quinta-feira, 22 de março de 2012

Silêncio do governo incomoda parte dos tucanos

Tucanos - não todos, evidentemente - estão indisfarçavelmente incomodados com o silêncio do governo do Estado sobre a revelação de que o Pará vem sendo esfolado em seus cofres, há pelo menos uma década, porque não cobra pelo uso de recursos hídricos por mineradoras que faturam bilhões por ano.
Os tucanos incomodados entendem que o governo, com seu silêncio, acaba mandando, sem querer, um sinal enviesado à sociedade: o de estaria encarando esse debate que só agora começa como a tentativa mal disfarçada de partidarizar um assunto que, em verdade, nem de longe merece ser partidarizado.
Não merece e nem está sendo partidarizado.
Ao contrário, parece, da maioria de seus companheiros - sim, tucanos, também têmcompanheiros, por que não? -, os tucanos incomodados estão certos de que esse debate não deve ser e nem está sendo, como dizem em bom e nem tão claro tucanês, fulanizado.
Traduzindo do tucanês para o português: esse assunto, no entendimento dos tucanos incomodados, não está e nem deve ser direcionado para Jatene, Almir, Ana Júlia, José, João, Fulano, Sicrano ou Beltrano.
Não.
Os tucanos incomodados já compreenderam que a parada é apartidária.
Diz respeito aos interesses do Pará.
Tem a ver com os interesses do Pará.
E se essa parada não tem fundo partidário, não está sendo fulanizada e tem tudo a ver com os interesses do Pará, por que então, esse silêncio, digamos assim, arrogante do governo do Estado, como se simples questionamentos representassem a demonstração de furores incontroláveis contra A, B, C ou Z?
Sabe-se lá.
A essa pergunta, nem os tucanos incomodados, ou sobretudo eles, conseguem responder.
Mas os tucanos incomodados concordam: como no caso dos seis personagens de Pirandello à procura de um autor, o governo está à procura de um discurso.
Bobagem, dizem os tucanos incomodados.
O governo não precisa discursar.
Não precisa se justificar.
Não precisa, de antemão, eximir-se de culpas.
Só precisar debater.
Custa debater?

OAB exige que Pará cobre R$ 5 bi de mineradoras



No Estadão.com.br
O Pará está jogando fora uma fortuna que poderia reduzir seus índices africanos de pobreza. Ele deixa de arrecadar R$ 5 bilhões por ano com a exploração dos recursos hídricos por empresas mineradoras que atuam no Estado. A cobrança, que não é taxa ou imposto, está prevista em lei, mas nunca foi feita. A omissão já dura mais de dez anos.

As empresas usufruem de outorga gratuita e ainda gozam de renovação sistemática das licenças a cada dois anos. Se a cobrança fosse realizada hoje e as mineradoras tivessem de pagar tudo o que deixaram de recolher em mais de uma década, segundo especialistas consultados pelo Estado, a dívida seria de US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões, o equivalente a quase duas vezes o Produto Interno Bruto do Pará.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB/PA) decidiu exigir do governo estadual que a cobrança seja feita. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB, Ismael Moraes, argumenta que "inexiste qualquer motivo para que as empresas que utilizam as águas paraenses sejam isentadas de pagamento como está ocorrendo há mais de uma década".
Moraes, em ofício enviado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), disse que a OAB quer fazer parte do Conselho de Recursos Hídricos do órgão para pressionar pela cobrança. O Conselho existe no papel, mas nunca funcionou. Hoje, somente Ceará e São Paulo cobram pelo uso industrial da água.
Como os rios e mananciais são de domínio exclusivo do Estado, compete a ele cobrar e utilizar os recursos. A Agência Nacional de Águas (ANA) tem atribuições quando se trata de rios do domínio da União. Os únicos que hoje são obrigados a pagar ao Estado são os pequenos consumidores.
Também são os únicos que a Sema fiscaliza e autua caso cavem um poço artesiano no fundo do quintal sem autorização.
As indústrias, segundo especialistas ouvidos pelo Estado, consomem a média de 3,5 bilhões de litros de água no processamento dos minerais. Os gastos também são grandes no resfriamento dos lingotes de alumínio e nas refinarias de alumina. Mas é no transporte de bauxita e caulim pelos minerodutos que o consumo é astronômico.
Além de não cobrar, o Estado não possui nenhum controle sobre o que é consumido pelas mineradoras. Técnicos que atuam nos projetos estimam, com base nas centenas de milhões de m³ de água utilizados nas indústrias minerais, multiplicadas por apenas 30% do valor cobrado pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) do consumidor doméstico, que o Estado perca mais R$ 800 milhões apenas com o mineroduto de 244 km da norueguesa Norsk Hydro, que leva bauxita de Paragominas, no leste do Pará, para Barcarena, polo industrial próximo a Belém.
O diretor do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), José Fernando Júnior, afirma que o setor cumpre a legislação. Ele confirmou que as mineradoras são licenciadas pela Sema e que não pagam pela exploração da água. "Nós somos autorizados pelo órgão ambiental, que concede a outorga e faz a renovação a cada dois anos." O governo do Pará e a Sema não quiseram se pronunciar.

