domingo, 31 de maio de 2009

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31/05/2009
Datafolha apura alta de Dilma e tamanho do 'Lula 3'
FolhaO instituto Datafolha leva às páginas deste domingo (31) uma pesquisa nacional que realizou entre terça (26) e quinta (28) da semana que termina.

São duas as principais novidades. A primeira: a petista Dilma Rousseff encurtou a distância que a separa do tucano José Serra.

No principal cenário, Dilma subiu cinco pontos desde março. Amealha agora 16% das intenções de voto. Está tecnicamente empatada com Ciro Gomes (PSB), com 15%.

Serra caiu três pontos percentuais. Desceu para 38%. E a dianteira que o separava de Dilma declinou oito casas –de 30 para 22 pontos percentuais.

Detalhe relevante: entre os que disseram ter tomado conhecimento da doença de Dilma (65%), a maioria (81%) aprovou o modo como foi divulgada a notícia.

Detalhe relevantíssimo: uma legião de eleitores (45%) acha que é muito importante na hora de decidir o voto o fato de o candidato não ter problemas de saúde.

Eis a segunda novidade: a emenda constitucional que permitiria a Lula concorrer a um terceiro mandato divide o país praticamente ao meio.

De acordo com o Datafolha, a proposta é apoiada por 47% dos brasileiros. Outos 49% a rejeitam.

Significa dizer que a simpatia pela macumba que leva ao “Lula 3” aumentou. Em novembro de 2007, a rejeição à tese da re-reeleição era bem maior: 63%.

Naquela época, apenas 37% dos entrevistados avalizavam a mandracaria. Uma encrenca que, por sorte, tem poucas chances de se materializar.

Primeiro por falta de tempo. Teria de ser aprovada no Congresso até setembro. Segundo por desinteresse. Lula jura que não quer. Mais: desautorizou a manobra.

Seria um contra-senso que o presidente abraçasse o imponderável no instante em que sua candidata, com doença e tudo, atinge o seu patamar mais vistoso.

De resto, o Datafolha também apurou que a aprovação ao governo Lula roça o patamar que ostentava em novembro do ano passado.

Naquele mês, a gestão Lula era considerada ótima ou boa por 70% dos brasileiros com mais de 16 anos. Em março, declinara para 65%. Agora volta às nuvens: 69%.

Mantido esse cenário, ainda que o destino conspire contra a saúde de Dilma, Lula dispõe de prestígio e tempo suficientes para levar à proveta um outro candidato.

Não precisa empurrar para dentro de sua biografia a galinha preta de um terceiro mandato incerto.

Segundo os passarinhos...
1 - Helder não larga a prefeitura para ser vice. Nem do PT, nem do PSDB e nem de qualquer P. 2 - Charles Alcântara é candidato a deputado estadual. Aposto meu dedo mindinho.3 - O Governo tá seguindo o estilo "mensalão", negociando aqui e acolá com todos os partidos. Já vimos onde isso vai dar.3 - Não tem jeito, Duciomar controla a Câmara Municipal de Belém. Mérito dele, azar dos outro.4 - A próxima reunião interessante sobre política será o dia do casamento do senador Mário Couto, que me perdoe os noivos.5 - Para assegurar a eleição ao Senado Paulo Rocha estaria até disposto a abrir mão da Secretaria de Educação para compor com o PMDB. Ou pelo menos é isso que o Governo vai propor ao federal.

sábado, 30 de maio de 2009

Belém Bacana

31/05/2009

"Ana tem de rezar para Maria ser reconduzida a prefeitura de Santarém. Senão ela pode se viabilizar dentro do PT para o Governo."
Foi o que escutei semana passada de um líder do PT. E quando perguntei a João Batista, presidente do partido sobre esta hipótese, a resposta dele foi;" - Não queremos isso, queremos um acerto com o PMDB, se tiraram a saúde que dêem algo em troca. A preferência nacional do partido e de Lula é a aliança com o PMDB. Mas no Rio Grande do Sul isso já aconteceu, tínhamos um governador do PT que podia tentar a reeleição mas outro canditado pleiteou a vaga na convenção e acabou levando, mas não queremos que isso se repita aqui".Aí fui falar com um militante de 24 anos de PT, homem que ocupou cargos, esteve ao lado de quase todas as estrelas vermelhas no estado e no País e contei o relato de Batista, ele então me disse; " - O PT é diferente de outros partidos, no PMDB do Pará quem manda por exemplo é o Jader, o que ele decidir o partido segue mas no PT não é assim, 80% dos filiados estão nas mãos de outras tendências, da direção estadual do partido. Então, teoricamente, eles tem a maioria e podem sim levar a escolha do candidato ao Governo do Estado em 2010 para a convenção e aí se candidata quem quiser, e quem tiver mais força leva."Perguntei então; - Mesmo o partido já tendo Governadora do Estado, com direito a reeleição ?"- Mesmo assim, ela não tem o controle do partido, tem minoria de filiados, tem de se submeter a uma convenção e de preferência como nome único, de consenso, senão nem Cristo sabe o que pode virar."Bom, dizem que o PT é assim. Talvez justamente por isso o Governo comece a arrumar a casa depois do pito da direção estadual do partido. Pito este que foi ordem da direção nacional do PT e de Luiz Inácio Lula da Silva.Não parece coisa de ficção científica ? Pois é, no PT é assim caros e caras. A seguir, cenas do próximo capítulo



As opções do DEM
O deputado Vic Pires Franco começa a imaginar duas situações para 2010.A primeira seria um vôo solo do DEM, com candidato próprio ao Governo e ao Senado, tentando coligação com pequenos partidos.A segunda uma aliança com o PMDB que anda assim assim com Ana e que não tolera certas figuras que rondam Jatene.Se bobear, a segunda opção pode vingar.


Verde
A cor que predominava na decoração da festa dos 9 anos da Estação das Docas era o verde.E o PV estava lá em peso

Perguntar não ofende
Afinal o que disse Charles ?


Não sei, onde estou, quem sou eu ???
Com todo respeito, como é que pode um secretário - ex no caso - da Secretaria do Meio Ambiente dizer que 30% da produção madeireira do estado vem de origem irregular. E que é que o cidadão 'tava' fazendo lá, ora bolas ???As vezes a gente perde a paciência.

Copa, sim.
Petista estrelado, desses unha e carne com Lula-lá e com Dilma ligou para o blog para dizer que;"-Segundo eles Belém tem 99% de chances de levar a Copa."Que Deus escute.


" - Já avisei o Zenaldo, futuro presidente do PSDB, que não vou tolerar dialogar com um partido onde Jatene manda Orly falar horrores de mim por aí."
deputado Vic Pires Franco

Ganzer
Todos os deputados federais e estaduais do PT mais uma penca de prefeitos, ex, vices e vereadores estão neste momento em um suador danado na casa A Pororoca por conta do níver de Ganzer.Ana não.

Festa
Teve festa de despedida para Fábio Castro na Secom, comandada e montada pelos funcionários. Tudo muito bacana - como aliás Fábio merece - e o novo secretário foi só elogios ao que sai para atender no gabinete da Governadora.


Simão na frente
Hoje uma fonte me contou que a luta de Mário Couto para ser candidato a Governo em 2010 é inglória. Tirando Nilson Pinto todos os outros parlamentares, tanto estaduais como federais, estão fechado com Jatene.Nilson inclusive vem tentando um acordo entre Jatene e Couto que, neste momento parece improvável. Couto conta com Almir e prefeitos e vereadores no interior, ninguém porém sabe se tem mais aliados que Jatene nos municípios.Mas muita água ainda correrá neste rio.

P...
Ana Cláudia está "p..." com o fato de voltar a ser substituta no Segov.

DS
O pessoal da DS está reunido para decidir quem são os candidatos da turma.Vai dar pano pra manga.
Fofocódromo
O fofocódromo político do dia dá conta de que André Farias pode sair da Secretaria de Integração Regional.Não é a primeira vez que a notícia é ventilada. Uma vez André me disse que isso é provocado pelo fogo amigo.A notícia ainda não foi confirmada.

" - A assessoria leva muitos problemas para Ana, alguns desnecessários"
João Batista, presidente estadual do PT

Suely
Já pediram para Suely o seu cargo. Ela está de-so-la-da.

desolados estao André e Eutalia, que terão que entregar seus lugares para abrigar Suely, a Govenadora sabe muito bem do peso da Suely dentro e fora do PT e da DS, agora só falta Suely escolher.

QUINTA EMENDA DOs EX- PRINCIPEs

Charles "Bloga" de Novo
Pauta do Jogo Aberto de amanhã, sábado.Demitido do governo Ana Júlia quando lutava para manter unida a aliança partidária que alçou a ex-senadora ao poder estadual, o ex-chefe da Casa Civil, Charles Johnson Alcântara, promete fazer revelações neste sábado, das 2 as 4 da tarde, no programa “Jogo Aberto”, apresentado pelo jornalista Carlos Mendes na Rádio Tabajara FM 106.1. Alcântara, que ontem confirmou presença na emissora, irá dizer, pela primeira vez, qual o real motivo de sua saída do governo, avaliar o desempenho administrativo de Ana Júlia, e explicar porque, após o ingresso de Cláudio Puty na chefia da Casa Civil, a insatisfação passou a dominar aliados como o PMDB, que ameaça retirar seu apoio a governadora. A situação salarial do pessoal da Sefa, que há 15 anos vem sofrendo perdas reais, também será abordada pelo hoje presidente do Sindicato do Grupo Ocupacional, Tributação, Arrecadação e Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda, o Sinditaf O programa, também com a participação do jornalista Francisco Sidou, vai falar sobre corrupção na Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e a expectativa do anúncio, pela Fifa, das subsedes da Copa do Mundo de 2014. A Tabajara pode ser sintonizada no rádio, no celular ou pelo endereço

As mudanças começaram:DIÁRIO OFICIAL Nº. 31429 de 29/05/2009GABINETE DA GOVERNADORADECRETOSDECRETOA GOVERNADORA DO ESTADO RESOLVE:exonerar, de acordo com o art. 135, incisos II e V, da Constituição Estadual, combinado com o art. 3º, inciso I, da Lei n.º 7.056, de 19 de novembro de 2007, FÁBIO FONSECA DE CASTRO do cargo de Secretário de Estado de Comunicação.PALÁCIO DO GOVERNO, 28 DE MAIO DE 2009.ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPAGovernadora do EstadoDECRETOA GOVERNADORA DO ESTADO RESOLVE:nomear, de acordo com o art. 135, inciso V, da Constituição Estadual, combinado com o art. 3º, inciso I, da Lei n.º 7.056, de 19 de novembro de 2007, PAULO ROBERTO FERREIRA para exercer o cargo de Secretário de Estado de Comunicação. PALÁCIO DO GOVERNO, 28 DE MAIO DE 2009.ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPAGovernadora do EstadoDECRETOA GOVERNADORA DO ESTADO RESOLVE:exonerar, de acordo com o art. 60, inciso I, da Lei n.º 5.810, de 24 de janeiro de 1994, PAULO ROBERTO FERREIRA do cargo em comissão de Assessor Especial II, com lotação na Governadoria do Estado.PALÁCIO DO GOVERNO, 28 DE MAIO DE 2009.ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPAGovernadora do EstadoDECRETOA GOVERNADORA DO ESTADO RESOLVE:nomear, de acordo com o art. 6º, inciso II, da Lei n.º 5.810, de 24 de janeiro de 1994, FÁBIO FONSECA DE CASTRO para exercer o cargo em comissão de Assessor Especial II, com lotação na Governadoria do Estado.PALÁCIO DO GOVERNO, 28 DE MAIO DE 2009.ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPAGovernadora do Estado

Charles não o Principe.

BASTIDORES –Charles Alcântara volta à cena
Depois desembarcar em circunstâncias traumáticas do governo Ana Júlia Carepa, que ajudou a eleger e do qual foi articulador político, Charles Johnson da Silva Alcântara (na foto, à esq.), às vésperas dos 45 anos, volta ao proscênio, aparentemente disposto a não desperdiçar a oportunidade de esclarecer episódios ainda obscuros de sua passagem pelo poder. Isso é o que deixa transparecer sua presença em uma modesta rádio FM, que funciona a título precário e por isso é legalmente clandestina, o que aparentemente traduz a disposição do ex-chefe da Casa Civil do governo em lançar luzes sobre fatos ainda obscuros e controvertidos.Independentemente de eventuais projetos políticos que possa cultivar, soa saudável, por estimular o contraditório, a predisposição de Alcântara em abandonar a espécie silêncio obsequioso que se impôs, após a catarse que representou fazer o Blog do Charles (http://blogdocharlesalcantara.blogspot.com), que manteve no ar por três semanas, em 2008. A decisão de interromper a edição do blog, atendeu a um apelo de um amigo pessoal, João Batista, o presidente regional do PT.

