou que o curso era promovido pela própria sociedade W. A. C. Rabelo e Cia Ltda., permissionária da rádio. O curso, oferecido gratuitamente a estudantes com mais de 15 anos de idade, começou em 12 de setembro, com previsão de término em 12 de dezembro.


Segundo depoimentos de instrutores, 1.180 alunos foram matriculados, sendo 840 na sede do município de Itupiranga e 340 no distrito de Cajazeiras. Costa foi o mais votado em Itupiranga, com 4.896 votos, o que representou 22,85% dos sufrágios válidos no município. Conforme o MPE, os números revelam "o sucesso da empreitada ilícita".

Localizado pela reportagem, o deputado declarou que acabava de saber pelo jornal que estava sendo processado. "Isso é perseguição. Todo o Pará sabe que tenho quatro carretas-escola que percorrem o ano inteiro todo o Estado tirando pessoas das drogas, da marginalidade e oferecendo a elas dignidade e qualificação profissional". Costa disse que não cometeu nenhum crime eleitoral e que vai responder ao processo com "tranquilidade". "É o preço que pago por ser um campeão de votos."

Reações:

O Ministério Público Eleitoral entrou com representação contra o deputado Wladimir Costa, pedindo a cassação do registro de sua candidatura. O deputado é acusado de compra de votos no município de Itupiranga.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Minha Avaliação do Processo No Pará e no Brasil.



Estou  triste pela derrota do  projeto político do Partido dos Trabalhadores, Mas isso tem diversos fatores do qual eu sei  a maior parte pois tiver a chance de acompanha a campanha tanto em Belém como em otros Muncipios.
Não serei eu a atira a 1 pedra em quem forão os culpados dentro do PT, acho que o momento e de reflexão, e de valorização dos verdadeiros militantes do PT e partidos Aliados, os que lógico forão até o final com Ana Júlia, quero somente agradeçe ao todos os meus amigos e companheiros em Bragança onde fui com a dona Fátima, Jacundá onde fiz tantos amigos que futuramente voltarei para ver-los, ao povo do bairro de Fatimá, Pedreira, Tapanã que me ajudarão no que foi preciso.
Assumo com muito carinho o apelido que me foi dando em JAcundá:
Negão do Pará  pelo meu amigo secreto e minha equipe de visual, ao prefeito  Dino e vereadores Lindomar e Geane o resto da galera vou colocar numa próxima postagem com os devidos agradecimentos.
Em especial ao Luizinho meu amigo que me deu essa chance de mostrar o meu potencial e a sua família pelo tratamento que os erros fiquem para trás pois quem andar assim nós sabemos que gente não é, Parabéns  Governadora pela garra, aos deputados federais eleitos em especial ao Claúdio Puty, aos estaduais que em nome do Edison Moura dou meus abraços, aos partidos aliados saudos todos em nome do valoroso comarada Fabio Simão, em nome do seu Ademir e do Clebson abraços a todos do comitê, sei que saio maior do que entrei nesta campanha, em nome do  meu amigo Cidade e Itabirici e Alberto Puty que forão fundamentais na campanha deixo uma mensagem aprendam a fazer campanha com organização e etica.
Parabens a o Simão Jatene que o povo do Pará seja feliz com sua decisão, mas o o fundamental e que no Brasil quebramos um paradigma com a eleição da 1 Mulher na presidencia da republica do Brasil Dilma minha companheira que seu  mandato seja maior e melhor  para o povo do Brasil, Parabens Lula pela escolha dessa mulher fica ai seu presente de aniversario pela metade, mas como diz meu amigos:
acabou a eleição..daqui a dois anos tem outra e eu to lá de novo mas desta fez será diferente a isso com certeza vai ser aguardem.
Para os que gostam de um debate de alto nivel leiam o blog do meu amigo Cidade Destaco nesse momento a postagem http://vicentecidade21.blogspot.com/2010/11/perdeu-o-pt-perdeu-ds-todos-perderam-o.html