quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A PERERECA DA VIZINHA EM UMA SEMANA

Terça-feira, Dezembro 08, 2009
Parsifal Pontes confirma “terceiro turno” em Belém


Em postagem sob o título “Terceiro Turno”, o deputado estadual Parsifal Pontes, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, confirma a possibilidade de um novo segundo turno em Belém, dessa feita entre José Priante e Mário Cardoso, caso seja mantida a cassação de Duciomar Costa.

Mas o deputado também sustenta: se a liminar obtida por Duciomar for cassada, Priante tem de assumir a Prefeitura, já que foi isso o que determinou a sentença judicial.

Parsifal observa, ainda, que o novo segundo turno só poderá ser marcado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) após decisão final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a matéria – o que, com todo o respeito ao deputado, a Perereca suspeita que só acontecerá lá pras bandas de 2014...

Leia aqui um pedaço do post de Parsifal Pontes em seu delicioso blog:


“Terceiro turno

Em postagem intitulada, “Sem novo pleito”, posicionei-me não ser possível nova eleição em Belém, como anunciavam alguns precipitados manifestantes.

A Consulta TSE 1657/PI, veda a marcação de nova eleição pelo Tribunal Regional Eleitoral, enquanto recurso contra a sentença que cassou mandato não tenha sido julgado definitivamente pelo TSE.

Como havia uma sentença com carga coercitiva imediata, não se poderia falar em nova eleição, mas em posse do segundo colocado, como determinava a prolação.
Recebi comentário, assinado por “Weber de Tucuruí”, no qual há a afirmação de que, com base na mesma consulta já citada, poderá haver novo segundo turno em Belém, entre Priante e Mario Cardoso.

O comentário tem procedência: caso o TSE, em grau de recurso, mantenha a sentença do Dr. Sérgio Lima, por força do entendimento da consulta TSE 1657/PI, o TRE deverá marcar data para novo segundo turno.

O entendimento do TSE é que os votos anulados por decisão judicial do candidato eleito no segundo turno são excluídos do universo dos votos válidos no primeiro turno.

Com o novo cálculo deve-se observar se o segundo colocado obteve a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro escrutínio, caso a resposta seja positiva, o mesmo deve ser proclamado eleito.



Em caso negativo, deve-se proceder a um novo segundo turno com a participação dos dois candidatos mais votados no primeiro.”



Segunda-feira, Dezembro 07, 2009
A cassação de Dudu: Mário e Priante podem disputar 2º turno

Recebi dois comentários muito interessantes na postagem “Ave, Jader! Os que vão morrer te saúdam!”


Vou colocá-los na Berlinda.


Já li no Bacana, no Espaço Aberto e no portal das ORM que saiu a liminar mantendo Duciomar no cargo.


A liminar, vale salientar, não anula a cassação: apenas suspende os efeitos dela, até o julgamento do recurso que deve ser protocolado na quinta-feira pelos advogados de Duciomar – devido ao feriado, só na quarta-feira é que a sentença de cassação será publicada no diário oficial impresso.


Além disso, também cabe recurso contra a liminar.


Não deixem de ler os dois comentários que recebi.


Vou checar amanhã o que há de verdadeiro na hipótese que levantam: a de que, mantida a cassação de Duciomar, teria de ser realizado novo segundo turno em Belém, dessa feita com José Priante e Mário Cardoso.


Eis os comentários:



"Folha de Tucuruí disse...


De acordo com a Consulta 1657/PI e levando em conta que nenhum candidato obteve mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, e que após a recontagem e a anulação dos votos do Dulciomar nenhum candidato terá mais de 50% dos votos válidos, acreditamos que haverá novo segundo turno ("terceiro turno"), que será disputado pelo segundo e terceiro lugar no primeiro turno: Priante (PMDB) e Mário (PT). Leiam a orientação do TSE e a matéria completa no link: http://folhadetucurui.blogspot.com/2009/12/resultado-da-eleicao-em-belem-em.html


"weber Tucurui disse...
Sabe o por que do silêncio do PT em relação a cassação de DUCIOMAR, não?


Então entenda! Se já era preocupante pro DUDU o interesse do PMDB, imaginem agora com o PT também de olho na PMB.


CANDIDATO Nº VOTOS DUDU CASSADO
Duciomar Costa (PTB) 255.525 35,15% 0%
Priante (PMDB) 138.379 19,03% 29,35%
Mário (PT) 131.670 18,11% 27,93%
Valéria (DEM) 96.954 13,34% 20,56%
Arnaldo Jordy (PPS) 83.520 11,49% 17,71%
Marinor Brito (PSOL) 14.750 2,03% 3,13%
Delegado João Moraes (PSL) 6.218 0,86% 1,32%
TOTAL GERAL 727.016 100% 100%



Síntese: Duciomar cassado, haverá novo 2º turno entre Prof. Mario x Priante tendo em vista que anulados os votos de Dudu nem um outro obteve maioria absoluta.

Observe:


Presidente do TSE encaminha orientação sobre votos nulos aos Tribunais Regionais Eleitorais

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, encaminhou ofício circular aos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o país sobre a consulta julgada na Corte que orienta sobre votos nulos e anulados nas eleições.


A Consulta foi originada pelo TRE do Piauí e o seu julgamento definiu importantes orientações sobre os votos nulos e anulados de uma eleição e também sobre as situações em que a junta eleitoral deve proclamar eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos.


O ministro já havia encaminhado uma orientação inicial na semana passada sobre as primeiras definições, mas, depois de concluído o julgamento, mandou um novo ofício com as informações completas.


Em seu despacho, ele solicita aos presidentes dos TREs que repassem "com toda brevidade possível" o ofício aos juízes eleitorais para que sigam as orientações nela constantes.


TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Ofício Circular nº 7739 Brasília/DF, 19 de dezembro de 2008.
Referência: Consulta 1657/PI


Excelentíssimo Senhor Presidente,

Venho à presença de Vossa Excelência noticiar-lhe que, na sessão plenária de hoje, foi concluído o julgamento da Consulta 1657/PI, havendo sido assentadas mais algumas diretrizes que, para além daquelas já noticiadas no Ofício Circular nº 7594, deverão ser observadas pelos Juízos Eleitorais no corrente pleito municipal:


1) A cassação do registro de candidato que disputou segundo turno retroage seus efeitos até o primeiro turno. Em tal hipótese, deverá a junta eleitoral, após pronunciamento colegiado do Tribunal Superior Eleitoral em recurso especial eleitoral e independentemente de outros pronunciamentos ou da respectiva publicação do acórdão, proceder ao recálculo dos votos do primeiro turno de votações, considerada a nulidade dos votos conferidos a candidato sem registro (CE, § 3º do art. 175).


1.1) Se, com esse recálculo, algum dos candidatos já houver obtido a maioria absoluta dos votos válidos em primeiro escrutínio, então deve ele ser proclamado eleito;

1.2) Se, com o recálculo, nenhum dos candidatos houver obtido maioria absoluta dos sufrágios em primeiro turno, deve-se proceder a um novo segundo turno.


2) Se mais de 50% dos votos houver sido conferido a candidato(s) sem registro de candidatura, ainda que este indeferimento esteja sub judice, deve a Junta Eleitoral, tão logo o indeferimento de registro seja confirmado pelo colegiado do Tribunal Superior Eleitoral em recurso de sua competência, julgar prejudicadas as demais votações e comunicar imediatamente ao Tribunal Regional Eleitoral, para que este marque novas eleições no prazo de 20 a 40 dias (CE, art. 224).


3) Nesta hipótese, caberá ao Presidente da Câmara Municipal assumir o cargo de Prefeito, até que sejam realizadas e apuradas as novas eleições.


Peço-lhe a gentileza de encaminhar com toda brevidade aos Senhores Juízes Eleitorais o teor da presente comunicação, para que sigam as orientações nela constantes.


Nesta oportunidade, renovo a Vossa Excelência o testemunho da minha mais elevada consideração.


Cordialmente;


Ministro CARLOS AYRES BRITTO
PRESIDENTE



Ave, Jader! Os que vão morrer te saúdam!

A ascensão do ex-deputado José Priante à Prefeitura de Belém, se de fato se concretizar – e há boas chances de que isso aconteça – atingirá o tabuleiro político de 2010 com a força de um vendaval.


Ela inflará a musculatura do PMDB, que, além do enorme poder que já acumula no interior do estado, passará a controlar as duas maiores cidades da Região Metropolitana.

Além disso, reduzirá a cinzas o bloco PTB/PR, que vinha sendo esgrimido como um contraponto ao poderio do PMDB.

Também vai turbinar ainda mais a capacidade financeira do grupo de comunicação dos Barbalho, cujo poder de fogo já é de administração complicadíssima pelo Poder Público, em qualquer esfera.

É verdade que Priante tem luz e interesses próprios, nem sempre coincidentes com os do cacique do PMDB, Jader Barbalho.

Mas, é improvável que Priante se imagine capaz de prescindir do poder de seu primo Jader, até porque isso poderia deixá-lo isolado – e sujeito, portanto, a uma queda ainda mais rápida que a de Duciomar.

Jovem, inteligente e com longos anos de política, Priante sabe muito bem que a sua hora chegará.

Até porque Jader não deixará herdeiros a sua altura. E o PMDB paraense, no vácuo aberto quando Jader se for, tenderá a abraçar aquele que lhe der provas da qualidade que mais aprendeu a apreciar: a lealdade.

O fortalecimento do PMDB, nos moldes que se afigura com a conquista da Prefeitura de Belém, não apenas limpará, e muito, o caminho de Jader, caso ele queira se candidatar ao Senado Federal.

Na verdade, esse fortalecimento dará a Jader chances reais de vitória, numa eventual disputa pelo Governo do Estado, no ano que vem.

Só Belém, à partida, já representa a influência sobre quase 25% do eleitorado.

Só o caixa de Belém já tem possibilidade de garantir boa parte dos recursos de campanha – até porque para utilização em promessas e propaganda, e não em obras.

E o grupo de comunicação dos Maiorana, se já está combalido, mais combalido ficará sem as verbas de propaganda da Prefeitura, permitindo que os veículos de comunicação dos Barbalho estabeleçam quase que um monólogo com a população.

Fracionado e sem dinheiro, o PSDB não terá chances de fazer frente a Jader – e, num quadro como esse, é provável que seja Jader, e não Jatene, a passar para o segundo turno.

E, num embate entre Jader e Ana Júlia, para quem penderá o PSDB, que, sabe-se lá por que doidice, resolveu eleger o PT como o inimigo principal?

Para quem penderão os caciques dos grandes partidos paraenses, muitos deles com interesses convergentes aos dos grandes latifundiários e a tudo o que de mais atrasado existe no Brasil e no Pará?

Para quem penderá a população paraense, ludibriada por uma propaganda maciça e sem contraponto?

A ascensão de Priante, em verdade, concretiza o pesadelo da concentração de poder que a população de Belém buscou afastar, no ano passado, ao votar maciçamente em Duciomar, no segundo turno – apesar de saber quem ele é...