BASTIDORES – Autoridade moral
Ao mesmo tempo personagem e testemunha privilegiado de um período conturbado da política paraense, que representou a sucessão estadual de 2006 e os arranjos de bastidores do governo de coalizão de Ana Júlia Carepa, a primeira governadora eleita da história do Estado, Alcântara certamente tem muito a falar e a esclarecer. O que tem condições de fazer não só por ter sido coordenador da campanha de Ana Júlia e articulador político da governadora, mas porque se retirou do poder procurando preservar sua dignidade política e pessoal, rejeitando compensações capazes de tisnar sua autoridade moral.Depois de retornar à Sefa, ele volta à cena como presidente do Sinditaf, o Sindicato do Grupo Ocupacional, Tributação, Arrecadação e Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda, talvez um indício de suas eventuais pretensões eleitorais. Seja como for, poderá ser grande sua contribuição, se não perder a perspectiva – cuidado que parece cultivar – de que em política não convém cultivar o revanchismo e nem estimular a desmemória.

BASTIDORES – Testemunha privilegiada
Em um primeiro momento em off, para alguns interlocutores, posteriormente pelo blog que manteve no ar, Alcântara já antecipou sua versão sobre os bastidores de algumas passagens do governo Ana Júlia Carepa. São relatos que vale a pena recapitular, porque se constituem na versão de uma testemunha privilegiada, que foi também personagem.Aliança com Jader – Alcântara relata que a iniciativa de estabelecer uma aliança com o PMDB em 2006 foi do PT. “Foi o PT que pediu o apoio de Jader Barbalho”, conta. E acrescenta que coube ao ex-governador, o morubixaba peemedebista no Pará, rever a estratégia de campanha de Ana Júlia Carepa, inclusive descartando uma aliança entre o PT e o PMDB desde o primeiro turno, como desejavam os petistas. “Naquele altura, não se discutiu a divisão de cargos. Tratava-se de uma união para vencer as eleições”, testemunha.A partilha de cargos – Segundo o depoimento de Alcântara, somente depois da eleição de Ana Júlia Carepa é que foi discutida a partilha de cargos com o ex-governador Jader Barbalho. O ex-chefe da Casa Civil conta ainda que ficou definido que um terços dos cargos seria destinado ao PMDB, a quem o PT apoiaria para eleger o presidente da Assembléia Legislativa. “Jader Barbalho manifestou boa-vontade e se mostrou visivelmente empenhado em facilitar as negociações”, relata Alcântara.O destino da Sespa – No relato de Alcântara, a idéia, em princípio, era destinar a Sespa, a Secretaria de Saúde Pública, ao PMDB. Foi quando o ex-deputado José Priante, candidato a governador pelo PMDB e primo de Jader Barbalho, se antecipou a este e foi à casa de Ana Júlia, para negociar diretamente com a governadora eleita o seu quinhão no novo governo. Ana Júlia destinou-lhe então a Sespa, no pressuposto que estaria contemplando o PMDB, conforme a versão de Alcântara. “Não acredito que Ana Júlia tenha agido com segunda intenções. O clima que se vivia, na ocasião, era de euforia”, acentua, sugerindo, subliminarmente, que a governadora, agiu por impulso, subestimando as reservas mútuas que permeavam, desde aquela época, as relação de Jader Barbalho com José Priante.A gestão de Halmélio – Na leitura do ex-chefe da Casa Civil, os problemas enfrentados na gestão de Halmélio Sobral como secretário estadual de Saúde, por indicação de José Priante, estão diretamente vinculados à ascendência na Sespa do irmão do ex-deputado federal pelo PMDB, Paulo Priante, que chegou a ser secretário adjunto. “O pobre do Halmélio acabou enfrentando situações constrangedoras”, relembra Alcântara, em alusão às denúncias de corrupção envolvendo prepostos de Priante na secretaria.A queda de Priante – No entender de Alcântara, em um depoimento feito em off, segundo relatam seus interlocutores, deriva certamente das circunstâncias sob as quais José Priante obteve a Sespa, a indiferença de Jader Barbalho quando o ex-deputado federal do PMDB caiu em desgraça e perdeu a secretaria, sob a suspeita de corrupção supostamente patrocinada pelos seus prepostos. Na ocasião, Priante foi a Jader pedir a solidariedade do PMDB. De bate-pronto o ex-governador, que é o manda-chuva do partido no Pará, descartou essa possibilidade, argumentando que Priante não consultara o PMDB antes de abocanhar a Sespa, à revelia do partido. Com isso, além de enquadrar Priante, Jader tratou, sobretudo, de preservar a aliança do PMDB com o PT.Vício de origem – Alcântara identifica no isolamento da governadora um vício de origem do atual governo. “É um governo da DS e dos amigos”, disparara, sem poupar a Democracia Socialista, a tendência interna do PT, minoritária nacionalmente e no Pará, mas que detém o comando da máquina administrativa, porque dela faz parte Ana Júlia.Núcleo do governo – O ex-chefe da Casa Civil critica também a ascendência sobre Ana Júlia do núcleo do governo, por considerá-la deletéria, porque atropela a ética, em nome de um suposto pragmatismo. Esse núcleo ele afirma ser constituído por Marcílio de Abreu Monteiro, secretário de Projetos Estratégicos e ex-marido da governadora; Maurílio de Abreu Monteiro, secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia e irmão de Marcílio; Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, chefe da Casa Civil; e Carlos Botelho da Costa, consultor geral do Estado. “Quem entra em rota de colisão com esse grupo fatalmente cai, como foi o meu caso”, constata.Joana Pessoa - E Maria Joana da Rocha Pessoa, a jovem senhora notabilizada pelo milagre da multiplicação? "Joana Pessoa é a responsável pelo caixa de campanha", trata de esclarecer Charles Alcântara, sem descer a maiores detalhes, quando indagado sobre o papel da atual administradora do Hangar, que é também amiga pessoal - da mais estrita confiança - da governadora Ana Júlia Carepa.Lealdade – Ele também revela-se um crítico ácido do que identifica como relação ambivalente do núcleo do governo Ana Júlia Carepa com os aliados preferenciais do PT, e mais especificamente com o PMDB. “Sempre adverti para a necessidade de agirmos com lealdade, para que pudéssemos inspirar confiança e termos a lealdade de nossos aliados”, assinala.A origem do G-8 – Suposto inspirador do G-8, Alcântara nega ter sido o responsável pelo surgimento da bancada fisiológica que garante apoio ao Palácio dos Despachos sob a versão prostituída do princípio franciscano segundo o qual é dando que se recebe. Ele diz que o deputado Airton Faleiro, líder do governo na Assembléia Legislativa, foi comunicado que estava em formação um bloco suprapartidário no Palácio Cabanagem. O ex-articulador político do governo conta, segundo alguns dos seus interlocutores, que, quando no comando da Casa Civil, foi procurado pelos deputados estaduais Cezar Colares (PSDB) e João Salame (PPS), que reivindicavam espaço no governo, em nome desse bloco parlamentar suprapartidário, em troca de apoio político à administração Ana Júlia Carepa.O preço do apoio - “Mas não se negociou no varejo”, garantiu Alcântara, a esses seus interlocutores. Estes dizem que ele rebate com veemência a versão de acordo com a qual teria estimulado o governo Ana Júlia a ficar refém da voracidade dos parlamentares fisiológicos, a cada votação de interesse do Palácio dos Despachos. O preço da adesão dos fisiológicos, conforme relatos de Alcântara, foi um valor em emendas, estipulado em R$ 600 mil, e emprego para seus correligionários.Discussão com Ana Júlia – Em suas reminiscências, Charles conta também que às vésperas de sua exoneração teve uma ácida discussão com a governadora Ana Júlia Carepa. O estopim da discussão foram as críticas do ex-chefe da Casa Civil diante do que identificava como postura política tíbia do governo. “Foi uma discussão política; nenhum de nós faltou ao respeito”, recorda, admitindo que a discussão evidenciou a rota de colisão em que se encontrava com as diretrizes encampadas pela governadora, sem chegar a identificá-la, porém, como a causa imediata de sua exoneração.A exoneração – Sobre sua exoneração, Alcântara revela que sequer a governadora lhe explicitou os motivos. Ana Júlia simplesmente pediu o cargo de volta para Charles Alcântara. “Ela não explicou a razão”, relembra. E confirma que se recusou a atender a sugestão, feita pela governadora, para que pedisse exoneração. “Realmente, recusei-me a pedir exoneração”, diz, justificando que assim fez por uma questão de princípio, por estar sendo defenestrado por motivos puramente políticos. "Exonere-me. Eu não estou pedindo exoneração; é a senhora que está pedindo o cargo de volta", devolveu, firme, quando abordado por Ana Júlia Carepa.Sinecuras recusadas - De resto, Charles Alcântara confirma, nos seus relatos, que optou por voltar à Sefa, a Secretaria da Fazenda, da qual é originário, e se recusou a ficar abrigado em alguma sinecura, como compensação pela perda do status de secretário, descartando seguir o script habitualmente cumprido por quem é defenestrado de algum cargo importante do governo Ana Júlia Carepa. "Recusei não uma, mas várias propostas", conta também.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Reaberta a agenda da meia intermunicipal


Foi muito produtiva a nova recepção dos estudantes mobilizados pela aprovação da lei que deve regulamentar a meia-passagem intermunicipal pela Assembléia Legislativa do Pará ontem, 27.
Após a madrugada de vigília (clique para ler notícia no jornal O Globo) e um ato com lideranças de vários municípios, UPES, UBES, UAP, UNE, UMES e Movimento Pró-Meia reuniram na sala VIP com os deputados Carlos Bordalo (PT), Bernadete Ten Caten (PT), Ana Cunha (PSDB), Suleima Pegado (PSDB), Bira Barbosa (PSDB), Manoel Pioneiro (PSDB) e Simone Morgado (PMDB), que preside a Comissão de Finanças da Casa e será a relatora do projeto, que é de iniciativa do Poder Executivo.
Numa discussão aberta, pacífica e responsável sobre os dilemas que emperram, no âmbito parlamentar, a aprovação do direito conquistado em 2007, o mais importante foi conseguir retomar uma agenda no parlamento estadual, que estava suspensa desde março de 2008. Me refiro aqui ao trâmite concreto da medida dentro dos procedimentos legislativos.
PT, PMDB e PSDB, as três maiores bancadas da Casa, se comprometeram em levar adiante, de forma conjunta o projeto, mediando também posições com os emprésários e com o Governo do Estado para se chegar a uma proposta boa para todos os lados, mas, de antemão, se discutirá sob a base comum de que o direito deve ser referenciado no traslado entre o local de moradia ao de estudo do aluno.
Também foi acordado que as comissões de Justiça, Finanças e Transportes farão sessão conjunta para analisar o projeto, o que economizará pelo menos 40 dias de trâmite. Os três partidos, na mesma direção, firmaram o compromisso de votar a regulamentação da meia-passagem intermunicipal até o final de agosto, pois agora entra em pauta a LDO e o recesso parlamentar vem em seguida.
A deputada Simone Morgado, como relatora, se comprometeu pessoalmente com a aprovação da meia. Já o deputado Bordalo apresentou a emenda da bancada do PT que estipula raio de 250 km e 4 pasagens semanais para estudantes que estudam em distâncias maiores que essa, em relação à cidade em que residem.
Afinal, chegou-se à conclusão que venho defendendo há dois anos: precisamos construir um consenso entre os atores deste debate para que o direito seja assegurado, mas que não recaia sobre os usuários comuns e nem precarize ainda mais o sistema de transporte, e, acima de tudo, abra a caixa-preta dos custos do sistema para que, de forma processual, possamos ampliar a meia-passagem, conhecendo minunciosamente o funcionamento dele.
O Governo do Estado terá que responder concretamente à duas questões postas pelos emprésários e consideradas justas pelos estudantes, porque só os beneficia: a fiscalização do transporte alternativo pela ARCON, para que transporte com todos os direitos reservados os alunos portadores da meia-passagem; e o que pode fazer a SEFA para facilitar a implementação da medida, já que há uma enorme defasagem no preço das tarifas, produzida pelo governo Jatene.
Lembre, leitor, que o governador Arruda, do DEM, vai instituir em Brasília o passe-livre estudantil e com recursos do Tesouro, ou seja, sem implicar repasse de tarifa para o usuário. Não acredito que a nossas SEFA, SEPLAN e ARCON, devidamente orientadas pela nossa Casa Civil, não possam dar uma resposta a isso.
Afirmo que o mais importante foi a reabertura da agenda porque a área de desarticulação política do Governo do Pará perdeu o time de lançar mão de seus expedientes de governabilidade quando isso ainda era possível, principalmente estar o Chefe da Casa Civil à frente das articulações, já que declara para seus interlocutores que vê extrema importância no projeto. Mas, hoje em dia, a ALEPA é exclusivamente terreno dos deputados. Infelizmente, não há mais nada que o Executivo possa fazer nessa seara, senão aquele "apoio moral".
Contudo, essa agenda reaberta e a nova dinâmica negocial surgida são bons presságios para a meia-passagem, pois temos calendário, relação direta com quem manda - os deputados - e o compromisso de pôr na pauta de votação a medida pelos principais partidos da Casa, com a base fundamental do projeto, a referência por local de moradia, devidamente acordada.
Agora é ampliar as lutas e exigir do governo que cumpra o papel que ainda pode cumprir.