MP pede adiamento de audiência pública sobre projeto da Avenida Indepêndencia

             
O Ministério Público do Estado (MPE), por meio do promotor de justiça, Raimundo de Jesus Coelho Moraes, Recomendou ao secretário de estadode integração regional e desenvolvimento urbano, Marcio Godoi Spindola , que não realize a audiência pública marcada para o dia 23 (sexta), data em que seria discutido o licenciamento ambiental do projeto da Avenida Independência, que visa a integração do Porto de Vila do Conde ao aeroporto de Val de Cans.

O promotor Moares acredita que a realização da audiência pública pode confundir a população interessada, pois não se trata de um ato relativo ao licenciamento ambiental da obra e por não haver ainda os estudos a serem debatidosem tal audiência.

Moraes ainda acredita que há necessidade de garantir a capacidade de prevenção e reparação de riscos e danos ambientais, por meio dorespeito aos procedimentos e padrões do licenciamento ambiental.

Audiência pública tem como objetivo divulgarinformações, recolher dados, argumentos, opiniões, críticas e sugestões detodos os interessados na implantação de algum projeto que beneficiará apopulação, entretanto, no caso do projeto da Avenida Independência, énecessário levar em consideração recursos ambientais ou ações modificadoras no meioambiente.

Assim sendo, o promotor Raimundo Moraes defende de que “olicenciamento ambiental é o procedimento público que possibilita a transparêncianecessária e a participação dos interessados, em razão do interesse público”

A promotoria Recomenda que, em um prazo de dez dias, asprovidências e medidas sejam efetivadas no sentido de cumprir a orientaçãoproposta, e ainda adverte que o não atendimento sem justificativa da presenterecomendação importará na responsabilização e na avaliação das medidasjudiciais civis, penais e administrativas, visando resguardar os bens ora tutelados, inclusive, coma ação civil pública por improbidade administrativa.

Texto: Augusto Nascimento (graduando em jornalismo)
Revisão: Edson Gillet (Assessoria de Imprensa)

Jatene e Duciomar discutem impasse em obras

O governador Simão Jatene, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o prefeito de Belém, Duciomar Costa, se reuniram ontem, em Brasília, para discutir o impasse nas obras dos governos estadual e municipal que visam agilizar e modernizar o tráfego na Região Metropolitana de Belém.
Segundo a ministra, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar na primeira semana de abril investimentos para as capitais brasileiras, destinados à aquisição do Bus Rapid Transit (BRT). Belém poderá não receber os recursos, caso as incompatibilidades não sejam sanadas a tempo.
O grande impasse na implementação é causado pela superposição dos projetos do Estado e da prefeitura na avenida Almirante Barroso. O governo propõe à prefeitura que implante o projeto na Augusto Montenegro até o distrito e Icoaraci, e o Estado assumirá o trecho da Almirante Barroso.
Para ajudar na solução, a ministra disse que o governo federal está disposto a assumir o financiamento de R$ 320 milhões, prometido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), que condicionou os recursos à execução das obras na Almirante Barroso pelo governo do Estado.
RECURSOS
“Nós achamos que os dois projetos têm qualidade, apesar de estarem fora do limite originalmente proposto para Belém. Nós estaríamos dispostos a não prescindir dos recursos da Jica para financiar os dois trechos, mas o problema é essa parte em comum”, destacou Miriam Belchior. Ela designou uma equipe de técnicos dos ministérios das Cidades e do Planejamento para visitar Belém na próxima terça-feira, para conhecer melhor os dois projetos e ajudar que ambas as partes cheguem ao consenso.
Simão Jatene afirmou à ministra que tem todo o interesse em suprir essa incompatibilidade, para que o Estado não perca essa disposição de recursos inédita para o sistema de trânsito da Região Metropolitana de Belém.
“O governo federal mostrou que tem todo o interesse em participar do projeto, mas que pra isso é fundamental que haja uma compatibilidade entre os projetos, não apenas no projeto da engenharia, mas, sobretudo, na operação dos sistemas que vão ser implantados. Estamos discutindo isso, e eu aposto num entendimento com a prefeitura”, afirmou Jatene.
Projetos são diferentes, diz Jatene