O “povo”, que muitos acreditam “despreparado”, deu, em verdade, uma lição de política aos agentes políticos paraenses, ao decidir, pragmaticamente, pelo menos pior.

Mas, os nossos agentes políticos, que se julgam tão sábios, dificilmente, ao que se percebe, terão a maturidade política do “cidadão comum” de Belém.

É improvável, por exemplo, que Ana e o PT consigam convencer os petistas de Belém acerca do perigo que representa a ascensão de Priante.

E é improvável, também, que o PSDB e seus tão brilhantes intelectuais consigam antever as resultantes desse troca-troca, até pelo ânimo de encarar a disputa pelo governo como mera partida futebolística - e não como o embate entre as forças societárias mais avançadas e as mais retrógradas.

Daí o silêncio desse grande feiticeiro chamado Jader Barbalho: ele já consultou as estrelas e previu o futuro. E não quer espantar os aliados que só conseguem enxergar o mundinho da PMB.


Jader, além do enorme talento que possui, é um sujeito bafejado pela “Fortuna”.
Dessa vez, a “Fortuna” agiu pelas mãos daquele que é, talvez, o mais brilhante especialista em direito eleitoral de nosso tempo: Inocêncio Mártires.

Inocêncio que, há dez ou quinze anos, já defendia, com solidez, uma tese que o Supremo Tribunal Federal só abraçaria em 2007: a de que os mandatos pertencem, em verdade, aos partidos políticos.


Agiu a “Fortuna” em favor de Jader, também, ao colocar-lhe como pedra no caminho um sujeito como Duciomar, que nenhum cidadão, com um mínimo de discernimento, se disporia a defender abertamente.


Agiu a “Fortuna” em favor de Jader até mesmo ao colocar-lhe como possível adversário no segundo turno das eleições ao Governo um partido democrático – e a Democracia, numa guerra, é sempre bem menos eficaz que a centralização autoritária e personalista.


Pelas “cozinhanças” de Inocêncio e do Ministério Público, um com a técnica, o “remédio adequado”; o outro com a produção robusta de provas, é bem provável que Duciomar seja, de fato, afastado da PMB.

O que pode acontecer já nesta semana, ou, daqui a alguns meses, mas, ainda no curso das eleições de 2010.

Porque essa não será, apenas, uma guerra de liminares e de recursos judiciais, mas, um vale-tudo, de vida ou morte.


É o caso de se dizer: nunca uma medida judicial foi tão ansiada pela população de Belém – o afastamento de Duciomar.

Mas, nunca uma sentença judicial terá tido, também, efeitos tão potencialmente nocivos para os interesses gerais do estado do Pará.


Tal sentença, que só golpismo e otras cositas mas poderão afastar, é um verdadeiro desafio a todos os que acreditamos na Democracia.


Pela ilegitimidade real de Priante, para governar uma cidade que só lhe deu 40% dos votos válidos, contra os 60% de seu opositor.

Pelo atraso e pelos males que, como já visto, efetivamente trará.


E pela certeza de que, fora da Lei; fora desse acordo jurídico da sociedade, a alternativa possível é tão somente a barbárie...


É um triste momento para o estado Pará e para todas as forças políticas, que, há 15 anos, têm buscado resgatá-lo de seu histórico atraso.


E, quem sabe, também a merecida lição aos tucanos e petistas paraenses.


Por tudo isso, a Perereca vai terminar este post com uma saudação bem romana: Ave, Jader! Os que vão morrer te saúdam!


Apenas para lembrar a uns poucos, que também sabem consultar as estrelas, o que de fato nos espera.


FUUUIIIIIII!!!!!!



..............



Estou toda enrolada, tentando pagar algumas contas.


Por isso, este blog só será atualizado à noite ou de madrugada.


Peço desculpas aos leitores, mas, tem de ser assim.


À noite, vou me informar sobre toda essa balbúrdia, especialmente por alguns blogs, como é o caso do Espaço Aberto e do Bacana.


Mas, volto à noite ou de madrugada, para tentar pensar com vocês um pouquinho dessas informações.


Pra vocês! E pra todos os jogadores de 2010.


Sexta-feira, Dezembro 04, 2009
A cassação de Duciomar 2
“A presente condenação possui efeito imediato considerando que os recursos eleitorais não têm eficácia suspensiva (Código Eleitoral , artigo 257) pelo que DETERMINO a diplomação dos candidatos JOSÉ BENITO PRIANTE JUNIOR e JOSÉ WILSON COSTA ARAÚJO, que obtiveram a segunda colocação no pleito, oficiando-se à Câmara Municipal de Belém para que dê posse aos mesmos, nos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito do município de Belém”.


Taí o trecho final – ou o “dispositivo” – da sentença do juiz Sérgio Augusto Andrade Lima, da 98ª Zona Eleitoral, que cassou o prefeito de Belém Duciomar Costa.


Como o leitor pode perceber, a determinação é clara quanto à diplomação e posse de José Priante.


O juiz, aliás, observa que recursos eleitorais não têm eficácia suspensiva.


No caso, isso quer dizer que Dudu pode recorrer da sentença, mas, fora do cargo.


E, com uma lei tão clara, só muita “visagem” e “assombração” para manter Dudu prefeito depois dessa sentença


Mas, não tá escape que muito veículo de comunicação tente apelar para isso...



........



Ainda nem comi. Dormi de manhã escrevendo e editando a matéria do rolo tucano logo abaixo. Fui acordada por volta das 13 horas pelo telefonema de um amigo que me avisava da cassação do Dudu.


Tô com a sentença em mãos, mas não sei postá-la na internet. E, sinceramente, nem tenho cabeça para ler isso agora.


Por isso, peço a compreensão dos leitores.


Volto mais tarde, depois de comer, ler a sentença (28 páginas) e entrevistar algumas pessoas.



A cassação de Duciomar
A cassação do prefeito de Belém, Duciomar Costa, só produzirá efeitos a partir de sua publicação em diário oficial, o que, devido ao feriado, deve ocorrer apenas na quarta-feira.


A sentença é de primeira instância, do juiz da 98ª Zona, e cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).


Os advogados de Duciomar podem até sair correndo atrás de uma liminar, o que provavelmente farão.


Mas, como os efeitos das decisões eleitorais são imediatos, ele deve ser afastado do cargo na data da publicação da sentença, junto com seu vice, diz-me o advogado João Eudes de Carvalho Neri, do escritório de Inocêncio Mártires, o autor do processo judicial que resultou nessa cassação.


E deve assumir o cargo o presidente da Câmara, até a diplomação e posse do segundo colocado nas eleições à Prefeitura de Belém no ano passado, José Priante, do PMDB.




Um rolo sem fim
Tucanos trocam bicadas e
confusão toma conta do PSDB

É uma barafunda que não tem por onde se lhe pegue.

Na noite de ontem, o líder do PSDB na Assembléia Legislativa, José Megale, reafirmou ao blog tudo o que disse na tribuna da Casa, na última terça-feira: que a direção nacional do partido já escolheu o ex-governador Simão Jatene para disputar as próximas eleições ao Palácio dos Despachos.


“A nossa posição continua a mesma. Não retiro, nem acrescento nada. Foi a verdade posta na tribuna”, disse Megale ao blog.


Naquela fatídica terça-feira, Megale afirmou, para quem quisesse ouvir, que a Executiva Nacional do partido até chamou Jatene a Brasília, na quinta-feira passada, para comunicar a decisão


O problema é que dois integrantes da direção nacional do PSDB, os senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, desautorizaram as declarações de Megale e reafirmaram a indefinição tucana.


O desmentido de Tasso e Virgílio, estampado no jornal Diário do Pará de ontem, provocou até uma reunião da bancada estadual do PSDB com Simão Jatene, para discutir a confusão.


Pior: enquanto Megale reafirmava ao blog o que dissera na tribuna, outro dirigente tucano, o senador Fernando Flexa Ribeiro, presidente regional do partido, acabaria por desmenti-lo novamente.


Flexa reafirmou tudo o que já dissera ao blog, na última terça-feira. Ou seja, que ainda não existe posição oficial do partido, nem a nível local, nem a nível nacional, quanto à candidatura tucana ao Governo do Pará.



E se você, caro leitor, acha que tudo isso já está muito confuso, preste atenção porque vai ficar ainda pior.



Deputada recua e desmente blog



Na noite de ontem, o blog também conversou com outros cinco deputados estaduais.


Dois deles – Suleima Pegado e André Dias – foram enfáticos na defesa de Megale e na afirmação de que a direção nacional do partido já bateu, sim, o martelo em favor de Jatene.


“Ele (Megale) falou em nome da bancada estadual e apenas reproduziu o que a bancada ouviu do presidente do partido” - disse Suleima.


Segundo ela, a decisão ocorreu numa reunião em Brasília, ao que parece na terça-feira da semana passada, na qual estiveram presentes, além de Jatene, os senadores Sérgio Guerra e Fernando Flexa Ribeiro – o primeiro, presidente nacional do PSDB - e o senador Mário Couto, que também postula a candidatura tucana ao Governo Estadual.


“Nessa reunião foi colocado que tinha de haver um entendimento entre os dois. Eles conversaram e ficou definido que Mário retiraria a candidatura e apoiaria Jatene. O Flexa foi quem comunicou pra nós essa conversa”, contou.


“O Megale falou o que estava autorizado a falar pela bancada e o que era do conhecimento dele por duas fontes diferentes: o Flexa e a imprensa nacional. E o fato maior é que a Folha de São Paulo publicou uma nota sobre isso, na sexta-feira, na coluna Painel e o Tasso e o Virgílio não questionaram isso”, ecoou André Dias.

Antes, ele já havia contado ao blog que a decisão nacional foi comunicada por Flexa à bancada, através de Megale.

Da mesma forma que André, também Suleima repetiu essa história duas ao blog.

O problema é que Flexa garante que jamais disse isso.

E, diante da irritação do senador, Suleima acabou por desmentir a história.


Uma noite quente e enrolada.


Ainda na tumultuada noite de ontem, entrei em contato com a Assessoria do senador Flexa Ribeiro, para ouvi-lo acerca das declarações dos deputados.

Foi-me solicitado que ligasse para ele daí a meia hora, ou seja, por volta das 22h30.

Quando telefonei, Flexa se encontrava na casa de Megale, para onde se dirigira ao saber do tema da entrevista.


Diante de Megale (e Flexa fez questão de dizer que falava na frente dele), o senador negou toda a história – quer dizer, que tivesse afirmado que a direção nacional do PSDB bateu o martelo em favor de Jatene.


Flexa disse, também, que Megale negou ter me dito alguma coisa nesse sentido.


Consultei meus alfarrábios e informei ao senador que, de fato, Megale apenas reafirmara o que dissera na tribuna da AL e que a informação sobre a decisão nacional partira de Suleima Pegado.


Flexa ligou de outro telefone para Suleima e disse que ela afirmara que não me dissera nada disso.