O futuro do Pará pede passagem

Por Carlos Bordalo*
Num estado de dimensões continentais como o Pará ou aprovamos a meia-passagem intermunicipal ou a tendência de evasão e repetência em todos os níveis de ensino vai se proliferar entre a nossa juventude.
Precisamos definitivamente pôr na pauta de votação da Assembléia Legislativa esse direito tão caro aos estudantes e ao Pará, pois com a escolaridade comprometida, seguiremos reproduzindo geracionalmente a condição social de pobreza, miséria e subdesenvolvimento paraense, herdado de anos de governos anti-povo.
Não há como pensar num projeto de estado desenvolvido com justiça social sem produzir investimentos na juventude e assegurar a ela o acesso pleno à educação.
Já aprovamos na Casa a Emenda Constitucional no 35, de 25 de janeiro de 2007, da então Deputada Estadual Sandra Batista, já dialogamos em diversas oportunidades com o Governo do Estado para construirmos uma proposta viável e comum já que dele é a responsabilidade por regulamentar a Lei; já realizamos incontáveis audiências públicas para discutir esse tema por todo o estado. A própria bancada do PT já formulou emenda estendendo os direitos para termos uma proposta que atenda aos jovens não apenas no raio referenciado em Belém.
O parlamento estadual não pode mais titubear em pautar essa questão, os estudantes tem que se mobilizar, os empresários se sensibilizarem com nossos jovens e com o futuro do Pará e o Governo do Estado tem que lançar mão de seus instrumentos de governabilidade para garantir o desfecho positivo dessa luta.
Não resta a menor dúvida: agora é a hora de aprovarmos de uma vez por todas a meia-passagem para o futuro justo e próspero do nosso estado.
*Carlos Bordalo é deputado estadual (PT-PA)

Perereca da Vizinha

Sexta-feira, Maio 29, 2009

Hangar
Presidente do Conselho Administrativotambém fornece produtos ao Hangar
A empresária Thaís Montenegro, sócia da gráfica Delta, não foi a única integrante do Conselho de Administração do Hangar a fornecer serviços aquele centro de convenções.Hoje, a reportagem descobriu que o próprio presidente do Conselho de Administração, o empresário Roberto Ferreira, também forneceu produtos ao Hangar.Sócio da Sol Informática, Ferreira vendeu ao Hangar R$ 221.045,00, entre maio de 2007 e o mês passado.Maior centro de convenções do Norte do País, o Hangar é uma estrutura pública cuja administração foi repassada à Via Amazônia, uma Organização Social (OS) presidida pela pedagoga Joana Pessoa, ex-concunhada e ex-assessora da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa.Entre meados de 2007 e o final do ano passado, vários órgãos do governo estadual destinaram ao Hangar, através de contratos, mais de R$ 25 milhões, a maior parte sem licitação.Na primeira reportagem dessa série sobre o Hangar, um procurador, um promotor de Justiça e dois advogados de grandes bancas de Belém consideraram incompatível esse duplo papel de empresários que, além de integrarem a cúpula do Hangar, também fornecem produtos ao mesmíssimo centro de convenções.Não houve consenso quanto à existência de crime. Mas, eles foram unânimes em afirmar que essa prática atenta contra princípios constitucionais, como a moralidade e a impessoalidade, que norteiam a administração pública.Ação entre amigos
Hoje, a reportagem ouviu mais um promotor e dois advogados, sobre o caso específico do presidente do Conselho de Administração do Hangar. Eles foram pelo mesmo caminho dos entrevistados anteriores.
“Isso fere o princípio da moralidade” – disse o promotor –“Não tem como: se ele (Ferreira) está vinculado ao conselho de um órgão, teria de estar isento da comercialização”.
E acrescentou: “Não importa o valor, ele não deveria participar desse processo de vendas. Isso fere de morte toda a seriedade da organização social. Se ele quisesse negociar com a OS, tinha de se afastar imediatamente”.
A reportagem perguntou ao promotor se o fato configura crime. Ele respondeu: “Não deixa de ser uma fraude. Embora não haja obrigatoriedade de processo licitatório, os princípios constitucionais são uma fonte muito forte do Direito. Eles são a base, são mais importantes, têm mais força que a própria Lei”.
O promotor apontou o trabalho social realizado pela empresa – a Sol Informática tem inúmeras ações nessa área, inclusive na recuperação de praças da capital e de incentivo a artistas paraenses. Mas, observou, “não há como não dizer” que o fornecimento de serviços pela empresa ao Hangar “não é irregular”.
E arrematou: “acredito, infelizmente, que é improbidade. Quando uma conduta afronta princípios constitucionais, entre eles o da moralidade, o caso já se enquadra em improbidade administrativa. Nem precisa haver o enriquecimento ilícito: basta ferir um dos princípios constitucionais da administração pública”.
Disse, no entanto, que não cabe uma ação popular, já que houve efetivamente o fornecimento dos produtos e inexistiu, pelo menos aparentemente, prejuízo ao erário. “A ação pode ser por improbidade e, talvez, até Penal”, explicou.
Um dos advogados ouvidos pela reportagem lembrou que quem exerce função pública não pode fornecer produtos ou serviços à administração pública. Observou que as OS não têm, apenas, uma natureza privada. E disse acreditar que a impessoalidade e a probidade administrativas “alcançam”, sim, as OS.
Outro advogado considera que a situação de Ferreira é ainda pior que a de Thaís Montenegro:
_ “Isso mostra que existe uma mesclagem moral. Ele (Ferreira) é presidente do Conselho e, ao mesmo tempo, fornecedor. Isso é, no mínimo, embaraçoso. Como é que vai se auto-investigar? Virou uma ação entre amigos!... Ou, como diz o ministro Marco Aurélio (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal), ‘farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Empresário nega acusações
Mas o empresário Roberto Ferreira nega quaisquer irregularidades na venda de produtos ao Hangar, pela Sol Informática.
“Creio que são coisas distintas” – disse Ferreira – “Se fosse um valor acima do que a praça vende, mereceria críticas. Mas, os preços estão até abaixo disso; vendi mais barato até para colaborar. E isso elimina qualquer hipótese de dizer que houve qualquer benefício”.
Segundo Ferreira, os produtos fornecidos ao Hangar ficaram 5% mais baratos do que os preços de mercado vigentes naquela época.
Ele também informou que o faturamento da Sol atingiu, no ano passado, mais de R$ 83,8 milhões, o que dá R$ 275 mil/dia, em média, considerados os 305 dias úteis do ano passado.
Observou que só um dia de faturamento da empresa é superior a tudo o que foi fornecido ao Hangar, nesses dois anos. E salientou: “Isso é muito pouco para sujar a minha imagem. Não preciso do Hangar e nem do trabalho que faço lá, para me destacar. Preciso disso é como cidadão, para contribuir para a sociedade”.
Ferreira também disse que a Sol realizou a convenção dela no Hangar e que pagou os R$ 6 mil do aluguel de uma sala, para o evento, “como qualquer cliente”.
Lembrou que a empresa recolhe, em média, R$ 457 mil por mês de imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Além disso, apoiou, no ano passado, 147 projetos em diversas áreas (música, dança, teatro, literatura e obras sociais). E gastou com eles mais de R$ 250 mil, sem dedução de impostos.
EDITORIAL
A Mulher de César
Gostaria de dizer, em primeiro lugar, aos leitores deste blog, que a reportagem acima, embora curta, foi uma das mais angustiantes que já escrevi.
Primeiro pela extraordinária trajetória do empresário Roberto Ferreira, ex-engraxate, ex-mecânico de automóveis, ex-jornaleiro, ex-picolezeiro, que, como ele mesmo conta, não teve tempo sequer “de ser um rebelde”, tamanho o aperto financeiro que enfrentou ao longo da vida.
Segundo, porque a empresa que ele dirige, a Sol Informática, possui, efetivamente, um importante trabalho na área da cultura e da assistência social.
Além disso, o empresário forneceu todas as informações possíveis – as solicitadas ou não. Foi, em suma, extremamente transparente.
Quer dizer: parece-me que Roberto Ferreira é, de fato, um cidadão que faz por merecer o respeito de cada um de nós.
Talvez por isso, passei o dia inteiro com uma historinha a me martelar a cabeça.
Ela é mais ou menos assim.
Pompéia, esposa de Júlio César, era uma mulher digníssima.
O problema é que havia um sujeito apaixonado por ela, um tal de Clodius, que queria porque queria dormir com a bela Pompéia.
Certo dia, Clodius conseguiu se esgueirar até os aposentos de Pompéia.
No entanto, para seu azar, foi descoberto.
Foi um fuzuê danado em toda a Roma. E César acabou por se divorciar de Pompéia.
Tempos depois, alguém perguntou a ele, que, talvez, andasse meio que macambúzio: “Mas, vem cá, César, tu acreditas mesmo que a Pompéia te traía com aquele desqualificado do Clodius?
E César, peremptório: não!
Aí, o sujeito coçou a cabeça, coçou a cabeça e retrucou: “Então, por que, caramba, te separaste dela?
E César disse, então, uma frase que ficaria para a posteridade e que é mais ou menos assim: “Porque à mulher de César não basta, apenas, ser honesta; ela tem, sobretudo, de PARECER honesta!”.
É certo que o enorme faturamento da Sol, e até mesmo o que ela investe, todos os anos, em projetos sociais, desautorizam a pensar em enriquecimento ilícito, derivado desses poucos mais de R$ 220 mil que forneceu, em dois anos, ao Hangar.
O problema é que aqui não se discute o valor dessas transações – mas, a MORALIDADE delas.
Ora, o empresário Roberto Ferreira preside o Conselho de Administração de uma estrutura pública, na qual circulam milhões em dinheiro público.
E mesmo o dinheiro que ali entra, em torrentes, advindo da iniciativa privada, resulta da exploração de uma estrutura que pertence a todos nós (e, para se compreender bem isso, é o caso de se perguntar: que seria da Via Amazônia sem o Hangar?)
Por isso, não há, no Hangar, um mísero tostão que não tenha, geneticamente, origem pública.
Daí que, ao contrário do que acontece numa empresa privada, é preciso, sim, levar em conta, na gestão do Hangar, os princípios que norteiam a administração da “res” pública.
E, do ponto de vista da “coisa pública”, será moral que um administrador forneça produtos à estrutura que administra? Será impessoal a contratação de uma empresa que pertence a esse administrador?
O problema, parece-me, é a concepção viciada que temos daquilo que é público – e que, pelo visto, faz o cotidiano das relações no Hangar.
A “coisa” pública não é a quitanda de um compadre, na qual a gente pode mandar buscar um maço de cheiro-verde, para temperar o vatapá.
A coisa pública não é um pertence de um diretor, de um presidente, de um governador, de um prefeito, de um vereador ou de qualquer indivíduo – em si, por si.
A coisa pública, como o próprio nome diz, é algo que pertence a todos. A mim, a você, aos nossos filhos, aos nossos netos. Desde o cidadão que habita o humilde barraco da Terra Firme, até o dono da mansão bacana, lá em Batista Campos.
E eu fico pensando que esses R$ 220 mil podem não significar nada no faturamento de uma empresa como a Sol Informática.
Mas, podem significar MUITO para um cidadão, outro empresário do mesmo ramo, com uma empresa menor, mas que, infelizmente, não tem a sorte de pertencer ao Conselho de Administração do Hangar.
E eu fico pensando que, em se tratando da coisa pública, todos os cidadãos têm, sim, o direito de disputar contratos, em igualdade de condições.
Mas, não me parece que é de Roberto Ferreira ou mesmo de Thaís Montenegro que eu, cidadã, tenho de exigir tal compreensão.
Parece-me que quem tem de “meditar” acerca da moralidade e da impessoalidade públicas, é, justamente, o Poder Público.
Quer dizer: o Governo do Estado, por seus entes, o Executivo, o Ministério Público, o Judiciário, o Tribunal de Contas, a Assembléia Legislativa, que, no entanto, parecem ter estabelecido um pacto de silêncio em relação à LAMBANÇA que acontece no Hangar.
Quiçá, até, pelas poderosas verbas nas mãos do Executivo, que irrigam todos os demais entes desse arremedo de república em que vivemos.
E eu, cidadã, fico a pensar para que servem, diabos, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o Judiciário, a Assembléia Legislativa, se, apesar de todas as prerrogativas constitucionais de que dispõem, são incapazes de dar um pio em relação a essa “malemolência”, para dizer o mínimo, do Executivo, em relação ao Hangar.
O que vemos, hoje, no Hangar – e que este blog, sabe-se lá até quando, está a mostrar – é, apenas, a ponta do iceberg.
E eu até dizia, hoje, a um promotor – que não considero só um promotor, mas, um amigo – que já estou até começando a sentir medo de mergulhar no Hangar. Porque, se a superfície está assim, avalie o que não acontece nas profundezas, né mermo? Eis que o exemplo que vem de cima se reproduz em todos os patamares, né mermo?
Sei, apenas, que o “odor” que vem de lá, não é nada agradável...
E já começa a arrastar para o epicentro de um escândalo, talvez monumental, até mesmo um cidadão da estatura de um Roberto Ferreira.
E eu, jornalista e cidadã – sobretudo, cidadã; orgulhosamente cidadã! – só posso é lamentar que seja assim.
Só posso é pedir que Deus nos ajude, quando, afinal, conseguirmos abrir aquela caixa de Pandora.
Para que, no fundo, reste, ao menos, a Esperança.
FUUUUIIIIIII!!!!!!!
(P.S: O Hangar sempre foi complicado.
Na época da construção, foram muitas as denúncias de superfaturamento.
E eu confesso que, depois de muito vasculhar na internet, nunca consegui encontrar UM só centro de convenções do Brasil que tivesse custado tanto: R$ 107 milhões.
Pelo contrário: achei centros uns R$ 30 milhões mais baratos e que faziam o Hangar parecer uma caixa de fósforos.
No entanto, não sei se houve “crime” ali – mas, com certeza, houve, sim, megalomania.
E, num estado miserável como o Pará, isso se torna muito, muito mais grave. Até porque a megalomania com dinheiro próprio é uma coisa; mas, com dinheiro público, é coisa bem diferente.
Depois, veio essa história de uma OS, para administrar o Hangar. E eu não consigo conceber, por mais que me ponderem acerca da necessidade de “flexibilizar” a legislação, para a contratação de técnicos mais bem pagos; eu não consigo conceber a licitude dessa excrescência chamada OS.
Se a Lei é incompatível com a realidade, com a “frieza” do cotidiano, então, que se mude a Lei. Mas, construir artifícios para, simplesmente, burlar a Lei não é democrático, não é lícito, não é “normal”.
Em nenhum Estado Democrático pode ser “normal” investir milhões em uma estrutura pública, para, enfim, entregá-la a um ente privado, mesmo que diz-que sem fins lucrativos.
E, mais ainda, quando não há qualquer controle, DE VERDADE!, sobre o que se aufere a partir do uso dessa estrutura e que, ao fim e ao cabo, é, sobretudo, PÚBLICO.
E aqui eu não me refiro só à Via Amazônia. Refiro-me a todas as OS, como, por exemplo, àquela que administra o Hospital Metropolitano, a outra que conheço, também, um pouco melhor.
Até hoje, creio, os alunos da Uepa, uma universidade pública e da qual os alunos advêm, na maioria, de escolas públicas, não possuem um hospital universitário.
E, no entanto, a faculdade de Medicina administrada também pela Acepa possui um curso pelo qual cobra R$ 3 mil por mês e no qual o hospital-escola é, justamente, o Metropolitano.
Pode isso? Sinceramente, pode isso?!!!
É verdade: pode ser que, no futuro, quando eu estiver meio que bilé; meio que “meuã”, como diria a minha mãe; algum grande doutor, de alguma grande Academia, possa, enfim, explicar-me isso, tendo em vista a minha rude, parca intelecção.
Mas, até lá, confesso que, simples cidadã, não consigo encontrar justificativa para isso.
Só sei que as coisas estão nesse pé desde os tempos dos tucanos e se estendem ao xifópago PT: a gente constrói, com milhões, uma estrutura pública e diz a uma OS ou a um empresário: toma que o filho é teu!
Como se fôssemos, todos, uns retardados. E como se fosse moral, honesto, fazer algo assim. Agora, FUUIIIIIII!!!!)