Jatene explicou, ainda, que, apesar de os dois projetos terem o trecho da Almirante Barroso em comum, são totalmente diferentes. “Os dois projetos não são iguais. Primeiro porque o projeto do Governo do Estado é metropolitano. Então, essa é uma questão de diferença técnica e nós temos que avaliar. Outro ponto que nos preocupa é a necessidade de vias alternativas. Eu comuniquei essa minha preocupação ao prefeito Duciomar. Particularmente, acho uma temeridade mexer na Almirante Barroso sem ter uma via alternativa, que é o que pretendemos fazer com a ampliação da João Paulo II e da Independência. O Estado entende que para interferir no fluxo da Almirante Barroso é necessário criar vias alternativas, para não sacrificar a população”.

VISÃO

Para o secretário Especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão, a diferença entre as duas propostas é de visão técnica. “Os impasses estão vinculados às visões do projeto. A visão do projeto do governo seria metropolitana, e a visão do projeto da prefeitura é municipal. Então, há uma diferença de nível. A gente vai fazer uma avaliação. A ministra colocou de forma muito clara que se não houver um entendimento entre governo e prefeitura, Belém pode ficar fora de recursos, e a gente tem que fazer um acordo, um acerto, para redesenhar o projeto, para que todos os projetos tenham uma condição de fazer uma apresentação que consolide os interesses do Estado e do município num projeto só”. (Agência Pará)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sespa compra quase R$ 5 milhões sem licitação para o Presença Viva, no ano eleitoral de 2012. Dispensas incluem até bonés e camisetas. A maior dispensa de licitação, em valor superior a R$ 2 milhões, beneficiou empresa paulista, que ganhou contrato milionário 17 dias depois de abrir filial em Belém.



Presença Viva: R$ 5 milhões sem licitação para turbinar programa que distribui até óculos no ano eleitoral (Foto:Agência Pará)



Podem chegar a quase R$ 4,9 milhões as dispensas de licitação já efetivadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), para a realização do programa Presença Viva, neste ano eleitoral de 2012.

As dispensas abrangem de tudo: materiais permanentes e de consumo de uso oftalmológico e odontológico, aluguel de embarcações, plotagem de veículos, confecção de toldos, camisetas, aventais e bonés, e até materiais para batedores de açaí.

A maior dessas dispensas, em valor superior a R$ 2 milhões, beneficiou uma empresa de São Paulo, a RPR Serviços Médicos Ltda (CNPJ: 10.417.332/0001-20).

Segundo a Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), a RPR, que funciona desde 2008, abriu uma filial em Belém (avenida Nazaré 532, sala 217) em 31 de janeiro de 2012.

Duas semanas depois, em 17 de fevereiro, a Sespa assinou a dispensa de licitação que beneficiou a empresa. No mesmo dia, a Secretaria empenhou os mais de R$ 2 milhões em favor da RPR (a Nota de Empenho é a 01213). Desse total, mais de R$ 500 mil foram pagos em 1 de março, através da Ordem Bancária (OB) 02004.

A Dispensa de Licitação foi publicada no Diário Oficial de 23 de fevereiro (caderno 3, página 11).
No dia seguinte, foi publicado no DOE (caderno 4, página 3) o contrato 8/2012, que renderá mais de R$ 2 milhões à empresa.

Segundo o DOE, o contrato se estenderá de 23 de fevereiro a 20 de agosto deste ano e a RPR prestará serviços de consultas e exames oftalmológicos e nas especialidades de  Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia e Cardiologia, além de atendimentos de Enfermagem, dentro do programa Presença Viva.