Ele, então, passou a reproduzir para ela a conversa que tiveram há alguns dias e permitiu que eu, no outro telefone, escutasse o que falava.


“Eu lhe disse que teve a reunião (entre Jatene e Mário Couto, em Brasília), que os dois conversaram, mas, que não tinham fechado. E que a nacional não fecharia nada sem ouvir o Almir, sem falar com o Almir. Aí, você me perguntou se eles poderiam chegar a um entendimento. E eu disse que sim”, repetiu Flexa a Suleima, ao telefone.


Depois, Flexa me pediu que desligasse, aguardasse alguns minutos, ligasse para a deputada e depois voltasse a ligar para ele.

Fiz o que ele pediu. Mas, a conversa com Suleima não foi muito agradável.

Em suma, ela afirmou que o que Flexa lhe disse, e que ela me relatou, acerca da reunião de Brasília, é que “estava havendo um entendimento para a unidade partidária e que havia toda a possibilidade de se chegar a um consenso”.

Interrompi várias vezes a deputada, para lembrar-lhe de que não me dissera nada disso.

Suleima chegou a dizer que possui testemunhas da nossa conversa ao telefone.

E, ao final, aparentemente irritada por não conseguir me convencer, afirmou: “coloque o que quiser, a responsabilidade é sua. Não sou moleca e não tenho mais nada para lhe dizer”.


Um Megale também pra lá de irritado

Voltei a ligar para Flexa e ele reafirmou o que me dissera: “Em nenhum momento falei algo a mais do que eu já te disse. Houve a reunião, eles começaram a conversar, avançaram, mas, não fecharam”.


E disse também: “A Suleima foi a única pessoa que ouviu de mim alguma coisa a respeito da reunião, porque ela estava lá quando eu falei com o Gabriel (o ex-governador Almir Gabriel, que também postula a candidatura tucana e a quem Flexa relatou a reunião de Brasília)”.


E o senador afirmou ainda: “Não falei em nomes, não falei em ninguém, quando falei que poderiam chegar a um entendimento. Fui até monossilábico: disse apenas sim, quando ela (Suleima) me perguntou. Eu não minto. Sou muito cauteloso. Estou trabalhando para a união do partido. Eu não diria isso”.


Segundo Flexa, o deputado Megale, no discurso que fez na tribuna da AL, teria se baseado, apenas, “numa notícia que a Folha (de São Paulo) colocou”.

Flexa, então, passou o telefone a Megale, para que eu falasse novamente com ele.

Aproveitei e perguntei a Megale se foi Flexa quem lhe comunicou a decisão da Nacional partidária.

Irritado, Megale respondeu: “quantas vezes eu te falei no nome do Flexa? Então, por que você continua me perguntando isso? Não vou mais te responder”.

O blog à espera de mais desmentidos

Ainda na noite de ontem, eu disse a Flexa que o deputado André Dias me contou uma versão muito semelhante à de Suleima, acerca da reunião de Brasília.

Flexa tentou ligar para André, mas, talvez devido ao adiantado da hora (quase 23h30) ele não atendeu o telefone.

Eu disse ao senador que só postaria esta matéria hoje (sexta-feira).

Ele então me pediu que, primeiro, telefonasse novamente para André e lhe relatasse a conversava que tivemos – eu, Flexa e Megale.

Expliquei ao senador que isso seria impossível, porque a matéria seria colocada no ar muito cedo.

E disse, tanto a ele quanto à Suleima, que colocaria o desmentido dela, mas, também, o que ela me disse antes.


O blog fica, então, à disposição do deputado André Dias, caso ele queira desdizer o que me afirmou.


A reunião da bancada com Jatene

A reunião de ontem entre o ex-governador Simão Jatene e a bancada do PSDB aconteceu na casa dele e durou cerca de quatro horas e meia – estava marcada para começar às 15 horas e se estendeu até às19h30.

Dela participaram seis dos dez deputados estaduais tucanos:José Megale, Ítalo Mácola, André Dias, Bosco Gabriel, Tetê Santos e Suleima Pegado – essas últimas negaram que estivessem presentes, mas duas fontes confirmaram que estiveram sim.

Dois outros deputados não compareceram porque estavam viajando: Manoel Pioneiro e Alexandre Von.

Bira Barbosa não foi porque está doente. Só de Ana Cunha não se sabe o porquê de não ter aparecido.

A reunião foi motivada pela confusão que tomou conta do partido depois que os senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio desmentiram Megale.

Ou, como preferiu explicar André Dias, “pelo desconforto criado pela declaração extemporânea de dois senadores que não conhecem o Pará”.

Mas, os deputados também aproveitaram o encontro para discutir “um cronograma de eventos até o Natal”.

A idéia é que a confraternização tucana deste ano seja ainda mais expressiva do que as anteriores.

“Não será o anúncio da candidatura dele (Jatene), mas, a conclamação”, informou André Dias.

Segundo o deputado, “o PSDB identifica com muita clareza que é ele (Jatene) quem reúne as melhores condições para ganhar a eleição e governar bem o estado”.

E, como a confraternização será, também, uma festa política, diz André, “naturalmente que vamos ouvir o que temos ouvido de todos: que eles querem que ele seja o governador. E, talvez, no final ele possa chegar e assumir o compromisso de colocar seu nome à convenção”.


Segundo Ítalo Mácola, na reunião de ontem Jatene e os deputados fizeram “uma avaliação de toda essa confusão e chegamos à conclusão de que isso não representa nada”.

Os deputados também decidiram aguardar pelo restabelecimento do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, porque é ele quem tem conduzido as negociações dos tucanos paraenses.

A alta de Guerra está prevista para hoje - ele teve de ser hospitalizado na última terça-feira devido a um problema cardíaco. Mas é provável que permaneça em repouso até a semana que vem.


Tão logo ele esteja bem, os deputados deverão pedir-lhe que se manifeste sobre o imbróglio, tendo em vista as declarações de Arthur Virgílio e Tasso Jereissati.


Megale reafirma declarações

Ontem, no começo da noite, ao falar pela primeira vez ao blog, o deputado José Megale manteve tudo o que declarou na tribuna da AL, na última terça-feira, acerca da escolha de Jatene como candidato do PSDB.

“O que foi dito está dito. Não dizemos meias verdades, mas, a verdade inteira”, enfatizou.

Ele lembrou que decisão da Nacional foi noticiada pelo jornal Folha de São Paulo e até pelo blog do senador tucano Álvaro Dias. Por isso, acredita que Mário Couto sabia, sim, dessa decisão, apesar de tê-lo negado, em entrevista ao Diário do Pará.

“Quem informou a Folha de São Paulo? O Mário sabia, sim. A menos que alguma coisa tenha mudado e não tenham nos comunicado”, disse.

Megale também criticou Tasso e Virgílio por suas declarações à imprensa: “Eu lamento porque eles dois não conhecem a política daqui, não conhecem os anseios locais. Em nenhum momento tratamos desse assunto com eles. Na verdade, não sei a legitimidade da afirmação que fizeram. Quero ouvir a posição do presidente (Sérgio Guerra) que é com quem tratamos desse assunto”.

Também o deputado André Dias foi pelo mesmo caminho: “Eu pessoalmente, assim como não me atreveria a dar palpite sobre um acontecimento no Amazonas, no Ceará ou no Maranhão, acho que eles foram muito imprudentes em falar o que não têm conhecimento. Essa imprudência tem custos para eles, porque são lideranças que passam a ser desacreditadas pela indevida locução deles. Eles não têm que dar opinião: têm é que fazer o que diz o Estatuto do partido”.

Ontem, a Assessoria de Imprensa do senador Mário Couto afirmou desconhecer a reunião realizada em Brasília, na semana passada. Disse desconhecer, ainda, que o senador tenha retirado a sua candidatura e manifestado apoio a Jatene. “O que ele (Couto) me disse é que retirou a candidatura dele em favor de Almir Gabriel”.


O blog tentou falar com Simão Jatene e Almir Gabriel, mas eles não retornaram as ligações.


Nos bastidores, na noite de ontem, também voltou a circular o boato de que Almir estaria disposto a deixar o PSDB devido a toda essa confusão.




Quinta-feira, Dezembro 03, 2009
Jatene reúne bancada 2
Deputados reúnem com Jatene
e Megale mantém declarações


Terminou há pouco, por volta das 19h30, a reunião do ex-governador Simão Jatene com os deputados estaduais tucanos.

Durou cerca de quatro horas, uma vez que estava marcada para as três da tarde.

Um dos assuntos discutidos – possivelmente o principal – foi o desmentido dos senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, publicado no Diário do Pará de hoje, às declarações do líder da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa, José Megale.

Na última terça-feira, Megale anunciou, na tribuna da AL, que o candidato tucano nas próximas eleições ao Palácio dos Despachos será Simão Jatene.

A decisão teria ocorrido numa reunião na semana passada, em Brasília, com a presença do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, do presidente regional, Flexa Ribeiro, e de Jatene e do senador Mário Couto, que também postula a candidatura tucana.

Mas, na noite de terça-feira, a Assessoria de Comunicação de Mário Couto disse que ele não fora comunicado de qualquer decisão sobre a disputa interna. O senador Flexa Ribeiro também garantiu que nada estava definido.

Ontem, foi a vez de Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, que também integram a direção nacional da legenda, desmentirem Megale.

Ambos desautorizam o deputado a falar em nome da direção nacional e reafirmaram a indefinição da candidatura tucana no Pará.

Há pouco, o blog conversou com Megale, que manteve tudo o que disse.

A Perereca também conversou com a deputada Suleima Pegado, que afiançou a veracidade das informações que Megale tornou públicas.


Segundo ela, foi o presidente regional Flexa Ribeiro a comunicar aos deputados estaduais o resultado dessa reunião de Brasília, ocorrida na terça-feira da semana passada.


Nela, Mário Couto teria retirado a sua candidatura e manifestado apoio a Jatene.


O ex-governador Almir Gabriel, que também briga pela indicação tucana, não foi convidado porque, segundo Suleima, “ele disse que só seria candidato se os dois (Couto e Jatene) não chegassem a um consenso”.





Jatene reúne bancada

Neste exato momento (18h20), os deputados estaduais estão reunidos com o ex-governador Simão Jatene, na casa dele, às proximidades da Doca.


Especula-se que a reunião esteja ligada à disputa interna tucana para a escolha do candidato ao Palácio dos Despachos.


O encontro acontece no mesmo dia em que o líder da bancada, José Megale, levou um ralho público da direção nacional do PSDB, por ter anunciado à revelia dela, na tribuna da AL, que o martelo já foi batido a favor de Jatene.

Ana faz balanço de governo


A governadora Ana Júlia Carepa estará no próximo dia 07 (segunda) no programa Sem Censura, da Tv Cultura do Pará. Minha xará vai fazer um balanço dos três anos de sua administração.


Termina em desacordo reunião do PMDB e PT do PA
No blog do Josias, de hoje cedo

Sem alarde, reuniram-se em Brasília negociadores do PMDB e do PT do Pará.