BARATA MALUCA

DESGOVERNO – O expurgo de André Farias
Decididamente, não há limites para as lambanças da DS, a Democracia Socialista, a tendência interna do PT da qual faz parte a governadora Ana Júlia Carepa e que, por isso, comanda a máquina administrativa estadual.
Se não foi transferida para outro horário e local, agora mesmo, possivelmente no Palácio dos Despachos, deve estar em andamento uma reunião da DS, na qual a governadora Ana Júlia Carepa deverá sacramentar o expurgo de André Luis Assunção de Farias da SEIR, a Secretaria de Estado de Integração Regional. A idéia é defenestrar André Farias do cargo de secretário, para o qual deverá ser nomeada Ana Suely Maia de Oliveira, a ex-vereadora de Belém, que é atualmente a titular da Sedurb, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional. André, até pouco tempo atrás, era um dos mais prestigiados auxiliares da governadora Ana Júlia Carepa. Mas a DS, como bem se sabe, é ciclotímica e suas razões desafiam a lógica.

DESGOVERNO – Secretário rejeita a humilhação
A decisão já foi comunicada a André Farias pela própria governadora Ana Júlia Carepa, acompanhada da proposta de que o atual secretário de Integração Regional passe à condição de secretário-adjunto.Pelo que vazou, em um primeiro momento André rejeitou submeter-se a humilhação já imposta a ex-secretária de Governo, Ana Cláudia Duarte Cardoso, que aceitou ficar como secretária-adjunta, para ser substituída, como titular da Segov, a Secretaria de Governo, por Edílson Rodrigues de Souza, até então presidente do Banpará, o Banco do Estado do Pará S/A.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

PT divulga pesquisa que mostra ‘ascensão’ de Dilma

FolhaPreocupado com a má repercussão da última internação hospitalar de Dilma Rousseff, o PT decidiu divulgar uma pesquisa que encomendara para consumo interno.

Foi feita pelo instituto Vox Populi. Considerou cinco cenários. No melhor, Dilma ostenta 25% das intenções de voto. No pior, 19%.

José Serra, o tucano mais bem posto na pesquisa amealha 36% no cenário menos auspicioso. No embate direto com Dilma, sem outros contendores, vai a 48%.

A sondagem é nacional. Ouviram-se 2 mil pessoas entre os dias os dias 02 e 07 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O trabalho de campo foi fechado 13 dias depois de Dilma ter anunciado, em 25 de abril, que estava às voltas com o tratamento de um câncer linfático.

Vão abaixo os resultados da pesquisa:


- Cenário 1: com Dilma (PT), Aécio (PSDB), Ciro (PSB) e Heloisa Helena (PSOL)
Ciro: 23%
Dilma: 21%
Aécio: 18%
HH: 10%
Brancos e nulos: 19%
Comparando-se com pesquisa realizada pelo Vox Populi há um ano, em maio de 2008, Dilma subiu 10 pontos, Serra despencou 10 pontos e Ciro caiu 6.

- Cenário 2: Com Dilma, Ciro, José Serra (PSDB) e Heloísa Helena
Serra: 36%
Dilma: 19%
Ciro: 17%
HH: 8%
Branco e nulos: 19%
Comparação com maio de 2008: Dilma subiu 10 pontos; Serra caiu 10 pontos; e Ciro caiu 6 pontos.

- Cenário 3: Com Dilma, Aécio e HH. Sem Ciro
Dilma: 25%
Aécio: 20%
HH: 16%
Brancos e nulos: 40%
Não há levantamento anterior para comparação.

- Cenário 4: Com Dilma, Serra e HH. Sem Ciro
Serra: 43%
Dilma: 22%
HH: 11%
Brancoa e nulos: 24%

- Cenário 5: Só Dilma e Serra
Serra: 48%
Dilma, 25%
Brancos e nulos: 37%


O petismo ficou exultante. Estimava-se que Dilma só fosse roçar a casa dos 20% mais perto do fim do ano.

Decidiu-se divulgar os dados para acalmar os ânimos dos potenciais aliados e esfriar o diz-que-diz sobre "Plano B".

Na próxima semana, a cúpula do PT reúne-se em Brasília para trocar idéias sobre a pesquisa.

O otimismo é atenuado pelas incertezas que rondam o quadro de saúde de Dilma. Algo que vai perdurar pelo menos até o final de agosto.

Embora neguem, dirigentes do PT analisam alternativas à candidata oficial.

Dois nomes frequentam com maior intensidade os diálogos feitos a portas fechadas: o do ex-ministro Antonio Palocci e o do governador baiano Jaques Wagner.

Lula: deixo ao sucessor um ‘país mais estruturado’

Lula falou aos repórteres Helio Gurovitz e Paulo Moreira Leite. Conversaram mais sobre o para-brisa do que sobre o retrovisor.

A idéia era arrancar de Lula impressões sobre o Brasil de 2020. O resultado foi às páginas da última edição de “Época”. Vão abaixo algumas das declarações feitas por Lula:


- País do futuro: Meu governo sempre pensou no futuro e faz isso até hoje ]...]. Ouso dizer que não existe no mundo hoje nenhum país com a quantidade de obras simultâneas que tocamos no Brasil. Estou falando de eclusas, hidrelétricas, saneamento básico, rodovias, aerovias e aeroportos, de internet, do programa habitacional... Posso pegar o Rio de Janeiro como exemplo. Duvido que, em algum momento nos últimos 30 anos, o Rio tenha tido tantas obras feitas com dinheiro federal. Não quero que, daqui a dez anos, o Rio continue conhecido como a cidade que tem a favela da Rocinha, o Complexo do Alemão, a favela Pavão e Pavãozinho. Quero que esses lugares sejam vistos como bairros. Isso é pensar no futuro.

- Legado bendito: No ano que vem, eu quero apresentar um PAC para 2010 e 2014. Não estarei mais no governo. Será uma prateleira de projetos aprovados para quem vier depois. A pessoa pode até não querer fazer. Mas, se quiser fazer, eles estarão lá. Não vai acontecer o que aconteceu comigo. Quando cheguei aqui, o Ministério do Planejamento não tinha um projeto aprovado. Tivemos de começar do zero: projeto básico, projeto executivo, licença prévia, uma série de providências que demoram três anos [...]. Eu quero deixar este país preparado [...]. Se cada presidente deixar um conjunto de obras estruturantes para o sucessor, o país dará um salto de qualidade nos próximos 20 anos [...].

- Legado bendito 2: Quero deixar uma nova relação que o governo conseguiu estabelecer com a sociedade. Parte da sociedade se sente responsável pelo meu governo. Nestes sete anos, já fiz mais de 50 conferências nacionais: conferência de habitação, da saúde, de GLTB [Gays, Lésbicas, Transexuais e Bissexuais], de educação. A única conferência que falta fazer é a de comunicação, que vamos fazer neste ano. Vai ser muito difícil mudar a relação que construí com a sociedade. É uma relação de confiança. As pessoas têm de perceber que um governo não é feito para quem governa. As ideias não têm de ser suas, necessariamente. Talvez essa seja uma vantagem minha. Quando o cara é bem formado intelectualmente, acha que já sabe tudo o que se apresenta a ele. Não tem nem ouvido. Como eu não sei muita coisa, tenho uma capacidade de ouvir muito grande. Seria muito melhor para o mundo se os governantes aprendessem a ouvir.

- Petróleo: O Brasil não pode, no futuro, imaginar que vai exportar petróleo e participar da Opep. O Brasil tem de ser exportador de derivados. Vamos extrair e refinar a gasolina de qualidade, o diesel de qualidade e, assim, gerar riqueza aqui dentro. Também vamos desenvolver uma forte indústria petroquímica. Se não for a melhor do mundo, estará entre as primeiras. Terceiro: vamos criar um fundo para cuidar da educação e da pobreza. Daqui a 20 anos, a gente poderá saber o que esse petróleo que nós encontramos deu de qualidade de vida para o povo brasileiro.

– Reforma política: Já é quase um consenso entre as pessoas que fazem política que precisamos de uma reforma profunda. Os partidos não podem ser aquilo que são hoje. A reforma é inexorável. A coisa mais barata para uma eleição neste país é você aprovar o fundo público de campanha. Não dá para você ficar numa promiscuidade entre o político e a classe empresarial. As coisas têm de ser mais transparentes. Os partidos têm de ter força. Você tem de negociar com o partido, não com pessoas. Eu acerto uma coisa com um deputado em nome do partido, aí vem um (outro) deputado e diz: ‘Não, não era isso’. Você precisa de instrumentos de negociação. E para isso a questão da lista [fechada de votação] é importante. Porque aí o presidente tem com quem negociar. Nós mandamos sete propostas para o Congresso. Eu não queria. Passei muito tempo achando que não era uma coisa do Executivo, mas do Legislativo. Quando vi que eles não faziam, decidi que devia mandar. Se quiserem utilizar, utilizam.

- Lado bom da crise: [...] Fico muito feliz que a teoria do Estado mínimo e do mercado máximo ruiu. E isso não foi na Venezuela, na Bolívia ou no Paraguai. Foi nos Es-ta-dos-Uni-dos-da-A-mé-ri-ca-do-Nor-te. Na Alemanha. Na França. Na Inglaterra. Quando o Lehman Brothers quebrou, quem se tornou o salvador da pátria? O Estado. A GM já não sabe mais nada. A Ford já não sabe mais nada. Os banqueiros também não. Quem sabe? O Estado. Isso aconteceu por uma providência de Deus, que restabeleceu a normalidade do papel de cada um.

- Educação: Estou feliz com o que fazemos em educação, mas eu poderia estar mais feliz. Entre 1909, quando Nilo Peçanha fez a primeira escola técnica do país, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e 2003, foram feitas outras 140 escolas técnicas. Isso em 94 anos. Em oito anos, nós vamos fazer 214. Só neste ano vou inaugurar cem. Outra coisa: basta imaginar o significado para o futuro do ProUni [programa de crédito para financiar alunos carentes em universidades privadas], com 535 mil alunos. Ou o significado do ReUni [programa de expansão de vagas das universidades federais].

- Impostos: Defendo menos impostos se isso não contribuir apenas para aumentar o lucro empresarial, mas também para a geração de empregos e a distribuição de renda. Em todos os países mais pobres, a carga tributária é muito baixa. Em todos os países com a melhor qualidade de vida, é muito alta. Você pode pegar da Finlândia até a Inglaterra. Em alguns lugares, você taxa menos a produção e taxa muito a pessoa física, o rendimento. Não existe outro jeito de fazer justiça social. [...] O debate sobre Estado mínimo é uma bobagem. Ou você tem um Estado que funciona ou aquele que não funciona [...].