Na Jucesp, consta que a RPR, que também possui uma filial no Rio de Janeiro, presta serviços de UTI móvel e remoção de pacientes, exceto urgências.

Pelo CNES, o cadastro dos estabelecimentos de Saúde do Datasus, a empresa possui apenas 10 profissionais de saúde – quatro médicos clínicos, um enfermeiro e cinco auxiliares de enfermagem.

Os equipamentos da RPR cadastrados no CNES são duas bombas de infusão, dois desfibriladores, um marcapasso e dois respiradores/ventiladores.

Todos os veículos do Presença Viva, ao que parece, pertencem ao Governo do Estado, conforme se depreende da notícia veiculada, em 04 de agosto do ano passado, pela Agência Pará, a central de informações oficiais.

De acordo com a notícia, o programa, mesmo antes da contratação da RPR, já prestava atendimento em várias especialidades médicas, inclusive oftalmologia, e as unidades móveis do Presença Viva foram reformadas e reequipadas pelo Governo. Clique nos quadrinhos abaixo para ampliar:


Segundo os registros da Jucesp, a RPR pertence ao médico Rodrigo Rossini Dias Luz e ao cidadão Mário Artur Orsi, que, pelo menos até 2007, também era sócio da Orbe Brasil Indústria e Comércio Ltda, uma fabricante de componentes eletrônicos.

Todas as dispensas de licitação realizadas pela Sespa em função do Presença Viva tiveram por base o artigo 24, inciso IV, da Lei 8666/93, a Lei das Licitações.

O inciso prevê a possibilidade de dispensa licitatória “nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos”.

Quase todas as dispensas de licitação foram assinadas nos dias 16 e 17 de fevereiro. As que estão claramente publicadas no Diário Oficial do Estado como dispensas licitatórias totalizam mais de R$ 4,270 milhões.

Mas há ainda outro contrato, o de número 4/2012, firmado com a empresa Alucar – Locadora de Veículos Ltda, para o aluguel de embarcações tripuladas, no valor de quase R$ 628 mil, que pode também ter decorrido de uma dispensa.

O contrato foi publicado no DOE de 24 de fevereiro, caderno 4, página 3. Nele, consta que a base legal da contratação foi o Registro de Preços 25/2011.

Mas o único Pregão da Sespa com esse número, no site do Comprasnet, se destinou à aquisição de equipamento médico (densiômetro) e foi abandonado.

Duas notas de empenho no site Transparência Pará, com previsão de pagamento à Alucar por serviços ao Presença Viva, também registravam um Pregão como base legal do contrato, mas ambas acabaram anuladas.

Uma terceira Nota de Empenho, a de número 01628, que até hoje permanecia válida, refere o pagamento como decorrente de uma dispensa de licitação.

Na área médica, além de consultas e exames, o Presença Viva fornece óculos e medicamentos à população.

Salvo engano, a previsão de gastos do Plano Plurianual (PPA) para o Presença Viva era de pouco mais de R$ 5 milhões, no período entre 2012 e 2015.

Desse total, apenas R$ 1 milhão deveria ser gasto em 2012.

Veja abaixo a lista dos diários oficiais do Estado (DOE) que trazem dispensas de licitação e contratação de serviços para o Presença Viva, além do pagamento de diárias para os servidores da Sespa que atuam no programa:

DOE 25 de janeiro de 2012, caderno 3, página 1.
DOE de 13 de fevereiro de 2012, caderno 3, página 5.
DOE 17 de fevereiro de 2012, caderno 3, página 10 em diante.
DOE 23 de fevereiro de 2012, caderno 3, página 11 em diante.
DOE 24 de fevereiro de 2012, caderno 4, página 3.
DOE  27 de fevereiro de 2012, caderno 3, página 13.
DOE 01 de março de 2012, caderno 4, página 9.
DOE  02 de março de 2012, caderno 3, página 8 (diárias).
DOE 06 de março de 2012, caderno 4, páginas 3 e 4 (diárias).
DOE 07 de março de 2012, caderno 4, páginas 1 e 4.