Buscava-se a harmonização dos interesses de Ana Julia e de Jader Barbalho.

Ela, governadora petista, tenta empinar um projeto reeleitoral para 2010.

Ele, deputado pemedebê, cogita buscar nas urnas um retorno ao governo.

Entre os dois, Dilma Rousseff, que sonha com o palanque único no Pará.

Dono do diretório paraense do PMDB, Jader não deu as caras no encontro.

Mas seus operadores levaram à mesa o preço da almejada composição.

Para aliar-se ao projeto reeleitoral de Ana Julia, Jader exige:

1. Indicar o candidato a vice na chapa da governadora petista.
2. Garantir o apoio do PT para sua candidatura ao Senado.
3. Acomodar um apaniguado na atual equipe da governadora. Quer a Secretaria de Saúde.


Ouvida, Ana Júlia concordou com os dois primeiros itens da pauta de Jader.


Torceu o nariz para a idéia de entregar a Saúde ao grupo de desafeto.


Lero vai, lero vem, prevaleceu o desacordo.

Na semana que vem, reúne-se comitê nacional PMDB-PT.
Tenta-se estreitar inimizades presentes em vários Estados.
Busca-se converter em casamento o acordo pré-nupcial em torno de Dilma.
O veneno do Pará era o que parecia mais próximo de um antídoto. Deu chabu.
Um prenúncio de que, noutros Estados, o acerto pode ser ainda mais complicado.
São cinco as praças em que o PMDB cobra solidariedade do PT: MG, RJ, MS, CE e PA.
Há, de resto, o caso da Bahia. Ali, está entendido que as legendas medirão forças.
O PMDB, com Geddel Vieira Lima. O PT, com Jaques Wagner.
Tenta-se pôr de pé a política do palanque duplo. Dilma e Lula teriam de pisar nos dois.

http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Paraense é assim...

Existem coisas que só paraense, seja ele de nascimento ou por adoção, sabe o que é: passar numa esquina e salivar só de sentir o cheiro do tucupi, vindo de um bom tacacá, ou o cheiro da maniçoba, empinar papagaio do Cobra ou fazer pacientemente, com talinhas de palmeira e papel de seda uma curica e se perder no tempo, no encantamento com sua arte subindo os mais altos céus e dar laço e correr atrás do papagaio que xina. Paraense joga peteca e não bolinha de gude, tem seguro contra as mangas que quebram os pára-brisas dos carros, uma pena é não existir seguro para a cabeça, eu mesmo quase já fui alvo delas...

Paraense conhece mato, marés, conta estória do boto - moço bonito, mas com um pitiú de peixe e que mesmo assim, encanta as moçoilas mais desavisadas nas noites de lua cheia. Não sabe o que é pitiú? O paraense sabe! Se tem uma coisa que paraense sabe, é fazer comida, é irresistível ir ao Pará e não degustar de uma deliciosa unha de carangueijo (é comum ouvir alguém pedir uma coxinha de caraangueijo, rsrsrs) - a sopa, também, é uma delícia -, caruru, casquinha de mussuã, pato no tucupi, peixe moqueado, sem contar a experiência única de comer um bom avuado com os amigos.
Paraense é carinhoso, chama todo mundo de mano, mana, maninho, fica logo amigo, faz almoço, jantar, põe logo dentro de casa. Eita povo hospitaleiro! Fala se não é? Por aqui tomamos açaí pra dormir a sesta, com farinha d’água ou de tapioca, com açúcar ou sem, com charque, camarão, pirarucu ou sem nada só ele purinho, bom que só! Temos os frutos mais deliciosos e mais exóticos, isso o paraense, esteja ele onde estiver jamais esquecerá, o gosto do cupuaçu, bacuri, uxi, graviola, pupunha, taperebá, castanha do pará, muruci, piquiá, tucumã, Bacaba. Delícias que proporcionam criar os melhores inesquecíveis sabores de sorvetes, sem contar o maravilhoso sorvete de tapioca. Além, dos saborosos bombons do Pará.

Paraense tem alto verão em julho, quando a maioria do Brasil morre de frio e nós por aqui bronzeadérrimos, acentuando a beleza de nossa morenice! Festa? É com a gente mesmo! Em todo o canto tem uma música legal, um legítimo carimbó, um violão, uma guitarra, uma aparelhagem botando todo o mundo pra dançar. Por aqui, tomamos banho de rio, barrento como o Guamá ou a baía de Guajará, de rio azul transparente como o Tapajós, de Igarapé Gelado de bater o queixo de frio.

Paraense quando não tem nada pra fazer vai pra beira do rio ver o pôr do sol vermelho e os pôpôpos passarem. Quando está estressado vai pra Salinas, Marapanim - eita cidade paid’égua -, Crispim, Marudá, Algodoal, Mosqueiro, Cotijuba, Marajó, Ajuruteua ou ata uma rede na sacada de casa e fica lá, de pezinho pra fora esfriando a cabeça. Somos índios, místicos e curandeiros, mas, também, com toda essa energia de águas e mata não poderia ser de outro jeito!

Paraense vai ao Ver-o-Peso, compra ervas, faz chá, garrafadas, banho de cheiro - uma delícia! Curas de corpo e de alma. Ao mesmo tempo temos o privilégio de ter as bênçãos de Nazica, com toda a intimidade que eu, como paraense, tem pra chamá-la assim. Minha Santinha, que em outubro sai toda linda fazendo todo o mundo, paraense, turista, brasileiro e gringo engasgar de emoção.

Somos orgulhosos por sermos assim essa mistura morena, brejeira e gostosa, por sermos autênticos, pela cultura que temos, por nosso sangue índio que a tantos outros se misturou e que a nós, nos faz muito, mas muito especiais!
Texto desconhecido Remendos e ajustes feitos por Mauro Juventude do Blog:
http://soucabano.blogspot.com/ / ou anajulia13.blogspot.com
Elizeu Souza
Assessor de Assuntos Institucionais do PT/PA

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

BLOG DO BACANA

01/10/2009
O ouvido do Pioneiro está cheinho.

De pedidos de Dudu, que quer porque quer ver o deputado no PTB e sendo candidato ao Governo.
Nos últimos tempos os pedidos aumentaram.
Mas parece que não vão surgir efeito.
Eu disse, parece.



Olho no olho

O olho no olho do PSB para Puty ficou para amanhã.
Na pauta eleições 2010.
E a espera de um agradinho do partido, que ninguém é de ferro, né!
Conto de fadas


Joãozinho me pediu ontem mais uma história, ele adora todas as histórias. De dragões, príncipes, princesas...
Eu resolvi contar esta pra ele;


Era uma vez um ex Governador.
Que queria muito voltar ao palácio encantado.
Mas o ex Governador encontrou no meio da floresta o ex do ex, babando e doido para morde-lo.
E o ex do ex pediu ajuda para um senador.
E juntos montaram uma arapuca para o ex Governador.
Aí, em uma tarde cinzenta em Brasília o ex Governador manda os sete anões falar com o rei do reino. Mas o senador acaba com a farra dos anõezinhos e o ex Governador fica em casa triste, sem dormir.
Então o ex do ex resolve que vai ele mesmo procurar o rei dos reis e está prestes a chegar na reinolândia, onde vai apresentar uma pesquisa em que aparece como o mais querido, o mais amado, o mais esperado, o mais desejado, o mais...
E juntos, o ex do ex e o senador vão tentar dar o último tiro no Governador.
No peito.
Postado por blog do bacana-marcelo marques às 3:09 PM 0 comentários Links para esta postagem
Dùvida

Ó dúvida cruel !!!!
Alexssandro Novelino está entre dois partidos, PTB e PMDB. O seu partido mandou um documento pedindo sua desfiliação mas garantindo que não irá solicitar o mandato.
Hoje Novelino bate papo com Dudu depois com Barbalho.
Postado por blog do bacana-marcelo marques às 1:05 PM 0 comentários Links para esta postagem





“No Vic...

José Mayer e Jatene. Tudo a Ver !

1/10/2009 - 8:19
Ah, coitado !

Segundo o jornal O Liberal, ex governador Simão Jatene não dormiu de ontem pra hoje.

Trabalhou até as primeiras horas dessa quinta feira.

Era tanta gente na porta do seu prédio que até senha tiveram que distribuir.

Todos queriam ver o jatene

Tocar nele

Falar com ele

Ouvir a sua voz

Gente do interior, da capital, e até de outros estados

Todos querendo entrar no partido do ex governador

Afinal, a novela das nove não está na Globo.

Está no PSDB

Brigas

Intrigas

Traições

Aloprados

Vingança

Amor

Tem de tudo, lá

E o que o povão gosta mesmo, é disso.

O povão adora um José Mayer

E o Jatene é a cara dele...


Papo difícil

" - Eu te dei 60 mil votos, estou certo ? " ( Mário Couto)
" - É verdade." ( Wandenkolk Gonçalves)
" - Então como é que tu vem aqui brigar pelo Jatene, sem nem ter a consideração de me avisar ?" Mário Couto.
" ....................." Wandenkolk Gonçalves.

PS: Tudo na reunião do tiro pela culatra em Brasília.



30/09/2009
Pi pi pi pi...

É só o que diz o telefone de Flexa Ribeiro hoje.
O homem está incomunicável.
Postado por blog do bacana-marcelo marques às 7:26 PM 0 comentários Links para esta postagem
" - E depois dizem que o PT que não se entende. Essa história é ruim para eles, deixa cicatrizes difíceis de serem fechadas"

Carlos Martins, deputado do PT, sobre "ontem"


Encontro

Foi bastante prestigiada a abertura do I Encontro de Técnicos de Controle Interno dos Municípios do Estado do Pará, ocorrida na última terça-feira (29), em Ananindeua, com a participação de 89 prefeituras e de todos os presidentes de Tribunais de Contas, além de dezenas de técnicos da área. O I Encontro de Controladores Internos é promovido pela Prefeitura de Ananindeua em parceria com a Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep), com apoio da Controladoria Geral da União, Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios e Banco do Brasil.

Perguntar não ofende

Onde ficou Simão Jatene no dia de ontem, enquanto seus pares tentavam tomar o partido ???

Um brinde

Ana abriu uma garrafa de coca-cola da legítima, ontem.
Comemorava o nó de novelo tucano, longe mas feliz.
E com gelo.

Gente má

Essa gente não tem jeito mesmo. Já colocaram um apelido no Zenaldo depois do episódio de ontem.
É Trairaldo.
Quanta maldade.

Animação

No Centro Integrado de Governo fez-se ontem uma rodinha no início da noite. Animadíssima por conta dos solavancos tucanos.


Copo cheio

Flexa está a uma gotinha de transbordar.
Só uma.

Nacional

Hoje o PMDB nacional está no meio. Metade quer ir para Dilma, metade para Serra.
E a história do Ciro ser um plano B do lula ?
Só se for plano Z, pois Lula não confia nele de forma alguma, me disse hoje uma raposa peemedebista.