- Previdência: Sou defensor da ideia de que, a cada 30 anos, deveríamos fazer uma reforma da Previdência. Uma geração tem de preparar a aposentadoria da geração seguinte. [...]Agora, é bom esclarecer que a Previdência não tem déficit [...]. O que acontece é outra coisa. O Tesouro joga nas costas da Previdência os gastos com a Seguridade Social [...].

- 2010: Outro dia eu disse: ‘Feliz do país que terá em 2010 uma disputa entre Serra e Dilma’. Você vai ter duas pessoas que têm divergências, concepções diferentes, mas duas pessoas que têm passado político. Foi importante eu e o Fernando Henrique Cardoso disputarmos, sabe? Foi uma melhora no quadro espetacular [...]. Eu acho que quem vier depois de mim vai pegar o país mais elaborado, mais estruturado. Aí, fica mais fácil. E quero que quem vier depois de mim, o outro ou a outra, deixe o país muito mais preparado para 2022, que são 200 anos de independência.

BACANA MESMO

Direitos
A mim Puty disse que não é candidato a deputado federal. Mas vamos lá, que ele venha a ser.Fazendo parte da DS e a DS sendo Ana e Ana sendo Governadora não é natural que eles queiram eleger o maior número de integrantes possíveis ?Se Faleiro, Ganzer, Rocha, Mário, Charles ou João Batista ou quem quer que seja estivesse no lugar de Puty, Chefe da Casa Civil, não imaginariam, não pensariam, não desejariam ser candidato?- Mas ele não pode ser articulador político e candidato ao mesmo tempo, alguns vão dizer. Ok, mas quem garante que ele não esteja pensando em se afastar para ser candidato ? E enquanto estiver no cargo estará fazendo política e ponto final, o que vai logicamente lhe dar força, visibilidade, criar contados, amizades, alianças.Resumo da ópera; todo mundo tem suas pretensões na vida, se ele tem é um direito dele. Assim como é um direito de alguns petistas reclamarem.Mas minha mãe já dizia que o direito de um termina quando começa o do outro.Taí o problema, quando começa o meu e termina o seu? Ou quando começa a seu e termina o meu ?Ou...

As falas de Vic
Vic passou algumas novidades para o blog;

1 - O problema hoje do PSDB é que o partido não sabe se anda ou masca chichete. E tem de esperar o casamento do Mário pra decidir qualquer coisa.

2 - É claro que o PSDB é nosso aliado prioritário mas hoje, com este marketeiro me batendo sem parar eu já avisei ao PSDB que não quero papo, não vou ficar dando bola pra quem me esculhamba.

3 - Estou aberto para falar com todos os partidos, até com o PT.

4 - Não falei com o Jader, falei com o Helder a um tempo. Sempre que eu e Jader nos encontramos nos cumprimentamos. Inclusive ele sabe que o DEM pode compor com o PMDB, imaginem que chapa, aí mandamos PSDB e Ana seguirem seus caminhos.

5 - A Valéria não quer ser vice, é uma opção dela. Não sei a que ela será candidata, mas acho que ela tem de alçar seu vôo próprio. Pode até ser candidata ao Governo, se perder qual o problema, o Priante não perdeu e não está aí, cacifado ?

6 - O problema de parte do PSDB é que eles ficam levantando muros ao invés de pontes. E eu sou assim, quanto mais me batem mais eu ataco. Não sou homem de ficar calado.


Paulo Roberto Ferreira na Secom
Conheça Paulo RobertoLevado para a Secom pelas mãos do professor Fábio Castro, o Jornalista e Professor Paulo Roberto Ferreira deve ser empossado na Secretaria de Comunicação do Governo amanhã. O profissional tem uma longa trajetória de esquerda, que originou-se no PCdoB ainda nos anos de chumbo da ditadura. Ingressou no PT como parte da tática dos comunistas de tentar controlar o partido que estava sendo construído por sindicalistas, religiosos progressistas e dissidentes trotskistas e acabou aderindo ao grupo majoritário do partido, que então chamava-se "Articulaçaõ dos 113", da qual faziam parte Lula, Valdir Ganzer e Paulo Rocha. Iniciou sua atividade profissional como repórter do jornal impresso “Bandeira 3”, em 1975. Passou por diversos veículos como “O Liberal”, “Resistência”, “A Província do Pará”, “Brasil Agora” e Gazeta Mercantil; revistas “Afinal”, “Caminhos da Terra”, “Agroamazônia”, “Berro” e “Ache Belém”; programas de TV “Olhar Brasileiro” (TVT/Rede Record), “Sem Censura Pará”, “Regatão Cultural” (TV Cultura do Pará) e “Agroamazônia TV (TV Record Pará); programa de rádio “Jornal da Manhã” (Rádio Cultura do Pará) e “Marajoara Rural”, na Rádio Marajoara AM. Foi diretor da TV Cultura do Pará e é professor de jornalismo da Faculdade Ipiranga desde 2006. Participou também de diversos trabalhos de pesquisas, como “Conflitos Fundiários e Violência no Campo” - Comissão Pastoral da Terra (CPT) – 1984/1985; “Estudo do Padrão de Vida, Trabalho, Cultura e Lazer no Corredor da Estrada de Ferro Carajás” – Idesp Set/1987 – Fev/1988; “Impactos do Projeto Ferro Carajás sobre a absorção da mão-de-obra regional” – NAEA - Out/1987 – Maio/1988; Publicou, em co-autoria o livro “O homem que tentou domar o Amazonas” - biografia de Felisberto Cardoso Camargo, primeiro diretor do Instituto Agronômico do Norte, hoje Embrapa Amazônia Oriental – 2003/2004; “Mais de 180 anos de imprensa na Amazônia” – Instituto de Divulgação da Amazônia (IDA) – 2004, paper apresentado no 3º Encontro da Rede Alfredo de Carvalho – Novo Hamburgo (RS) – abril/2005; “Após o regatão, o rádio e a televisão” – Instituto de Divulgação da Amazônia (IDA) – 2004, paper apresentado no 3º Encontro da Rede Alfredo de Carvalho – Novo Hamburgo (RS), abril/2005; “Tempos de Resistência” – paper produzido para o 4º Encontro da Rede Alfredo Carvalho, São Luís (MA) maio de 2006; e O golpe militar de 1964 e a Imprensa de Belém, apresentado no VI Encontro Nacional da História da Mídia, em Niterói (RJ), em maio de 2008.Ferreira não é um "homem de marketing", como sugerira o consultor Paulo Heineck, mas é um jornalista engajado e que conhece o PT e suas facções internas, além de ter bom trânsito com a imprensa local.Ana quer que Fábio Castro se mantenha no Governo como Assessor Especial da Governadora. Castro ainda não decidiu.

Avião
Parecia mais uma convenção dos vermelhos. Os aviões que saíram de Belém hoje rumo ao DF estavam lotados de petistas, de todos os tamanhos e importâncias.Tal lotação se deve ao fato de que amanhã o Supremo define o destino de Maria. Olhem como as coisas estão, um dirigente petista me disse hoje que Ana deve torcer muito para que Maria seja reconduzida ao cargo, porque se não for pode disputar as prévias do partido para...... o Governo do Estado em 2010.Ai Deus!!!

Susto
Fontes ouvidas pelo blog hoje garantem que o Governo levou um susto com que escutou da direção estadual do PT ontem. Houve sim uma elevação de tom, nada drástico ou dramático mas significativo.O suficiente para o Governo entender que a direção do partido tem 80% de controle da máquina partidária, o que significa que as forças do Governo tem de ser divididas por bem, ou não.

A reunião
A reunião ontem entre Ana e a direção de PT foi das mais difíceis. Estavam presentes Beto, Faleiro, Puty, João Batista, Paulo Rocha e no meio da conversa chegou Ganzer.Eles foram comunicar ao Governo que a direção nacional do partido e o presidente da república tem uma estratégia eleitoral para 2010.Esta estratégia é priorizar o PMDB como partido aliado, tanto nacionalmente como estadualmente. Aqui a chapa pré estabelecida seria uma coligação entre PT e PMDB tendo Ana para Governadora, Paulo Rocha candidato ao Senado, Jader Barbalho candidato ao Senado e a vaga de vice ficaria a disposição para composição com outro partido.A direção do PT foi não só lembrar ao Governo que esta é a posição do partido e de Lula mais também solicitar que a "novela" com o PMDB seja resolvida o mais rápido possivel, para garantir o acordo para 2010." - Na verdade o que queremos é que Ana seja candidata a reeleição, mas isso passa pelo cumprimento dos acordos e da estratégia do PT nacional e de Lula. Esta é a prioridade número 1", me disse um dos presentes.O Governo escutou. Volto no assunto mais tarde.

O PT tenta enquadrar Ana
Agora Ana Júlia passa por mais um problema grande, enorme. O PT está indo para cima da Governadora com força.Tudo começou com a entrega das OS para o PV. Segundo os petistas, eles reclamam que o PV não tem voto e está tendo espaços e sendo melhor tratado que o próprio partido da Governadora.Neste exato momento estão reunidos Ana com a direção do PT - João Batista e Paulo Rocha - que chegaram duro na governadora. A direção do partido quer mais espaço, acha que a DS tem mais espaço do que o seu real tamanho e reivindica novas posições para as demais tendências do partido - cerca de 80% da legenda.E mais, a direção do PT quer que Ana resolva de uma vez por todas o assunto com o PMDB.E a reunião pega fogo.

Não, não e não
Quer ver o PMDB puto ? É oferecer a ele a Comissão de Portos e Hidrovias, o IAP e a Fundação Carlos Gomes.Rangem até os dentes.

Observação
A relação do PMDB e do PT até o momento é de observação." - Sabe o gato observando o rato antes de dar o bote ? É assim que estamos todos."- me disse um deputado hoje.


- Faleiro é meu amigo, está tudo tranquilo entre nós."
Cláudio Puty

terça-feira, 26 de maio de 2009

Estocando Mantimentos

O governo foi às compras.Trouxe no carrinho o PV, o PTB e o PRB pra alimentar o G-8.
Contabiliza 23 deputados na sua base aliada, mais a deputada tucana Ana Cunha, sempre situação, e o deputado Arnaldo Jordy (PPS) , parlamentar com excelente atuação, que não pede cargos mas visa apoio na eleição do ano que vem.Com 25 votos na base, cheio de proteínas, o governo vai conversar com o PMDB, mostrando-lhe que com 16 oposicionistas, leva qualquer votação na Assembleia.Ainda existem algumas arestas pra aparar. Passarinho, por exemplo, que fechar a conta pendente antes de assumir a Sedurb.Enquanto isso cuidará o governo de apascentar o próprio rebanho petista, e vai precisar raspar mais um pouco o osso da DS, pra melhor distribuir os companheiros no governo.É possível que tenha sido essa a pauta do conflagrado encontro que teria reunido, ontem à noite, a governadora Ana Julia, o federal Paulo Rocha , o presidente regional do PT, o simpático João Batista e o secretário dos transportes, Waldir Ganzer.

Falam Nela

A médica pediátrica Silvia Cumaru Leal é candidata ao cargo de secretária de Saúde. Com perfil municipalista, foi assessora técnica do COSEMS-PA, a entidade que reúne os secretários de Saúde dos municípios paroaras.----Atualizada às 9:40.Alertado por um comentarista, o poster foi lá no DOE de hoje, que confirma a nomeação de Silvia Cumarú Leal para a Sespa.A GOVERNADORA DO ESTADO RESOLVE:nomear, de acordo com o art. 135, incisos II e V, da Constituição Estadual, MARIA SILVIA MARTINS COMARÚ LEAL para exercer o cargo de Secretário de Estado de Saúde Pública, a contar de 25 de maio de 2009.PALÁCIO DO GOVERNO, 25 DE MAIO DE 2009.ANA JÚLIA DE VASCONCELOS CAREPAGovernadora do Estado

COMENTARIOS DO 5 EMENDA DA PORRADA DO PT

No RD:Fechou o tempo em reunião ocorrida ontem à noite no Palácio dos Despachos. Além da governadora Ana Júlia, estavam lá os deputados Paulo Rocha, Beto Faro, Zé Geraldo e Aírton Faleiro e mais os secretários Cláudio Puty(CasaCivil) e Valdir Ganzer(Transportes). Os dois últimos, Puty e Ganzer, tiveram na frente da governadora uma discussão violenta. Foi coisa muito feia, segundo relato feito por quem sabe das coisas. Ganzer tentou dar um soco em Puty e os três deputados federais chegaram a dizer que se o secretário não sair, eles saem do governo. Acrescentaram, ainda, que se Puty quer ser candidato a deputado federal que deixe o cargo. Garantiu o informante que Cláudio Puty, considerado até aquio nome mais forte de toda a equipe de Ana Júlia, já atraiu para si a antipatia de quase todo o secretariado e de boa parte da base política de sustentação do governo. A desinteligência, para dizer o mínimo, entre Puty e Valdir Ganzer, segundo a mesma fonte, está longe de ser um fato isolado. "Há uma espécie de rebelião em curso contra o chefe da Casa Civil, que internamente já está fragilizado e que vem perdendo todas as condições de continuar no cargo", acrescentou. Se isso é mentira, não é o mesmo que o Lula vai enquadrar a Jatobá, ai ele se dana do mesmo jeito...basta ver o tom do Diário.