E aqui você confere as dispensas de licitação (DL) comprovadamente realizadas pela Sespa:

DL 03/2012: Locação de imóvel à rua Vila Nova, 105, BR-316, em Marituba, para abrigar 11 ônibus e 3 contaneirs do Presença Viva por 12 meses (de 07/02/2012 a 07/02/2013). Beneficiária: Metalúrgica Edem Ltda. Valor: R$ 180 mil.

DL 12/2012: Aquisição de grupo gerador e acessórios de instalação, para atender o Presença Viva em 2012. Beneficiária: Timbó Comércio & Empreendimentos Ltda – ME. Valor: R$ 117.192,00.

DL 13/2012: Aquisição emergencial de material de consumo de PA e Glicemia, para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiária: F. Cardoso& Cia Ltda. Valor: R$ 50.424,00.

DL 14/2012: Aquisição emergencial de medicamentos para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiária: F. Cardoso& Cia Ltda. Valor: R$ 18.038,10.

DL 15/2012: Aquisição de materiais odontológicos permanentes, para atender  o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiária: Nordestina Comércio, Representação e Serviços Ltda (Capanema). Valor: R$ 76.260,00.

DL 16/2012: Aquisição de materiais oftalmológicos permanentes para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiários: Universo Óptico Comércio e Representação Ltda; e  Martinato Máquinas de Precisão Ltda. (Caxias do Sul, RS). Valor: R$ 76.109,00.

DL 17/2012: Aquisição de material de consumo odontológico, para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiária: Trat Comércio de Produtos Odontológicos Ltda. Valor: R$ 341.376,22.

DL 18/2012: Aquisição de material de consumo oftalmológico, para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012. Beneficiária: Santos&Santos Comércio Óptico Ltda-ME (Abaetetuba). Valor: R$ 681.711,60.

DL 20/2012: Serviços de artes visuais para plotagem em 04 ônibus, para atender o Presença Viva de 24/02 a 13/05/2012.  Beneficiária: Alfa 12 Comunicação Visual. Valor: R$ 38.420,00.

DL 21/2012: Locação de uma embarcação para 200 passageiros, para o transporte dos profissionais do Presença Viva na Região do Marajó (no contrato a vigência é de 17/02 a 17/08/2012). Beneficiária: Landnav – Transportes, Comércio e Navegação Ltda – EPP. Valor: R$ 379.855,41.

DL 22/2012: Confecção e instalação de toldos em nove unidades móveis de saúde, para atender o Presença Viva em 2012. Beneficiária: Para Toldos Ltda – ME. Valor: R$ 15.120,00.

DL 23/2012: Aquisição de material de consumo (camisas, aventais e bonés). Beneficiários: J. M. Reis da Luz – ME; e  Salto Alto Comunicação Visual Ltda – ME. Valor: R$ 96.000,00.

DL  24/2012: Contratação temporária de serviços de consulta e exame oftalmológico, pediatria, ginecologia, obstetrícia, cardiologia e enfermagem, para operacionalização do Presença Viva. Beneficiária: RPR Serviços Médicos Ltda (São Paulo). Valor: R$ 2.021.200,00.

DL 26/2012: Aquisição de material de consumo, atendendo às necessidades dos batedores de açaí, através da Divisão de Controle da Qualidade de Alimentos da Sespa e do Presença Viva. Beneficiária: Shopping Hospitalar Comércio e Representação Ltda. Valor: R$ 140.370,00.

E veja abaixo alguns documentos citados pela reportagem.

Aqui o contrato entre a Sespa e a RPR, a Nota de Empenho em favor da empresa, a lista com a data do empenho  e o registro da empresa no CNES (clique em cima para ampliar):


 Aqui o contrato com a Alucar, o Pregão abandonado, as duas notas de empenho anuladas e a nota que permanece válida:


E aqui mais uma notícia da Agência Pará sobre o Presença Viva. Atente para o número de servidores mobilizados pelo programa:


Dia Internacional da Mulher.




terça-feira, 6 de março de 2012

Parabéns Marinor Brito.

Quero Parabenizar a minha  amiga Marinor Brito pela passagem de seu aniversario. 
Desejo-lhe muitos anos de luta e sucesso nesta nova batalha que enfrentara.
Beijos Marinor!

sexta-feira, 2 de março de 2012

REBANHO em disputa




SEGUNDO o IBGE, são cerca de 30 milhões de pessoas, ou 20% da população brasileira. É por esses evangélicos que se digladiam no momento duas das maiores congregações brasileiras, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus. Para se ter uma ideia do poder dos religiosos, o programa da Universal exibido nas madrugadas da Record deu quase o triplo da audiência obtida por SBT e Band com a transmissão do Carnaval nordestino.  E até a Globo anda promovendo shows de música gospel.