É pau, é pedra é o fim do caminho...



" - Não posso oferecer a vaga de candidato ao Governo em 2010 para o Simão. Esta vaga está ocupada no momento."

Jader Barbalho, mostrando que está querendo mesmo ser candidato ao Governo pelo PMDB em 2010.


A revolta de Mário

O senador Mário Couto acha que foi mesmo uma traição o que aconteceu ontem. Disse ao blog que os 5 deputados estaduais e os 2 federais vieram no mesmo avião que Nilson Pinto e nada falaram a ele sobre a reunião com Guerra.
Couto disse que tentarem passar pra traz dois senadores, sendo um deles presidente estadual do partido com o que chamou de brincadeira dolosa.
Mário também disse que assim fica muito difícil conversar com Jatene, já que com este fato o ex governador mostrou imaturidade. " - Foi mesmo uma atitude desesperada" concluiu o senador.
E arrematou; " - Precisamos de uns dias para digerir esta traição."


Só sorrisos

Valéria Pires Franco está radiante. E tem dois motivos pra isso. O primeiro é que o DEM Nacional liberou o DEM estadual para uma composição com qualquer partido.
E isso significa inclusive o PT.
O outro motivo é que a mesma executiva nacional chamou ela hoje para conversar sobre um assunto, que seria lançá-la ao Governo do estado em 2010.

Asas jogadas

Esse papo de que o partido tem 3 candidato e isso é uma honra é bonito pacas. Só que o que acontece com o PSDB é bem diferente disso.
Hoje o PSDB é um partido dividido, em frangalho, fraco e sem rumo.
E o caso da tentativa de traição de de tomada do poder de ontem, mostra claramente isso.

A novela tucana

O desastre em 10 atos.


1 - Como publicamos aqui em primeira mão o PSDB desceu no gabinete do senador Sergio Guerra presidente nacional do partido ontem. Foi lá pedir que Zenaldo seja conduzido a presidência do partido e a garantia de que a vaga de candidato ao Governo seja de Jatene.
2 - Deu com os burros n'água.
3 - Primeiro que Mário Couto, informado da visita dos paraenses entrou no gabinete de Guerra, praticamente arrombando a porta e se postou no meio da reunião. E Mário foi além, chamou de golpe o que os deputados estavam fazendo ali, afinal estavam tentando tirar de Flexa a presidência, em movimentos na sombra.
4 - O que se seguiu foi uma troca de acusações, falas em tom mais alto e até agressões. Os deputados ameaçavam sair do partido até o dia 2, tempo final para a mudança partidária.
5 - Ocorre que pra Guerra mais vale dois senadores - Flexa e Couto - que meia dúzia de deputados e o presidente tucano acabou enrolando a tropa de choque de Jatene e marcando para o dia 25 de outubro as definições. Ou seja, ninguém sai da legenda e ainda ficam todos esperando a resolução nacional.
6 - A medida de Jatene enfraqueceu a ele mesmo, já que a pressão não resolveu de nada.
7 - Resta agora a Simão aguardar, com um enorme ponto de interrogação se conseguirá ou não legenda para concorrer ao Governo. E o mais provável é que ele tenha de concorrer nas prévias do partido já que Almir também é candidato.
8 - E se Simão sair do partido e for para outro ? Não vai fazer isso, em outro partido ele não sabe quem são os novos companheiros, nem seus defeitos e qualidades, ao contrário do PSDB onde está e conhece a casa e seus moradores. Além disso ele, se não conseguir legenda, ainda pode acusar Almir e Couto de ter tirado dele esta oportunidade.
9 - E os deputados ? E Zenaldo, vão sair do PSDB ? Não vão não. é tudo jogo de cena, pressão, medida feita pelo fígado e não pela cabeça. E que já ficou evidente, inclusive para eles, que assim não se consegue nada.
10 - Resumo a opereta; Foram todos colocados em seu devido lugar.

29/09/2009
Fumaça

Neste momento sai fumaça do gabinete do senador Sérgio Guerra presidente nacional do PSDB. Por lá 7 deputados tucanos paraenses cheios de exigências e ameaças. Leia os posts a seguir para entender o motivo do fogo.
Postado por blog do bacana-marcelo marques às 8:31 PM 4 comentários Links para esta postagem
Saio

Zenaldo disse esta semana em uma mesa a um deputado federal e um ex deputado que se não cumprirem com o trato dele presidir o PSDB e se a executiva nacional tucana não garantir que Simão será o candidato ao Governo pelo partido que ele sai do ninho tucano.
Na hora recebeu um convite para entrar no DEM e outro para ir para oPMDB.


Tiros, pedradas e faca amolada

Almir disse a uma fonte do blog que, se não conseguir ele ser o candidato do PSDB topa que Mário Couto seja.
Mas e se for Jatene ?
Serei candidato, no dia da convenção vou lá e coloco o meu nome para disputar a vaga, teria dito Gabriel.


A revolta dos Cabanos

São 7 deputados que estão com Sérgio Guerra presidente nacional do PSDB. E foram pedir apenas duas coisas;
1- Que seja cumprido o acordo e Zenaldo presida o PSDB no Pará no lugar de Flexa.
2 - Que o PSDB nacional de garantias que Simão Jatene será o candidato ao Governo pelo partido.
Só isso.
E se não conseguirem ameaçam deixar o PSDB e se filiar em outro partido.


Penas vão voar

Almir e Couto realmente não esperavam pela intervenção da bancada tucana. Em bloco, quase na totalidade esperam que a pressão em Brasília surja efeito e a cúpula nacional tucana entregue a vaga para Simão.
Mas no fundo tudo virou pó por conta da entrada de Almir no jogo. Melhor posicionado que outros tucanos nas pesquisas ele quer a vaga de candidato ao Governo, na pior das hipóteses quer dar para Couto.
Para jatene ? Bom, Almir nutre uma raiva que beira o ódio pelo seus ex amigo.
Com medo que Almir e Couto conseguissem a façanha, a bancada mandou para o espaço a convenção, as prévias, as conversas, o entendimento e a pesquisa e está agora no calcanhar de Sérgio Guerra.
Acham os deputados que por mais que esteja em melhor posição - e nem é tanto assim, diga-se - a época de Almir passou e agora a vez é de Jatene.
E mais, que o sonho do terceiro mandato de Gabriel é um sonho particular e que sua animosidade com Simão também. Ou seja; trocando em miúdos é aquela velha história, o PSDB é hoje um partido dividido.
Até lembra o PT.
Rs rs rs.


@*)+$#¨%&

Uma fonte congressista afirma que escutou cobras e lagartos agora há pouco de fora da porta do gabinete do senador Sérgio guerra, presidente Nacional do PSDB. É a bancada tucana paraense tentando tomar a legenda para Jatene, custe o que custar.
Almir deve antecipar sua ida para Brasília para amanhã, na esperança de reverter a situação.
Consegue ?
Sei lá.

" - Se tivesse uma espingarda de chumbinho o Mário Couto estaria neste momento atirando no traseiro de muito deputado tucano."

De um deputado estadual, sobre a manobra da turma de Jatene em pressionar a cúpula tucana, hoje, para dar a vaga de candidato a Jatene, antes que Almir e Couto virem o jogo.


Salve-se quem puder.

Sabendo do fato de Almir Gabriel ter uma pesquisa em mãos em que está na frente de Mário e de Jatene e que esta semana iria até Brasília levar para a direção do partido e pedir a vaga de candidato ao governo para ele, a turma de Simão tratou de correr antes.
Quase todos os deputados estão em Brasília e descem no gabinete de Sérgio Guerra. Vão pressionar o presidente do PSDB nacional para dar a legenda para Jatene concorrer ao Governo, antes que Almir tome o partido pra si.
E com um detalhe, foram sem nem o Mário nem o Almir saber.
Ou seja, no PSDB continua um salve-se quem puder.



Diga ao povo que fico.

" - Não existe a menor possibilidade de eu mudar de partido. Tive alguns convites, mas sou fundador do PSDB, busco construir minha candidatura dentro do PSDB e, mesmo que isso não ocorra, não sairei do PSDB "
Simão Jatene, hoje a um interlocutor unha e carne, mandando o recado ao blog.


Ao Congresso

Odair Correa me disse hoje que é mesmo candidato a deputado federal nas próximas eleições. O vice Governador acha que tem condições de chegar ao Congresso.



28/09/2009
Venha

A executiva do PSB - leia-se Cassio e Ademir Andrade - foi convidada para um papinho amanhã com Cláudio Puty.


Quem manda no PSDB ???

Essa é a pergunta que todos fazem hoje. Porque o motivo da pergunta ?
Porque Almir Gabriel conseguiu incluir seu nome, que não estava lá, na pesquisa que o PSDB fez para ver quem está melhor para o Governo e para o Senado.
E qual a resposta da pesquisa ?
Talvez nem o Flexa saiba.
O que se sabe, com certeza absoluta é que Almir quer ferrar Jatene, e seu nome está colocado na disputa que era só de Couto com Simão. E também se sabe que Gabriel é candidato sim.
A que ? Por ele, ao Governo. E aí está o motivo da pergunta.
Quem manda no PSDB ?
Simão ?
Couto ?
Flexa ?
Ou Almir ? É isso que se trava hoje no ninho tucano, mostrar para todos os filiados e simpatizantes quem manda neste partido. E todos buscam neste momento mandar mas, ainda não sabemos quem realmente apita.
Ou seja, Almir está no jogo, mais para confundir que para explicar.
E antes de ser o candidato ao Governo pelo PSDB Simão tem de passar por Mário e passar por Almir, que está em campo com seu famoso jeitinho de fazer política.
Querendo esmagar Simão.
Esmagadinho da silva.



Ser ou não ser


Quem imagina que Simão Jatene está fechado que vai ficar no PSDB, está redondamente enganado. Agora, agorinha mesmo paira sobre a cabeça do ex Governador uma grande dúvida; ficar no PSDB ou filiar-se no PMDB onde teria legenda para concorrer ao Governo do Estado.
E Jatene, até o dia 2, só pensa nisso.
Ó duvida cruel...



Rrrrrrrr...

Não convidem para a mesma reunião a Secretária de Saúde do Estado e a Prefeitura de Ananindeua.
Dizem que a prefeitura está cansada de cobrar as contra partidas e os investimentos da Secretária.



Pesquisa

O Blog Do Vic disse que a pesquisa da Federação da Agricultura tem este resultado; Jatene 34,2, Jader, 28.8, Ana, 15,6.
Mas nada confirmado.


Visita vapt vupt

O Chefe da Casa Civil da Governadoria, Cláudio Puty, esteve na última sexta-feira (25), com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Domingos Juvenil (PMDB), para pedir celeridade na votação dos 15 projetos do Executivo que tramitam na Casa. Juvenil prometeu averiguar a quantas andam essas matérias. O encontro foi rápido, em torno de 30 a 40 minutos, sem a presença da imprensa. Dizem que Puty escolheu uma sexta-feira porque não há plenário neste dia e a Casa fica praticamente vazia.
Rs.