Prezado Juvêncio, esse encontro resultou em "penas para todos os lados" porque foi uma galinhada só. Parecia aquela rinha que tinha na Rua Domingos Marreiros, próximo a Dom Romualdo, e não o Palácio dos Despachos. O resultado é que membros da parte boa do PT (a que está excluída do Governo porque são históricos construtores do partido, que apoiaram Donana e ser eleita, foram traídos por ela por serem leais a princípios e terem caráter, além de lutarem pela ética na pólítica e não são corruptos)já apontam no sentido de PRÉVIAS para a indicação de candidato(a) a Governador(a) em 2010.



Nada mais absurdo que as tentativas de criar desavenças nas hostes petistas. Não houve briga nenhuma na reunião, tanto que Valdir Ganzer e Cláudio Puty estão neste momento juntos em Anapu.O PT sempre foi conhecido pela existência de diversas facções em seu interior, que sempre disputaram internamente espaços, seja na máquina partidária, seja nos movimentos sociais, seja na institucionalidade. Porém, as cisânias ficam de lado na ora em que é preciso unificar forças contra um adversários comum. Desde 1994 o PT vem disputando as eleições majoritárias com valentia, tanto que chegou ao poder na prefeitura da capital, nas prefeituras de grandes cidades e no governo estadual. E não será através das fofoquinhas Jaderistas que se esfacelará. Os movimentos feitos até aqui mostram ao deputado Jader, senhor-absoluto-do-PMDB-quem-não-concordar-que-caia-fora, que ele não está jogando sozinho no tabuleiro. Existem outros "players", e a imagem de imbatível por ele desenhada e comprada pelos tucanos não pode ser assumida como real por ele próprio. A estratégia de buscar as vulnerabilidades dos inimigos tem dado certo, contudo, em breve, as pessoas podem se lembrar de quem é Jader e que é Jader que está incitando a polêmica. E, creio eu, muitas pessoas, mas muitas mesmo, não querem Jader no poder novamente.

BARATA A PRAGA !!!

Segunda-feira, 25 de Maio de 2009

CRISE – Líder do governo antecipa mudanças
Em entrevista à imprensa, o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Airton Faleiro (PT) (à esq., em foto do site da Alepa), antecipou formalmente algumas das mudanças, consumadas ou em curso, na equipe da governadora Ana Júlia Carepa. As mudanças anunciadas pelo parlamentar se referem à cota petista no governo Ana Júlia Carepa, que protagoniza uma queda-de-braço com o PMDB, cujo manda-chuva, o ex-governador Jader Barbalho, reivindica mais espaço para o partido na máquina administrativa estadual.Faleiro confirmou mudanças já sabidas, como na Segov (Secretaria de Governo), e outras já antecipadas, como na Sema (Secretaria de Meio Ambiente) e na Secom (Secretaria de Comunicação), além de outra previsível, como no caso do Banpará (Banco do Estado do Pará S/A). Mas também antecipou que deverão ocorrer mudanças na Segup (Secretaria de Segurança Pública), até então excluída das especulações, e até em uma certa Comissão de Portos e Hidrovias, bem como anunciou a antecipação de mudança na Escola de Governo, cuja diretora geral, Edilza Joana de Oliveira Fontes, a Cuca, amiga pessoal e comadre da governadora Ana Júlia Carepa, é declarada pré-candidata a deputada federal em 2010, pelo PT.


CRISE – A troca de guarda na Segov e Sema
Segundo Faleiro, a Segov ficará sob o comando de Edílson Rodrigues de Souza, até aqui presidente do Banpará. Ana Cláudia Duarte Cardoso, atual secretária de Governo e fiel escudeira de Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, o arrogante chefe da Casa Civil, ficará como secretária-adjunta, nas cirunstâncias uma situação algo vexatória. No Banpará, com a remoção de Edílson Rodrigues de Souza para a Segov, este será substituído por Noêmia Jacob.Na Sema, também segundo Faleiro, ainda não definiram o nome do substituto do atual secretário, Valmir Gabriel Ortega, envolvido em denúncia de corrupção na secretaria. Mas Ortega será mantido na Sema, porque sua permanência seria considerada importante, pelo Palácio dos Despachos, para preservar as conquistas supostamente obtidas na área de política ambiental.

CRISE – As dúvidas em torno da Secom
Para a imprensa, Faleiro admitiu o que os jornais e blogs já anteciparam, que é a substituição do professor Fábio Fonseca de Castro, secretário de Comunicação. O atual titular da Secom exibe um brilhante currículo acadêmico mas revelou, conforme a crítica corrente, pouco afinidade com o dia-a-dia do jornalismo.Para o lugar de Fábio, de acordo com o líder do governo, são cogitados três nomes. Um é o de Paulo Heineck, marketeiro da campanha de Ana Júlia Carepa nas eleições de 2006. Outro é o de Regina Lúcia Alves de Lima, presidente da Funtelpa (Fundação de Telecomunicações do Pará), de perfil acadêmico e cuja intimidade com o exercício do jornalismo se resume a se fazer passar por jornalista, quando estudante, a pretexto de ser, na sua definição, “jornalista ideológica”, o que ocorreu no congresso de fundação da CUT, a Central Única dos Trabalhadores, o braço sindical do PT, no início dos anos 80 do século passado. O terceiro nome cogitado é Paulo Roberto Ferreira, um petista de conveniência, que foi diretor da TV Cultura, da qual foi defenestrado após entrar em rota de colisão com Regina Lúcia Alves de Lima, a atual presidente da Funtelpa, cargo que postulou após a vitória de Ana Júlia Carepa em 2006. Quando foi nomeado diretor da TV Cultura, ele não dispunha de qualquer intimidade com mídia eletrônica. Sua experiência prática anterior fora com mídia impressa, ao ser repórter e, por breve período, chefe de reportagem de O Liberal, o principal jornal do grupo de comunicação da família Maiorana, do qual saiu para ser assessor parlamentar, figurando inclusive na lista dos marajás da Assembléia Legislativa. A lista foi divulgada pelo então governador Hélio Gueiros, no início do seu mandato, que se estendeu de 1987 a 1991.


CRISE – A vida pregressa de Paulo Roberto Ferreira
Paulo Roberto Ferreira (à dir., em foto do site do governo) é íntimo do publicitário Orly da Costa Bezerra, o marketeiro-mor da tucanagem nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB. Na época, Paulo Roberto manteve uma empresa que fazia clippings para o Palácio dos Despachos e cotejava, estatisticamente, os espaços concedidos pelos jornais ao PSDB e ao PT.No PT, do qual é originário e a cujo ninho retornou após a derrocada do tucanato, ele é afilhado político do deputado federal Paulo Rocha, um dos mensaleiros petistas, do qual seria inclusive contraparente, e do deputado estadual Valdir Ganzer, atual secretário de Transportes, protagonista de uma administração calamitosa na Setran (Secretaria de Transportes). Quando administrou a gráfica da SPDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), nos anos 80 do século passado, Paulo Roberto ficou célebre por ter como ilustre cliente o então major Sebastião Moura, o major Curió, ícone da ditadura militar e figura de proa da repressão política nos anos de chumbo, especialmente durante a guerrilha do Araguaia, promovida pelo PC do B. Curió chegou a se eleger deputado federal pelo PDS, o partido de sustentação política do regime militar, e se valeu da gráfica da SPDDH, nas mãos de Paulo Roberto Ferreira, para imprimir seu material de campanha.
O relato sobre o episódio acerca da inusitada relação entre o petista Paulo Roberto Ferreira e o major Curió, está no livro sobre o assassinato do ex-deputado Paulo Fonteles (ex-PMDB, então PC do B), Contido a Bala, de Luiz Malklouf Carvalho. Um jornalista de competência e experiência comprovadas, que fez carreira na grande imprensa brasileira e nela continua militando, Maklouf é também um escritor nacionalmente conhecido, autor, dentre outros livros de sucesso, de Já Vi Esse Filme, sobre reportagens e polêmicas envolvendo o presidente Lula.


CRISE – Quem é Paulo Heineck
Paulo Heineck, um dos nomes oficialmente cogitado para a Secom, foi o responsável pelo marketing eleitoral da vitoriosa campanha de Ana Júlia Carepa ao governo do Pará, nas eleições de 2006. Ele é vinculado ao comando nacional da DS, a Democracia Socialista, a tendência interna do PT na qual milita a governadora Ana Júlia Carepa. No atual governo ele tem, dentre seus interlocutores privilegiados o publicitário Francisco Oliveira, o Chiquinho do PT, dono da Vanguarda, uma agência de publicidade que prosperou durante os dois mandatos de Edmilson Rodrigues como prefeito de Belém. Chiquinho mantém uma relação ambivalente com a governadora e sua entourage, que se desenrola sob reservas mútuas.Heineck descartou a possibilidade de integrar o governo Ana Júlia Carepa porque sua família reside em Brasília, onde sua esposa tem um vantajoso e estável emprego. Por isso, para muitos soa inimaginável vê-la trocar a estabilidade do Distrito Federal por algo incerto como um cargo em um governo de uma terra que lhe é estranha, o que faria Heineck resistir a idéia de trocar Brasília por Belém. Além disso, pelo que é dito nos bastidores, embora diplomático, ele tem uma visão muito crítica sobre as lambanças da governadora e sua trupe. Assim, pelo próprio distanciamento que mantém das disputas paroquiais, não se revelaria permeável à idéia de se sujeitar aos caprichos e estultícias políticas do Palácio dos Despachos, dominado pelo círculo mais íntimo de Ana Júlia Carepa.


CRISE – Os amigos íntimos de Ana Júlia
O círculo íntimo de Ana Júlia Carepa, capaz de influenciá-la e até por ela decidir, é basicamente constituído por Marcílio de Abreu Monteiro, secretário de Projetos Estratégicos e ex-marido da governadora, tido e havido como a eminência parda do governo; Maurílio de Abreu Monteiro, irmão de Marcílio e secretário de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia; e Maria Joana da Rocha Pessoa, a manda-chuva do Hangar, o centro de convenções do Estado, ex-mulher de Maurílio e amiga pessoal de Ana Júlia, da qual é também a eterna caixa de campanha.Marcílio de Abreu Monteiro foi citado, na CPI da Biopirataria, como chefe do esquema de desmatamento ilegal no Pará, que seria turbinado por um propinoduto mantido pelos madeireiros, de acordo com a revista Veja. “Embora um acordo costurado entre parlamentares tenha poupado Ana Júlia e seu ex-marido de um pedido de indiciamento no relatório, a investigação da CPI esbarrou em uma série de indícios comprometedores para a dupla”, salientou a revista. A CPI da Biopirataria também identificou quase uma centena de chamadas de Maria Joana para empresas suspeitas de integrar o esquema de desmatamento ilegal no Pará. “Obtida a quebra do sigilo da funcionária, descobriu-se que, apenas em 2004, ela havia movimentado, em duas contas, uma quantia superior a 2 milhões de reais. O valor é dezesseis vezes mais alto do que a renda anual que Maria Joana declarou à Receita Federal: 124.800 reais”, revelou Veja, ao denunciar a maracutaia, em noticiário ecoado também pela TV Globo, na época.


CRISE – Setran, Detran e Sespa
Sobre a Setran, alvo de freqüentes denúncias de corrupção e desmandos administrativos do secretário Valdir Ganzer, Airton Faleiro descartou qualquer mudança imediata, a exemplo do Detran (Departamento de Trânsito do Estado do Pará). Ter sido aparentemente adiada uma mudança na Setran certamente deixa o líder do governo aliviado, porque, se Valdir Ganzer for defenestrado da secretaria, possivelmente retomará sua vaga na Assembléia Legislativa, desalojando Faleiro, suplente do deputado que, por insondáveis mistérios, se tornou secretário de Transportes, sem nenhuma qualificação para o cargo, estritamente técnico.Faleiro – suspeito de ser um dos beneficiários do propinoduto dos madeireiros que prosperam com a devastação ilegal da floresta amazônica - nada disse sobre o desfecho da troca de guarda na Sespa (Secretaria de Saúde Pública), diante da demissão, a pedido, da secretária Laura Rossetti. Ele não esclareceu se a médica Laura Rossetti, como é especulado, será substituída pela secretária adjunta, Daniela Cavalcante, uma nutricionista, descrita como arrogante e intratável, cuja maior realização, além de humilhar os subordinados, seria ter empregado na Sespa o próprio marido, um engenheiro tido, tal qual a mulher, como um profissional de competência duvidosa.

CRISE – Silvia Comaru substituiria Laura Rossetti
Segundo fonte privilegiada, a coordenadora da Câmara de Setorial de Políticas Sociais do governo Ana Júlia Carepa, Silvia Comaru (à esq., de blusa preta, em foto do site do governo), deverá substituir Laura Rossetti na Sespa.Se confirmada, a informação corrobora o que antecipou este blog, em 30 de outubro do ano passado. Naquele dia, em postagem festa às 19h51, este blog já antecipara a substituição de Laura Rossetti por Silvia Comaru, em notícia que abaixo transcrevo. A notícia merece um reparo: nela é atribuída ao ex-governador Jader Barbalho a indicação de Laura Rossetti, na verdade, como hoje se sabe, uma escolha de responsabilidade pessoal da governadora Ana Júlia Carepa.“A atual secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, foi indicada pelo ex-governador Jader Barbalho, em nome do PMDB. Ela seria substituída pela médica Silvia Cumaru, coordenadora da Câmara Setorial de Políticas Sociais, por indicação da DS, a Democracia Socialista.“A DS, repetindo, é a corrente minoritária do PT, da qual faz parte a própria governadora e que, por isso, detém o comando da máquina administrativa estadual. Quase todo o primeiro escalão do governo Ana Júlia Carepa é monopolizado pela DS.”