Um dos meus passatempos preferidos além de derreter gelo em mictório de bar é ver esses programas evangélicos na TV ou ouvir os do rádio. Examino a retórica de cada um dos pregadores bem como as promoções que fazem para levar mais fiéis aos seus cultos e arrecadar fundos. É fogueira santa disso, mãos ensanguentadas daquilo, toda semana tem um evento novo anunciando mais uma concentração de fé e milagres.

A terminologia, aliás, é o que mais varia. O homem que profere a palavra pode ser "apóstolo", "bispo", "pastor", "missionário"... e a contribuição mensal para a obra pode vir de várias formas que não o tradicional e bíblico dízimo. Para manter principalmente os horários que compram nas emissoras de TV, os líderes das igrejas lançam peças como o carnezinho das grandes conquistas, uma espécie de Baú da Felicidade da bênção, criado pela Mundial.

O contribuinte pode ser chamado de patrocinador, parceiro, gideão, entre outros termos, conforme a igreja em que se encontra.

Os principais adversários no momento são o "apóstolo" Valdemiro Santiago, da Mundial, e o "bispo" Edir Macedo, da Universal. Durante o Carnaval, Valdemiro escancarou. Acusou a Universal de distribuir DVDs na porta das igrejas da Mundial nos quais ele é comparado a Satanás. Valdemiro afirma também que membros da Universal invadiram um templo seu no Ceará. O vídeo está no final deste texto.

"Eles compraram uma emissora de TV com a contribuição dos fiéis, dizendo que era para fazer a obra de Deus e agora só passam novela e pouca vergonha. E usam o dízimo pra pagar artistas caros que tiram de outra emissora", disse Valdemiro, que ainda fez chacota. "Vocês não distribuem esse DVD nos seus cultos porque eles estão vazios. Os nossos estão cada vez mais cheios".

De fato, os cultos de Valdemiro andam lotados. Pessoas afirmam terem sido curadas de várias doenças, inclusive as ditas incuráveis. O "apóstolo" grita que "é a mão de Deus agindo". Mas muita gente acha que os depoimentos são previamente ensaiados. Pantomima ou não, o fato é que a Mundial inaugurou um templo em São Paulo onde caberiam, segundo eles, 100 mil pessoas. "É o maior templo da história da humanidade", diz Valdemiro.

Macedo não deixa por menos, como você viu no vídeo acima, e colocou até demônio para desancar Valdemiro...

Como observador de longa data e absolutamente neutro, noto que a Universal parece ter estagnado. O discurso de seus pastores é sempre o mesmo e eles pouco interagem com a pessoa que está ali em busca de ajuda. Toda semana, criam um evento diferente, mas isso parece estar sendo pouco, pois Valdemiro tem mostrado imaginação mais fértil. Depois de institucionalizar a toalhinha com a qual enxuga o suor do rosto, atribuindo-lhe poderes santos e distribuindo similares aos fiéis, ele agora comercializa réplicas do chapéu de vaqueiro que usa nos cultos. O preço é R$ 49,90.

Macedo não deixa por menos: interrogou o demônio sobre sua parte com o rival, como você viu no vídeo acima.

Aparentemente ligado à Assembléia de Deus, Silas Malafaia, da organização Vitória em Cristo, enquanto se defende da ira dos grupos gays que o acusam de raivosa homofobia, critica Valdemiro e repercute as declarações de Macedo contra o líder da Mundial.

Badalado nos anos 90, outro pregador, Caio Fábio, que fazia cultos com presos em Bangu 1, agora tenta se reerguer e acusa Malafaia de receber salário de Edir Macedo. Mas Fábio só não está mais por baixo que a turma da Renascer em Cristo, que viu seu rebanho minguar depois da prisão do "bispo" e da "bispa" tentando entrar com dinheiro ilegal nos Estados Unidos. Até o jogador Kaká se mandou com seu polpudo dízimo.(blog Rio Acima)


Governo tucano no Pará.