Coluna de domingo do DP...

FOFOCÓDROMO
Não coloquem na mesma CPI os deputados Arnaldo Jordy e João Salame, companheiros de partido. Mal se cumprimentam nos corredores da Assembléia Legislativa.

DIZEM POR AI...
Que Almir está tentando uma manobra quase secreta para tomar conta do PSDB. A história que corre é a de que ele visitou líderes nacionais da legenda mostrando uma pesquisa encomendada por ele, em que aparece melhor que Simão e Mário Couto e, que com este documento tenta colocar sua cabeça pra fora, novamente.

JADER
No sábado pela manhã Jader era só sorrisos. Dizem que ficou feliz depois que Carlos Xavier da Faepa mostrou ao deputado o resultado de uma pesquisa para o Governo que a Federação encomendou à Farani Consultoria de Salvador.

QUINTA EMENDA 1.10.09

Assimetria

Arrisco descrever o cenário político das próximas eleições
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Jader Barbalho quebrou as pernas do PSDB, produziu o dissenso e agora colhe seus frutos. Vem pro Senado Federal dividindo a outra vaga com Paulo Rocha do PT, ou será alguém do PSDB?

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Dudu queria a vaga de Paulo Rocha, mas prá isso será necessário que Simão Jatene ganhe na convenção sendo indicado pelo PSDB à disputa ao governo do estado. Ademais, Jader Barbalho e seu sistema de comunicação vergaram as costas de Dudu, e deram seu recado à Ana Júlia Carepa.

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O PPS apoia o PSDB na disputa para o governo se Simão Jatene levar na convenção. Caso contrário vai desembarcar na reeleição de Ana Júlia Carepa

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Jader Barbalho vai apoiar Ana Júlia Carepa na reeleição, mas está cobrando caro pelo apoio. Jader Barbalho move muito bem as peças do jogo e é um negociador nato.


Almir Gabriel quer voltar ao governo?

Essa é muito boa. Trata-se daquela velha questão: dividir prá chegar ao poder, ou ao chegar ao poder, dividir prá governar? O PMDB é o partido das velhas oligarquias brasileiras, sabe como produzir dissenso prá depois governar. Não nos esqueçamos das origens partidárias de Simão Jatene e Almir Gabriel.


Até que enfim

Eu esperava que o Diário do Pará trouxesse alguma coisa sobre os Tucanos paraenses. Pois é, tá na capa de hoje: BRIGA POR CANDIDATURA RACHA TUCANOS. Será que racha?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Odair, parece, desconhece os vácuos de poder

Não é apenas Duciomar Costa que é um cara de sorte.
Não é.
A governadora Ana Júlia é, também ela, uma cara, ou melhor, uma mulher de sorte.
Ana Júlia viajou para a Califórnia (EUA).
Fica por lá até 3 de outubro.
Por aqui, fica Odair Corrêa (na foto), o vice-governador de direito.
E, mais importante, fica Cláudio Puty, o vice-governador de fato.
Por que Ana Júlia é uma mulher de sorte?
Porque tem um vice-governador de direito com um perfil que rejeita a belicosidade.
Odair, mesmo passando por certos constrangimentos, não tem os pendores de quem parte para o confronto.
E nem deve partir mesmo.
Mas deve se impor.
Deve impor a sua autoridade, o seu status funcional.
Há quem ache que a governadora só lhe impõe humilhações porque ele, o vice, também não se impõe.
Como não se impõe, Ana Júlia impõe como vice-governador de fato Sua Excelência o doutor Cláudio Puty, que cuida de tudo de tudo neste governo, de ProJovem a hidrelétrica.
E cuida de tudo porque, claro, é pré-candidato a deputado federal pela DS – tendência do PT -, no próximo ano.
Não se sabe se Odair tem conhecimento desta velha máxima: em política, não há vácuo de poder. Não há mesmo.
Se um vácuo aparece, alguém o ocupará logo, logo.
É o caso de Puty, nesta dobradinha com Ana Júlia.
Para Odair se impor, precisaria deixar claro que apenas ele, na condição de vice, é quem deve desempenhar certas atribuições que lhe são constitucionalmente asseguradas.
Mas não precisaria chega aos extremos de um Helinho.
Helinho?
Sim, Helinho, o filho de Hélio Gueiros, ex-governador do Pará e ex-prefeito de Belém.
No segundo governo Almir Gabriel, Hélio Gueiros, o Júnior, era o vice-governador.
E rompeu com Almir.
Numa das viagens do governador, o vice Helinho passou a mão na caneta e mandou pra rua vários auxiliares que ocupavam funções de confiança. Sobrou até para gente do primeiro escalão.
No retorno, Almir, é claro, revogou todas as exonerações e chamou todo mundo de volta.
Mas criou-se um fato político.
E desde então, Helinho nunca mais assumiu o governo, nas ausências do titular.
Odair, que não é belicoso, não precisaria, repita-se, chegar a tanto.
Mas precisa se impor.
Se não se impuser, continuará a ficar em segundo plano.
E Puty continuará como o vice-governador de fato.



Odair, o vice de direito. Puty, o vice de fato.
Na coluna “Repórter 7o”, edição de O LIBERAL desta sexta-feira (18):

VICE
Entendimento

O vice-governador Odair Corrêa (PDT) vai tentar se entender com a governadora Ana Júlia sobre o seu já restrito território no governo. Ele anda descontente com o avanço de alguns secretários sobre o CredPará, único quinhão que lhe coube no latifúndio estadual. O ataque acontece desde que Odair revelou que será candidato a deputado federal. Suas verbas foram reduzidas a ponto de ter que pagar do próprio bolso o aluguel de aeronave para viajar pelo Estado.

Lealdade

O vice-governador está proibido de comprar passagens áreas para seus poucos assessores e não tem conseguido usar os aviões do Estado, que sempre estão com problemas mecânicos ou em missão. Odair pretende dizer à governadora, caso ela o receba, que sempre lhe foi fiel e a defendeu por todos os quadrantes dos ataques inimigos. E que, nas vezes que assumiu o governo, não praticou nenhum ato que comprometesse a sua lealdade.

É humilhante.
É verdadeiramente humilhante o tratamento dispensado pela governadora Ana Júlia ao vice-governador Odair Corrêa (na foto).
Não por ser ele o Odair – porque o vice poderia muito bem ser o Pedro, o Miguel, o José, o Francisco, qualquer um.
O tratamento é humilhante por ser Odair o vice-governador do Estado.
Um vice-governador que não sabe nem se a governadora o receberá em audiência não está sendo tratado como vice-governador.
Está sendo tratado como um moleque, como um qualquer.
Um vice-governador que precisa pagar do próprio bolso o aluguel da aeronave para viajar pelo Estado não está sendo tratado como vice-governador.
Está sendo tratado como um moleque, como um qualquer.
Se o argumento a ser apresentado for o de que o vice quer desfrutar do avião e de outras prerrogativas inerentes ao seu cargo para pavimentar a candidatura dele a deputado federal, então deveria ser adotado um tratamento equânime.
Se esse for o argumento, Sua Excelência a governadora deveria fazer o mesmo com seu vice, o dr. Cláudio Puty.
Puty? Vice?
Sim, o chefe da Casa Civil, como aqui já disse – e faz alguns meses –, é a segunda pessoa mais importantes do governo Ana Júlia.
Mais importante do que o próprio vice-governador.
Por quê?
Porque ele é da DS.
DS é a Democracia Socialista.
Democracia Socialista é a tendência petista a que pertence a governadora.
E a governadora que fazer de Puty candidato.
A quê?
A deputado federal, o mesmo cargo a que Odair aspira.
Mas Puty, ao contrário de Odair, tem avião à disposição e dispõe de toda a estrutura inerente a seu cargo para se deslocar pelo interior do Estado.
- Ah, mas Puty não está fazendo política – dirão uns quatro ou cinco.
É mesmo?
Contem outra.
Contem outra, que essa não cola.
Como não cola humilhar o vice-governador e retirar-lhe prerrogativas inerentes a seu cargo, deixando-se de fazer o mesmo com Puty.
São dois pesos e duas medidas.
Porque Odair é um, e Puty, obviamente, é outro.
Odair é o vice de direito.
Puty é o vice de fato.
Quem ainda duvida?

Edilza desabafa em carta: ‘Fui escorraçada do governo”

O blog As Falas da Pólis, de Diógenes Brandão, disponibiliza desde esta segunda-feira a íntegra da carta em que a professora Edilza Fontes (na foto) formaliza seu desligamento da DS (Democracia Socialista), ainda que continue no PT.
Conforme o Espaço Aberto antecipou, a carta tem um teor contundente.
Diz a professora, em certo trecho: “Fui objeto de uma disputa interna na tendência, cuja finalidade serviu tão somente para resguardar candidaturas. Nada tenho pessoalmente contra o atual Chefe da Casa Civil, sr. Cláudio Puty, ou ao atual secretário de cultura, sr. Edilson Moura, candidatos ungidos como únicos capazes de representarem a DS. Minhas objeções são políticas por defender a legitimidade de qualquer candidatura parlamentar, independente da vontade suprema e absoluta de alguns e algumas.”
E diz mais: “Por conta desse claro posicionamento, fui excluída do projeto estruturado pela DS para as eleições de 2010. Escorraçada do governo que, repito, jamais deixei em constrangimento público sob quaisquer processos judiciais, e tenho sofrido também um processo violento de expurgo simbólico e real. Fui eleita para compor o GT da tendência em nossa última conferência, mas a relação que o núcleo dirigente tem tido comigo é de total desprezo às nossas tradições democráticas.”
A seguir, a íntegra da carta da professora.