CRISE – Os bastidores da corrupção
Merece igual destaque outro comentário anônimo, que trata dos bastidores da corrupção que, segundo denúncias, medra com vigor na Sema. Por isso a decisão de conferir-lhe o destaque. Sem esquecer, naturalmente, o benefício da dúvida que devem merecer todos os suspeitos de envolvimento citados na denúncia.“Barata, vou dar um dica das relações que devem ser esclarecidas dentro da SEMA. Quando o Diário do Pará fala do esquema de pessoas que mudaram de lado do balcão, estão falando do ex-todo poderoso diretor da DCQA Marcelo Aiub, isso mesmo, o gaúcho agora é proprietario da Floresta Engenharia, empresa de consultoria em licenciamento localizada em frente ao Santuário de Fátima. Pois bem, o atual diretor da DCQA, o também gaúcho Paulo Alves, foi trazido ao Pará pelo Marcelo Aiub, na época diretor. Paulo Alves, veio primeiro como consultor particular do AIUB no licenciamento da Termoelétrica da Vale em Barcarena. Com a queda do Marcelo Aiub na SEMA, o ‘consultor’ foi alçado ao cargo de diretor pela dupla Ortega e Marcelo Françoso (o adjunto apagado). Dai vem o esquema. Só passa na DCQA os processos que vierem com o carimbo da empresa do amigo e ex-diretor Marcelo Aiub (dividiram até a mesma casa), inclusive tendo uma triagem na ante-sala da DCQA realizado pelas ‘competentes’ ex assesoras do Aiub e atuais assesoras do Paulo Alves, Thabata e Célia.“Continuando os esquemas, vamos para a área administrativa. Existe um contrato com valores altíssimos entre a SEMA e uma tal de PM21 Consultores, empresa de consultoria do Paraná, que mantém apenas uma consultora, a pateta-mor Patrícia, que vive coletando dados fornecidos pelos servidores, mas que até hoje nunca chegou a nada de concreto. Essa empresa é do amiguíssimo do Ortega, o Sergio Marangoni, e ganha cerca de R$ 70.000,00 mês, apenas pra manter essa consultora na SEMA, mas o que está por trás disso é a complementação salarial da Diretora Admininistrativa-Financeira Leila, a louca.“E no apoio de todas as ações contamos com Érica (chefe de gabinete) Teresa (assesora-mor) e demais puxa-sacos.Continuando, ainda era bom verificar as relações com as ong's do tipo TNC, IMAZON E WWF.“Pois usando da bondade da Dra. Sônia, (diretora de área protegidas), sobre ordens o Ortega, estão torrando o dinheiro de compensação ambiental, e garantindo empregos a todos estrangeiros que se declararam donos da politica ambiental do estado do Pará.”

CRISE – Ligações perigosas
É fundamental naturalmente, não deixar de contemplar com o instituto da inocência presumida os nomes mencionados, mas não há como silenciar, diante da sua gravidade, sobre a denúncia feita a este blog, em torno das suspeitas de corrupção envolvendo a Sema.Um internauta, naturalmente em off, declara que seria importante investigar a relação, supostamente estreita, do atual diretor de Controle e Qualidade Ambiental, Paulo Alves, com o ex-diretor, Marcelo Aiub. Ambos são gaúchos e inclusive teriam compartilhado o mesmo imóvel no bairro da Pedreira. Hoje, segundo a fonte, o ex-diretor teria uma empresa de consultoria, a Floresta Engenharia, sob suspeita de ser beneficiária do tráfico de influência, diante da amizade entre Marcelo Aiub, o ex-diretor de Controle e Qualidade Ambiental, e o atual diretor, Paulo Alves. Este, inclusive, ainda de acoro com a mesma fonte, teria sido indicado para o cargo por Marcelo Aiub, seu antecessor e amigo.A relação promiscua seria mascarada, de acordo com essa denúncia, pela utilização de terceiros, em nome dos quais estariam processos de interesse da Floresta Engenharia, a empresa de consultoria de Marcelo Aiub. Um dos prepostos deste seria sua própria namorada, de nome Vanessa. Ele ainda contaria com a simpatia, na Sema, de uma assessora, identificada como Thabata.Com a palavra a auditora geral do Estado, Tereza Regina de Jesus Cordovil.


MEMÓRIA – Relíquia da maracutaia petista
Adesivo da maracatuaia petista, pela
qual militantes do PT facilitavam a
destruição da floresta, em troca de
propinas dos madeireiros. O adesivo
foi reproduzido pela Veja e também
mostrado pela TV Globo, na época.
Ele era o salvo-conduto que
permitia o livre transporte da
madeira extraída ilegalmente, em
caminhões nos quais eram afixados.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Minha visão do Governo

Fico com a imprensão que antes do governo de Ana Julia não havia nada de bandalheiras. êta que a tucanada tá tinindo pra voltar de novo sô! Agora pactuada com o PMDB, aliás, Mario Couto e Jatene eram de lá. Estão apenas sendo recrutados pelo Jader. Pra mim parece muito simples! Detona-se agora a Ana Júlia e depois divide-se o lucro. É só observar quantos deputados a Ana Júlia tem de fato na Assembléia e veremos como tá fácil destituí-la do Governo.Essas denuncias de corrupção é fichinha pros descalabros que ocorriam em diversos setores do governo há muito tempo, apenas com uma diferença: tudo às escondidas e dos esquemas todos comiam. Agora, quando há esquemas, aqueles velhos funcionários ficam de fora e isso dá muita raiva. Por exemplo: eram sempre os mesmo técnicos da SEPOF que viajavam para eleborar relatórios, anos após anos, eles aprovavam tudo o que os prefeitos mandavam. Agora tem uns tal de conselheiros do PTP que mandam de lá os relatórios e quase sempre metendo o pau nas empresas que realizam péssimas obras e tudo isso incomoda. Na SEMA o nível de corrupção não tá tão alto assim, pois tá quase tudo parado. Há tempo que não se libera nada!Então vamos fazer uma CPI para investigar de quinze anos para cá? E não só lá: no DETRAN, na SESPA, na ASIPAG, na SETRAN ADEPARÁ e outros. Topam? eu ainda gostaria de saber onde foram parar os 450 milhões da venda da CELPA, da Estação da Docas, da Alça Viária,do Mangal...Muito dinheiro que saiu pelo ralo e que ninguém lembra mais. Confesso que não tenho nem um pouco de saudades de vocês tucanos! Fizeram o que fizeram com o LULA e não adiantou, agora querem fazer o mesmo com a ana Julia Mas...

Juventude em Pauta

Segunda-feira, 25 de Maio de 2009

Aprovar já a meia-passagem intermunicipal
(na foto, Nelma Neves, presidente da União Paraense dos Estudantes)
Os estudantes paraenses, liderados pelo Movimento Pró-Meia, UPES, UNE, UBES e outras entidades, retomam a partir de amanhã uma agenda de mobilização pela aprovação da regulamentação da meia-passagem intermunicipal.
Nessa terça, haverá uma vigília em frente à ALEPA. Na quarta-feira, um grande ato público para que o parlamento estadual coloque a regulamentação na pauta de votações do legislativo. Atualmente, a proposta está sem consenso para ser votada.
Tudo que deveria ser debatido sobre o assunto já o foi. Governo Estadual precisa lançar mão de seus expedientes de governabilidade e exercer sua responsabilidade legal de assegurar a regulamentação da Lei aprovada em 2007. Há que se criar também um expediente para que as futuras alterações legais, demandadas na medida em que o modelo for sendo testado, passe à atribuição do Poder Executivo, desburocratizando a adaptação da lei à realidade social.
Reitero minha opinião de antes: é preciso muita mobilização estudantil para o direito ser o mais abrangente possível, mas também maturidade para que não sejamos derrotados por posições sectárias que fortaleçam o ponto de vista empresarial e eleitoreiro. Um movimento à altura de momentos históricos assim é aquele que sabe negociar e acumular para estar mais potente no futuro.
Tenho pleno acordo com o deputado Carlos Bordalo : "ou aprovamos a meia-passagem intermunicipal ou a tendência de evasão e repetência em todos os níveis de ensino vai se proliferar entre a nossa juventude".
A bancada do PT fez a parte dela ao propor uma emenda que estabelece raio não mais referenciado em Belém, mas pela relação entre o local de moradia do aluno e o de estudo. Uma posição de disputa. Com aval do Governo do Estado, esse reaio foi estipulado em 250 km e ultrapassando isso, o direito de se usar a meia 4 vezes por semana. Mas, nada adianta uma proposta avançada se não tiver articulação política equivalente para garantir a aprovação dela.
Brasília, governada pelo DEM, deu exemplo e em breve vai instituir o histórico e inédito passe-livre estudantil. O Pará, governado pelo PT e pelo PMDB, embora se agudizem os conflitos na aliança, tem também que dar o exemplo e aprovar a histórica e inédita meia-passagem intermunicipal.