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Belém, 27 de setembro de 2009.
Companheiros (as) da tendência Interna petista “Democracia Socialista”

Sou militante histórica do PT, e ajudei a construir junto com outros companheiros e companheiras a intervenção do partido em nosso Estado. Minha história de compromisso com a transformação social e com o socialismo é anterior ao próprio PT. Vem dos tempos sombrios do regime militar quando participei de um dos mais importantes agrupamentos clandestinos da esquerda nacional, o Partido Revolucionário Comunista – PRC.
Atuei de diversas formas no movimento social, nos anos mais difíceis para a democracia e a liberdade. Com denodo, ética, espírito revolucionário e seriedade, tenho a convicção que muito contribuí à história social de nosso povo, seja na luta política, seja nas experiências e tradições de classe que comunguei em minha trajetória. Sou personagem de um enredo marcado pela defesa do humanismo no seu mais radical princípio: a libertação plena da humanidade contra tudo que corrói e oprime a essência humana. Na partilha dessa experiência, tornei-me sujeito histórico plena de contradições, nas diversas faces que me fez mulher, mãe, professora e produtora de conhecimento.
Junto a essa trajetória de sujeito e ator social, galguei com meus próprios esforços, a carreira acadêmica, abraçada por mim com suor, estudo e trabalho, sem usar de recursos escusos e anti-profissionais para alcançar meus objetivos. Dediquei-me ao ofício de historiadora pontuando a carreira acadêmica na dupla missão de amar o saber, inscrevendo-o na história social militante, fazendo o possível para fugir ao script do diletantismo deletério.
Foi com esse background cultural e político que assumi cargos importantes de gestão em esferas diferentes do Estado, com transparência, ética, senso de gestão profissional e comprometida com a coisa pública, de forma eficiente e eficaz. Prova disso são as minhas contas aprovadas, sem máculas pelos organismos públicos de auditagem, desde a minha experiência de gestão na UFPA, na Fundação Cultural de Belém – FUMBEL em 1997 até a última na Direção Geral da Escola de Governo do Estado do Pará – EGPA, entre 2007 e 2009 e na Coordenação do Planejamento Territorial Participativo – PTP.
No governo do Estado, atuei de forma leal, aberta e sincera com a Governadora Ana Júlia Carepa, cuja gestão ajudei a eleger em 2006, com afinco e labor. Nos momentos críticos do governo, pautei o debate fraterno com qualidade, sem entrar no baixo joguetes de disputas fratricidas, ao mesmo tempo fortalecendo nosso projeto de governo diante dos ataques permanentes de nossos adversários internos e externos.
Na DS atuei com a mesma lealdade e tenho certeza que ajudei em muito no seu crescimento como tendência, saltando de forma qualitativa e quantitativa no PED de 2007 para uma intervenção consistente na estrutura interna do PT. A DS hoje no PT, a despeito da máquina governamental, é uma tendência em crescimento, graças às estratégias que ajudei a construir com os (as) companheiros (as).
Em torno dessas considerações é que me sinto a vontade de me dirigir aos (as) companheiros (as) para apresentar por este documento, meu pedido de desligamento da tendência. Não me sinto à vontade de continuar na tendência, após os acontecimentos do primeiro semestre, quando fui exonerada do governo, sem qualquer acusação de malversação administrativa, em nome de uma barganha política com adversários do passado recente e ainda tendo que abrir mão da coordenação de um programa que de forma apaixonada e responsável dirigi nesses 2 anos e meio de governo, o PTP.
Mais do que isso, fui objeto de uma disputa interna na tendência, cuja finalidade serviu tão somente para resguardar candidaturas. Nada tenho pessoalmente contra o atual Chefe da Casa Civil, sr. Cláudio Puty ou ao atual secretário de cultura, sr. Edílson Moura, candidatos ungidos como únicos capazes de representarem a DS. Minhas objeções são políticas por defender a legitimidade de qualquer candidatura parlamentar, independente da vontade suprema e absoluta de alguns e algumas.
Por conta desse claro posicionamento, fui excluída do projeto estruturado pela DS para as eleições de 2010. Escorraçada do governo que, repito, jamais deixei em constrangimento público sob quaisquer processos judiciais, e tenho sofrido também um processo violento de expurgo simbólico e real. Fui eleita para compor o GT da tendência em nossa última conferência, mas a relação que o núcleo dirigente tem tido comigo é de total desprezo às nossas tradições democráticas.
A título de exemplo, nunca fui consultada quanto ao papel da candidatura de Suely Oliveira no PED e sei que esse debate nunca foi aprofundado no interior da tendência. Para agravar o desrespeito dos (as) companheiros (as), fui alijada da Executiva Estadual do PT por um processo de expurgo comandado pelo GT da DS, da forma mais absurda possível, sem direito de defesa em uma reunião onde não fui avisada ser ponto de pauta a avaliação sobre minha atuação na executiva do PT, o que revela o lamentável grau de autoritarismo que tem dado substância às ações dos (as) companheiros (as).
Nesse sentido, já ficou evidente que na há mais clima para continuar na tendência. Sinto-me constrangida de ainda representar uma tendência que não tem tido o mínimo de respeito e solidariedade para com essa companheira.
Ao sair da DS, quero deixar claro que continuarei a debater com o campo da “Mensagem ao Partido”, procurando agrupar-me nesse horizonte dentro do PT. Não irei para outro partido e vou manter minha candidatura à Deputada Estadual em 2010.
Saio da DS com o dever cumprido com a tendência, com o PT e com o governo sem contas bloqueadas na justiça e limpa para com minhas obrigações de gestora pública. Agradeço a confiança depositada pelos (as) companheiros (as) ao indicar-me aos cargos públicos que assumi e sei que cumpri rigorosamente a defesa do projeto que pensamos para o nosso Estado.
Sejamos felizes, cada um em nossos caminhos, ao mesmo tempo juntos na tarefa de refundar o PT.

Saudações Petistas,
Edilza Fontes

Uma jogada preocupante

Pefelistas e peemedebistas parecem, afinal, ter descoberto a roda.

Unidos, poderão de fato bagunçar o jogo e, quem sabe, até retomar o Governo do Estado.

Não lembro se escrevi sobre isso, ou se evitei escrever sobre isso, justamente pelo calafrio que me provoca.

Mas, essa dobradinha, se concretizada, poderá sim colocar em risco a manutenção do Governo do Estado nas mãos de tucanos e petistas.

Creio que não preciso falar sobre a miséria e a pobreza do nosso povo.

Quem escapa da primeira classificação, quase sempre cai na segunda.

Os segmentos com melhores condições de vida e nível educacional formam uma ínfima parcela.

A “massa crítica”, os chamados formadores de opinião e que estão engajados na política, quase cabe no bolso.

Daí que propostas assistencialistas, como as de peemedebistas e pefelistas, encontrem aqui um amplo campo para vicejar.

Na verdade, o que pode ser considerado exceção, excepcionalidade, é a conquista de poder pelos tucanos, em 1995.

Que ocorreu numa conjuntura bem diferente daquela que temos hoje: uma verdadeira crise institucional, desencadeada pelo “fator” Carlos Santos, após três anos de Jader.

Além disso, na esteira de um leque de alianças, que agora, certamente, não existirá.

Juntos, peemedebistas e pefelistas possuem um arsenal formidável.

Tempo de TV, prefeituras, vereadores, militância.

Uma figura carismática como Valéria, cujo apelo ao arquétipo da “Grande Mãe” pode simplesmente explodir, na esteira de uma boa estratégia de marketing.

Um líder carismático como Jader, com uma capacidade estratégica que chega a meter medo, devido à “clarividência” que possui.

Ambos, ainda, com comandos centralizados, o que faz com que seus exércitos marchem na direção determinada, sem defecções, “punhetas intelectuais”, reuniões intermináveis ou crises existenciais.

As “linhas de abastecimento” para a guerra virão não apenas do que já estocaram, mas, também, dos inúmeros empresários de mentalidade medieval que temos no Pará e em vários pontos do País.

Será que alguém é tão ingênuo a ponto de duvidar disso?

Mesmo na capital temos um prefeito que foi talhado nesses moldes assistencialistas.

E, sintomaticamente, ao segundo turno das eleições da capital, da cidade mais desenvolvida deste estado, seu opositor não era alguém de esquerda, mas uma liderança do mesmíssimo espectro político.

II

De quem partiu o aceno para esse “casamento” doloroso?
Não sei.

Ambos, Jader e Vic, são suficientemente inteligentes para projetar algo assim.

E o que me admira, na verdade, não é nem que estejam dispostos a se unir. Mas que tenham demorado tanto tempo para somar dois mais dois.

É claro que há muitas barreiras a essa união.

Uma das principais – e ele, certamente, não gostará do que vou dizer – é a instabilidade do Vic, sobejamente conhecida em todo o meio político.

Mas, se ele recuar e deixar que Valéria permaneça à frente das negociações esse obstáculo poderá ser facilmente ultrapassado.

Hábil, macia, inteligente, estável Valéria é, de fato, a “alma política” do casal.

Apesar do ideário pefelê e de ter permanecido apenas quatro anos numa posição de destaque na monarquia tucana, ela conseguiu conquistar mais corações entre essas aves ariscas do que o complicadíssimo Jatene, que foi governador e já escrevinhava a cartilha do PSDB até antes de Almir.

Nunca me esqueço do frisson que provocou na convenção do PSDB, em 2006, quando apareceu no palco: militantes tucanos se esgoelavam, gritando o nome dela.

E, ainda hoje, admiráveis quadros técnicos que perfilaram com os tucanos permanecem ao redor de Valéria.

Mais: ela tem, ainda, aquela espécie de ímã que permite arrastar multidões – vi isso em Capanema.

Em suma: é um problemão quando se está do lado oposto...

III

Outra barreira, talvez maior, é essa luta encarniçada entre os dois maiores grupos de comunicação do estado.

Um ligado diretamente aos peemedebistas. Outro, sem ligação direta, mas, certamente, simpático aos Pires Franco.

Do lado do PMDB é mais fácil prever a reação: na hora em que Jader der a ordem, toda a história recente será reescrita...

Mas, como reagirão os Maiorana, sem comando centralizado e com várias cabeças para dar piteco em tudo?

Os irmãos terão pragmatismo suficiente para superar o ódio a Jader e perceber o que podem ganhar mais adiante?

Até que ponto a máquina e as verbas de publicidade conseguirão mantê-los onde estão?

Até que ponto a simples expectativa de retorno à fartura de verbas que tiveram os levará a apoiar Jatene?

Ou a possibilidade da candidatura de Valéria ao Governo os levaria a aceitar nacos nem tão significativos, mas ainda assim expressivos desse bolo, dadas as maiores probabilidades de realização?

Penso que é realmente muito difícil que joguem do mesmo lado, até porque isso exigiria a mentalidade empresarial moderna, arejada, que não possuem: em ambos, Liberal e Diário, o que impera é o capitalismo selvagem - a busca, simplesmente, da destruição da concorrência.

Mas, em política, nada é impossível. Ademais, apesar das agatanhadas, ambos já repartem as verbas de publicidade, sob a batuta do PT.

IV

Além da afinidade ideológica, outros fatores contribuem para essa aliança: a maior facilidade na montagem da chapa às majoritárias, que seria negociada pragmaticamente, levando em conta, apenas, as possibilidades de vitória; e o trânsito que possuem Jader e Valéria entre outras lideranças partidárias igualmente conservadoras.

Ora, nem Jader nem Valéria estão preocupados em emancipar, mas, em “amparar” as massas populares.

Ambos defendem a propriedade privada da terra, e não a utilização social, coletiva, da terra.

Ambos, enfim, querem apenas manter, com um remendo aqui ou acolá, a divisão social que temos hoje.

Porque vêem o mundo, a sociedade, as pessoas pela mesmíssima lente.

Daí que não terão de se estapear em torno dos caminhos a seguir para a transformação da sociedade – esse, o pomo da discórdia entre tucanos e petistas.

E assim, não terão maiores dificuldades na montagem de uma chapa: colocarão em cima da mesa as pesquisas, a melhor estratégia para a vitória e o perfil mais adequado a essa estratégia. Pragmaticamente, sem dores de parto.