Na Perereca de Quem 2

Na primeira matéria dessa série de reportagens você leu:_Sócia da gráfica Delta, a empresária Thaís Montenegro também integrou o Conselho de Administração do Hangar, para o qual a empresa imprime a revista “Latitude”, cuja edição trimestral, nos cálculos de empresários do setor, gira em torno de R$ 700 mil, para 30 mil exemplares._A Delta integra, na verdade, um grupo de três gráficas que funcionam no mesmo endereço: a travessa Pirajá, 1187, no bairro do Marco. Duas delas, aliás, sob o mesmo nome de fantasia: Delta Gráfica e Editora._O grupo foi o principal fornecedor de impressos da campanha da governadora Ana Júlia Carepa, nas eleições de 2006. E, ao longo desses dois anos, já faturou um volume de recursos que ninguém sabe quantificar. Mas que, segundo empresários do setor, lhe permitiu comprar de R$ 6 milhões a R$ 10 milhões em equipamentos.Acompanhe, agora, o restante do material.
Empresário nega acusações
Montenegro jura que não há irregularidades. Mas, pelo menos duas empresas do grupo já participaram da mesma licitação.A coexistência de três empresas do mesmo ramo no mesmo endereço pode até não ser crime.Mas, é olhada com desconfiança porque pode gerar situações, no mínimo, complicadas.Como não poderia deixar de ser, isso já aconteceu com as empresas do grupo Delta – um conjunto de três gráficas que funcionam na travessa Pirajá 1187, em Belém, todas sob o comando, na verdade, do empresário Édson Montenegro.Em pelo menos uma ocasião, duas das empresas do grupo já participaram da mesmíssima licitação.Foi a Tomada de Preço (TP) 009/2008, realizada em meados do ano passado, para o fornecimento de material gráfico à Prefeitura de Marituba.De acordo com o Diário Oficial do Estado número 31217, de 23/07/2008, venceram a TP as empresas Delta Gráfica e Editora Ltda. (CNPJ 07.960.738/0001-40) e Bruno E. da S. Vieitas Ltda. (CNPJ 05.506.596/0001-10.A primeira está registrada em nome da segunda mulher de Édson Montenegro, Káthia Regina de Souza Pamplona, e da filha do casal, Thaís Fernanda Pamplona Montenegro, que integrou ou integra a cúpula do Hangar – o centro de convenções para o qual o grupo Delta também fornece serviços gráficos.A segunda empresa, a Bruno E. da S. Vieitas, cujo nome de fantasia é K&T Comércio e Serviços, está em nome de um filho do primeiro casamento do empresário.Mesmo assim, Montenegro nega quaisquer irregularidades, tanto nas suas empresas, quanto no fornecimento de serviços ao Governo do Estado e ao Hangar.Sem Álcool
Na tarde de quinta ou sexta-feira (antes, portanto, de um telefonema de madrugada à repórter, com objetivo aparentemente intimidador, e no qual, também, o empresário parecia estar alcoolizado), Édson Montenegro confirmou que a filha, Thaís, integrou o Conselho de Administração do Hangar. Mas disse que ela deixou o local ainda no mês passado.
Garantiu que a Delta imprimiu, apenas, três números da revista “Latitude”, a publicação trimestral do Hangar.
Disse que sempre forneceu serviços a candidatos de todos os partidos políticos – “na campanha da Ana, do Jatene, do Almir”. E que atende “bem” a todos os governos – “sou um cara democrático, light”.
E explicou o porquê, em sua opinião, de tamanha procura: “Eu tenho a melhor gráfica do estado. Entra governo, sai governo, tenho mercado porque tenho qualidade. E o mercado, hoje, prima pela qualidade. Se eu fosse amigo do governador e não tivesse qualidade, não vendia”.
Reclamou dos demais empresários do setor que se queixam da concentração de serviços, pela Delta, no atual Governo, e garantiu que o volume nem é tão grande assim:
_ “Se eles tivessem capacidade, não reclamavam. Vá lá ver, na Seduc...Se tiver uma nota fiscal minha, lá na Sespa, na Sefa, qualquer órgão, pode dizer que é mentirosa. É que os caras, ao invés de trabalhar, ficam se preocupando com os outros. No governo do doutor Almir, só o Conrado (o presidente da Fiepa, José Conrado, que é empresário do setor) fazia as coisas e eu nunca reclamei de nada”.
Disse que sentiu “uma tristeza, que pelo amor de Deus!...” ao ver a Delta envolvida no escândalo dos kits escolares – a aquisição, que teria ocorrido sem licitação e a preços superfaturados, dos kits distribuídos, neste ano, pela governadora Ana Júlia Carepa, aos alunos da rede pública.
E negou qualquer envolvimento no escândalo: “Chegou um pedido na minha mão, para a cotação das agendas. Era 1,1 milhão de agendas e aí eu disse que não tinha capacidade de fazer”.
Da mesma forma, também negou a aquisição, em apenas dois anos, de equipamentos avaliados em pelo R$ 6 milhões, em função do dinheiro a rodo que estaria recebendo do Governo Estadual, como afirmam empresários do setor.
“A minha máquina custou R$ 1,3 milhão, para pagamento em cinco anos!... Se quiser, eu mostro a duplicata, eu mostro!...” – disse ele, na entrevista feita por telefone – “Já até deixei de ler jornal pela falta de postura das pessoas!... Na revista que tenho, a Via Pará, nunca falei mal de ninguém”.
Montenegro também assegurou que as revistas que imprimiu para o Hangar foram antecedidas “ de concorrência, cotação de preços”. E novamente apontou a qualidade do parque gráfico que possui: “A minha gráfica é a única de Belém que dispõe de uma máquina PUR, que cola, que não precisa grampear”.
E ironizou a informação dos empresários do setor de que estaria faturando milhões no atual governo: “Quem me dera!... Já pensaste? Ganhar uma grana dessas? Até porque já peguei porrada sem pegar”.
Contou que trabalha com Ana Júlia Carepa desde os tempos em que era vereadora, “e ela me ajuda dentro do possível, dentro da legalidade, ela mesma já falou isso, e para mim gratidão é sinônimo de caráter”.
Também explicou o motivo pelo qual tem três empresas gráficas no mesmo endereço – duas delas com o mesmíssimo nome de fantasia:
_ “Eu só ainda não fechei a Édson F. M. Vieitas, porque eu precisava esperar acabar o contrato com a TIM (a operadora de telefonia), que está em nome dela. Aí eu pensei em abrir essa outra sociedade (a outra Delta), já colocando em nome da minha filha. Mas, no mês que vem, eu fecho a Édson E. M. Vieitas”.
Quanto à K&T, a empresa que está em nome do filho, Bruno Vieitas, Montenegro explicou a existência dela pela necessidade de contemplar as duas famílias – a do primeiro e a do segundo casamento.
Mas, garantiu, a K&T “é separada da Delta, até os funcionários são separados” e explicou a coincidência do endereço – todas as três empresas estão no prédio de número 1187 da travessa Pirajá; o número 1193, que consta como endereço de duas delas, na Receita Federal e na Jucepa, simplesmente não existe, conforme constatou a reportagem, na semana passada.
“O número existe, sim”, disse Montenegro, “É que eu comprei a casa ao lado e mandei tirar o número. Por isso, ele não está lá”.
A reportagem perguntou se ele não considerava pelo menos complicado o fato de a filha dele, Thaís, que figura na constituição societária de uma das gráficas Delta, ter sido, no ano passado, também integrante do Conselho de Administração do Hangar – o centro de convenções para o qual, no mesmo período, a empresa forneceu serviços gráficos.
Montenegro respondeu: “Depende do seu ponto de vista. Na empresa, é tudo tocado por mim e pela mãe dela. Ela (Thaís) não tem nenhuma ingerência na Delta. Ela só tem 20 anos e começou a trabalhar aqui comigo na semana passada. Além disso, será que ela tem poder decisório no Hangar?”.
Delta e Ana Júlia: uma década de “trabalho”
Vêm de longe as relações entre o empresário Édson Montenegro e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa. Em novembro do ano passado, na festa de aniversário da gráfica Delta – comemorada justamente no Hangar – a própria Ana informou que trabalha com a empresa desde 1998.
No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no qual estão online apenas as prestações de contas das quatro últimas eleições, é possível reconstituir um pouco da trajetória de contribuições e serviços das empresas do grupo Delta à governadora Ana Júlia Carepa e ao PT.
Em 2002, o principal fornecimento de impressos da Édson F.M. Vieitas (a Delta Gráfica e Editora de CNPJ 02.129.402/0001-16) foi para o Comitê Financeiro Único do PSDB: R$ 185 mil.
O segundo maior pacote de serviços foi para o deputado federal José Priante (R$ 55 mil), do PMDB. O terceiro, para Ana Júlia (R$ 40 mil), então candidata à senadora.
É verdade que outros oito candidatos também mandaram confeccionar impressos na Delta - gente do PSDB, PMDB, PSD,PPS e PPB.
Mas, no caso de Ana Júlia, a Delta já aparece como a segunda maior fornecedora desse tipo de serviço, atrás apenas da Gráfica e Editora Primavera (R$ 44 mil), embora haja, nessa prestação de contas, R$ 112 mil em impressos de origem desconhecida.
Em 2004, esses laços com a Delta se estreitaram. A gráfica foi, praticamente, a única fornecedora de impressos da campanha de Ana Júlia à Prefeitura de Belém, com R$ 258.347,50 em valores declarados.
Naquele ano, os impressos confeccionados pela Delta, para candidatos a cargos eletivos, somaram R$ 401.561,62.
O segundo maior fornecimento (R$ 120 mil) foi para Duciomar Costa, que acabou vencendo as eleições à Prefeitura da capital.
Em 2006, lá estava o grupo Delta de novo: dos R$ 710.780,00 que a Édson F. M. Vieitas confeccionou em impressos para os candidatos, R$ 616.000,00 foram para a campanha de Ana Júlia ao Governo Estadual.
Mas outra empresa do grupo, a K&T Comércio e Serviços, também forneceu R$ 86.500,00 em impressos para a atual governadora.
Quer dizer: de um total de R$ 1.117,545,00, gasto por Ana Júlia na rubrica “Publicidade por Materiais Impressos”, mais de R$ 702 mil vieram do grupo Delta.
Além disso,o grupo se tornou, naquele ano, também doador de campanhas eleitorais: foram R$ 22.300,00 para Ana Júlia, através da empresa Édson. F.M. Vieitas, e R$ 3 mil para o candidato tucano ao Senado, Mário Couto Filho, através da K&T, que também forneceu para ele R$ 84.850,00 em materiais – o segundo maior volume de serviços da empresa, naquele pleito.
Nas eleições do ano passado, o grupo Delta bateu ponto novamente.
Do fornecimento de R$ 116.434,80 da Édson F. M. Vieitas em impressos, menos de R$ 3 mil foram para o PT: o grosso do serviço foi para candidatos do PP, PMDB e PFL.
Já a K&T forneceu mais de R$ 214 mil em impressos, mais da metade para candidatos petistas. E dos R$ 43.923,00 doados pela empresa, R$ 42.463,29,00 beneficiaram candidatos do PT.
Grupo também edita revista
Além das gráficas, Montenegro também possui uma revista: a Via Pará.
Ela foi lançada em novembro de 2007, pela K&T, e tem como diretor-presidente o próprio Montenegro. É impressa pela Delta. O endereço da redação é também a travessa Pirajá, 1187.
A Via Pará tem uma tiragem declarada de 25 mil exemplares e um preço de capa de R$ 7,00.
Mas, ao que parece, é sustentada pelo Governo do Estado e por empresas a ele ligadas.
Dos seis anúncios de página inteira da edição de abril do ano passado, três foram do Governo do Estado, um do Hangar, um da própria gráfica Delta e um da Cerpasa – que, além de receber incentivos fiscais do Estado, também possui (ou possuía) uma dívida astronômica com o erário.
Outro exemplo: a edição de novembro do ano passado, que marcou o primeiro aniversário da revista. São, apenas, 10 páginas de anúncios, num universo de 70. E, dessas 10 páginas, três vieram do Governo, uma do Banpará e uma do Hangar.
Outras duas são da própria Delta.
Das três restantes, uma veio do Foto Keuffer/Paulo Britto Stúdio e Eventos – e Paulo Britto, além de fotógrafo, é, também, diretor comercial da Via Pará.
As outras duas foram bancadas pela Sol Informática e pelo jornal Público, cujos proprietários integram o Conselho de Administração do Hangar.
Mais um exemplo: a edição de janeiro deste ano. Das oito páginas de anúncios, três são do Governo do Estado, uma do Hangar, duas da própria Delta, uma da Cerpasa e uma do jornal Público.
Outro exemplo: a edição de fevereiro deste ano: das nove páginas de anúncios, três são do Governo do Estado, uma do Hangar, duas da Delta, uma da Cerpa, uma do Público e uma – surpresa! – da Tim, a operadora de telefonia celular.
É verdade que os 25 mil exemplares da Via Pará, a R$ 7,00 cada, renderiam R$ 175 mil por edição, caso fossem vendidos na totalidade.
O problema é que isso não acontece.
A informação, de fonte segura, é que 70% desses exemplares são distribuídos gratuitamente.
“São 800 pontos de distribuição” – revela um funcionário – “entre condomínios, hotéis, empresas públicas e privadas”.
A fonte não soube precisar a taxa de encalhe dos 30% que chegam às bancas.
Disse, no entanto, que a distribuição gratuita alcança, especialmente, a área “nobre” da cidade – Nazaré, Marco, Batista Campos, por exemplo – até o Entroncamento.
Quanto ao preço dos anúncios, ela confirmou que gira em torno de R$ 4 mil por página inteira. Mas, advertiu: “para o Governo é mais caro, pela série de procedimentos que isso envolve. Desde novembro, por exemplo, não recebemos nada do Governo; ele nos deve umas três edições”.
Informou que o acordo com o Governo é de três páginas por edição. Mas, disse, desde que o anúncio não venha através da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), é possível negociar “um preço melhor”, até pela “reestruturação” que está sendo feita na revista, inclusive na tabela de preços, em função da crise econômica.
“Em dezembro, fizemos uma capa para o Banpará que saiu a R$ 6 mil. Se fosse para o Governo, seria mais caro”, contou.
Uma pergunta sem resposta
Não se sabe ao certo se e quando Thaís Montenegro deixou o Hangar.
Na semana passada, uma assessora do Hangar disse que Thaís saiu de lá no mês passado – a mesma informação de Montenegro, por telefone, na quinta ou sexta-feira.
Mas, na madrugada de sábado, o empresário afirmou que a garota deixou o centro de convenções em julho do ano passado.
Certo é que Thaís ainda figurava como integrante da constituição societária da Delta em abril do ano passado – o fato está documentado em um processo da Justiça do Trabalho.
E, em maio, também aparecia como integrante do Conselho de Administração do Hangar, na revista Latitude – impressa pela gráfica Delta, como se pode ver no expediente.
A reportagem não teve acesso aos dois primeiros números da revista, para saber por quanto tempo Thaís exerceu esse duplo papel.
Mas, na edição de outubro, o nome dela desapareceu do Conselho de Administração - no lugar dela entrou o empresário Paulo Morelli.
Qual o verdadeiro faturamento da Delta?
Outra dúvida é quanto ao dinheiro realmente recebido pelas empresas do grupo Delta, no Governo Ana Júlia.
Mas, é bem provável que os empresários do setor tenham razão quando afirmam que o grosso do faturamento da empresa não aparece no link Transparência Pará, da Auditoria Geral do Estado (AGE).
De acordo com o link, a Delta Gráfica e Editora Ltda (não a Edson F.M. Vieitas, mas, aquela que está em nome da mulher e da filha do empresário, com o CNPJ 07.960.738/0001-40) recebeu do Governo do Estado, em 2007, R$ 392.813,59.
Já, a Bruno Vieitas (K&T Comércio e Serviços) foi contemplada com outros R$ 225.565,60. Total: mais de R$ 600 mil.
Já em 2008, ainda segundo o link Transparência Pará, a mesma Delta teria faturado R$ 190.430,19, e a Bruno Vieitas (K&T) R$ 69.035,53. Total: cerca de R$ 260 mil.
O problema é que o link detalha o que foi recebido pelas duas empresas, em 2007 e 2008, de vários organismos estaduais – Seduc, Secult, Escola de Governo, Sespa, Detran, por exemplo.
Mas, não consta nele um mísero centavo repassado ao grupo de Montenegro pela Secretaria de Comunicação – com as suas fabulosas verbas de publicidade e propaganda, que ficaram, apenas em 2007, em mais de R$ 38,8 milhões.
Mesmo assim, como já se viu, só a revista Via Pará, do grupo de Montenegro, que já vai no décimo número, fatura alto em anúncios, com três páginas fixas do Governo Estadual, a cada edição.
O mistério é o volume de dinheiro que o grupo Delta recebe das agências de propaganda contratadas pelo Governo do Estado.
E quanto, afinal, é destinado ao grupo pelo Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, no qual a Delta conseguiu emplacar até mesmo uma sócia no Conselho de Administração.
Mas isso, só o tempo dirá.