Em agindo assim, conseguirão, também, atrair outras forças, igualmente conservadoras.

Os próprios integrantes do PP, que hoje estão no governo, dificilmente trocariam os doces braços de Jader e Valéria pelas malinagens de tucanos e petistas...

E, como eles, várias e importantes lideranças, de outros partidos fariam a mesma opção - eis que neste estado atrasado, transbordante de latifundiários e “barões da borracha”, a maioria das lideranças vê o mundo da mesmíssima maneira que pefelistas e peemedebistas...

V

Infelizmente, são enormes as chances de que uma chapa dessas seja bem sucedida.

Além de aglutinar as forças conservadoras, até porque bem menos autoritários e arrogantes, pefelistas e peemedebistas também possuem um discurso fácil, capaz de hipnotizar as massas populares.

Não lhes prometerão um mundo irrealizável, para quem não tem, hoje, sequer um prato de comida. Mas, uma turbinada assistência social, essa sim factível aos olhos da massa desamparada.

Falarão, também, a linguagem do poder forte – que, se a nós provoca arrepios, ao seu José e à dona Maria, que vivem atazanados pela insegurança deles e de seus filhos, soará como resposta divina às muitas orações que já fizeram.

E a culpa por esse retrocesso político terá de ser dividida irmãmente entre o PT e o PSDB.

Porque transformaram um ao outro no principal inimigo.

Porque imaginaram que essa “massa atrasada” não teria nem fôlego, nem capacidade para se rearticular.

Iguais na arrogância e no autoritarismo, tucanos e petistas confundiram vanguarda com inteligência, conservadorismo com burrice.

Quando, na verdade, são apenas formas diferentes de enxergar o mundo, com as quais se pode concordar ou discordar.

Mas que, rigorosamente, não torna ninguém nem mais, nem menos brilhante; nem melhor, nem pior, do ponto de vista meramente pessoal.

Tucanos e petistas cometeram, enfim, um erro brutal: acreditaram, apesar de vivermos numa democracia, que essas forças “estavam mortas” ou que poderiam ser mantidas, indefinidamente, a reboque, no cabresto.

Ao mesmo tempo em que dividiam esse “Exército de Brancaleone”, que deseja, de fato, mudanças radicais na sociedade.

Lembro que Lula, já por duas vezes, comemorou o fato de as próximas eleições presidenciais terem como candidatos fortes apenas lideranças de esquerda.

O que significa dizer que qualquer que seja o resultado, Dilma ou Serra, e apesar das críticas que tenhamos uns aos outros, o Brasil continuará a buscar a eliminação desse enorme fosso que separa ricos e pobres.

Continuará a buscar a construção da Cidadania e da Democracia verdadeiras, que não se resumem ao voto ou a um documento de identificação - e muito menos a um prato de comida.

Quem sabe, daqui a 50 anos - que é o tempo que as coisas que acontecem no Brasil levam para chegar ao Pará – os tucanos e os petistas paraenses compreendam, enfim, o significado das sábias palavras do companheiro Lula.

FUUUUIIIIIIII!!!!!!!

Postado por Ana Célia Pinheiro

terça-feira, 15 de setembro de 2009

2010

Novamente, vou na contramão das análises políticas que estão sendo feitas neste momento.

Há tempos, lembro bem, todo mundo dizia que Jader queria lançar Helder, seu filho, ao Governo do Estado.

Lembro que disse que isso não me parecia lógico, eis que Helder bamboleou até para reconquistar a prefeitura de Ananindeua.

E que mais inteligente seria jogar assim: Jader para o Senado, Helder para vice-governador.

O tempo mostrou que eu tinha razão, quanto ao que estava posto naquela época.

Hoje, já não possuo as informações que possuía, e que me permitiam “adivinhar” as jogadas deste imenso tabuleiro.

Tenho andado meio que afastada da política; quase nem tenho contato com as minhas tão preciosas fontes. E esse é um assunto que prefiro deixar para depois.

Mesmo assim, a quem me pergunta, tenho dito que não creio que Jader se candidate, de fato, ao Governo do Estado.

Por um simples motivo: o risco é demasiado alto. E Jader, sem mandato, sabe muito bem que pode até dormir em Batista Campos. Mas acordará, certamente, em Americano.

Pode até ser que, há quatro anos, ele tenha apostado no quanto pior, melhor.

Quer dizer: tenha apostado que o PT, ao assumir o Governo, se igualaria aos demais partidos.

E que a desconstrução da imagem ética do PSDB – uma imagem pra lá de frágil, por sinal – reduziria todos à mesma lama, ao mesmo patamar.

O problema é que Jader sofreu um processo de satanização que não se “limpa” de um momento para outro.

Obviamente, ele sempre aparecerá bem nas pesquisas, realizadas há em uma distância segura das eleições.

Mas, resistirá a uma campanha? Não apenas pela idade avançada, mas, por tudo aquilo que traz à tona uma campanha?

Hoje, se vocês querem saber, penso que nem o Senado é uma cartada certa para Jader.

É certo que serão duas vagas, de dois senadores, provavelmente, sem chance alguma de reeleição: Flexa Ribeiro e José Nery.

O problema é que mesmo que Paulo Rocha não saia ao Senado – ou até Mário Cardoso, com o belíssimo desempenho que teve nas últimas eleições – mesmo assim nada será certo para Jader.


Afinal, as bases petistas não são assim tão dóceis. E nada as impedirá de cravar o voto em qualquer outro candidato, inclusive Nery, caso ele resolva se recandidatar.

O problema é que eleição não dá para combinar com os russos – os eleitores, esses seres brabos e insondáveis...

Por isso, nada é certo. E Jader, definitivamente, pelo enorme rabo de palha que construiu e pela quantidade de inimigos que amealhou, não pode, simplesmente, se arriscar.

Porque, no caso dele, não se trata de simplesmente ficar sem mandato, por dois, três, quatro anos.

Trata-se de liberdade, mesmo. A liberdade que, por sinal, assegura a sobrevivência de todo um grupo político.

No entanto, creio que todos os jogadores desta mesa estão cometendo um erro enorme ao voltarem os holofotes simplesmente para Jader.

A mim parece que há outros movimentos bem mais importantes no tabuleiro.
E esses estão sendo feitos, na penumbra, pelo PT.

Por mais que se queira valorizar o escândalo dos kits escolares, a verdade é que o troca-troca na Seduc aconteceu por motivos outros.

E tal troca-troca é apenas a ponta do rearranjo de forças que está a acontecer no Governo do Estado.

E eu, sinceramente, peço desculpas aos leitores por estar tão afastada da política a ponto de não poder produzir uma reportagem bacana sobre isso.

Desde aquele encontro no Palácio dos Despachos, que não me lembro bem quando aconteceu, mas acho que foi no final do ano passado, que o PT começou a tomar as rédeas do governo, que até então se encontravam nas mãos de uma corrente complicada e minoritária, a DS.

O encontro uniu na mesma fúria as duas maiores do PT no Pará – a Unidade na Luta e o PT Pra Valer – que também integram o Campo Majoritário, a pragmática aglutinação de militantes e tendências que comanda o partido nacionalmente.

Desde então, pequenos movimentos, sem alardes, vêm sendo feitos no governo – e é por isso que até já escrevi, no blog do Vic, que não dou um dedal de mel coado pela cabeça do Puty.

Afinal, a minha xará, a governadora Ana Júlia Carepa, pode até ser despreparada, mas não é doida: não rasga dinheiro e nem come merda, como diria a minha sapientíssima mãe.

Por isso, certamente, chegará um momento em que entregará os anéis, para conservar os dedos...

Esse rearranjo de forças não torna o governo apenas mais petista; na verdade, está a torná-lo mais amplo.

E, por mais que não se goste, há aqui de reconhecer a inteligência dos “companheiros”: eles perceberam que o tabuleiro das últimas eleições municipais lhes foi amplamente desfavorável.

Daí que partiram para uma estratégia, até agora bem sucedida, de cooptação.

Quer dizer: em vez de reagirem raivosamente, como há alguns anos reagiria o PT, pragmaticamente, resolveram conquistar as peças ajuntadas pelo campo adversário.


Atraíram, por exemplo, o Gerson Peres. E algumas pessoas gostam de apenas se rir do Gerson Peres, esquecendo a enorme respeitabilidade que ele tem no interior do PP e da enorme penetração que o PP possui no Nordeste do Pará, a segunda região com maior número de eleitores, depois da Metropolitana.

Agora – e, na verdade, não é de agora – os petistas estão a “arrodear” o PR, partido que teve um extraordinário desempenho no último pleito, conseguindo conquistar algumas das maiores prefeituras deste estado.

Penso que a última investida petista se concretizará em torno do PTB e do lamentável e enigmático Duciomar Costa.

Se tudo isso for bem sucedido, o PT, que já tem quase que por simples poder de atração outros partidos de esquerda, como é o caso do PSB, terá, na próxima campanha, quantas prefeituras e quantos cabos eleitorais?


Bom, mas alguém até pode dizer: sim, mas esses prefeitos, como, por exemplo, os do PR, são jatenistas desde que nasceram.

Eu responderia: eles, é verdade, são jatenistas desde que nasceram. Mas o problema é que aqui, neste momento, o Jatene só lhes pode acenar com uma esperança de poder. Enquanto que o PT tem condições de lhes dar poder efetivo, hoje, agora, já.

E, vamos deixar pra lá essa coisa de ingenuidade: a maioria dos jogadores está é cagando e andando pra essa coisa de “desenvolvimento do Pará”, “mudança da base produtiva”, “preservação ambiental”.

Quer é saber do poder que possui, agora, já.

Além disso, os nossos prefeitos são suficientemente espertos para perceberem uma coisinha que eu só percebi depois de olhar todos os balanços do Estado, dos últimos 15 anos: não há, rigorosamente, qualquer diferença entre o Jatene e a Ana Júlia, em termos de eficácia de gestão.

Ambos são lamentáveis gastadores; permitem, simplesmente, que o custeio da máquina cresça de forma absurda, por causa de mixarias, de penduricalhos que não fazem a menor diferença em termos sociais

Mas que irão, certamente, impactar a máquina pública.

Lembro que fiz uma alentada pesquisa sobre isso, e que o Liberal não quis publicar – aliás, nem cheguei a escrever, porque o jornal, como me foi dito, não publicaria nem no domingo, nem na segunda, nem na terça e por aí vai.

Mas, os balanços gerais do Estado mostram justamente isto: do ponto de vista meramente administrativo, não há diferença visível entre a Ana Júlia e o Jatene.

O que pegou com ela foi a crise econômica mundial, com a redução da arrecadação paraense.

Mas, de resto, a se levar em conta a maneira como o Jatene vinha gastando, não sei se ele, também, não teria sido apanhado de calças curtas pela crise.

Os balanços mostram, enfim, que o grande administrador público deste estado se chama Almir Gabriel.

Ele, sim, manteve os gastos em rédea curta, justamente para que sobrasse mais dinheiro para investimento.

E a administração do doutor Almir foi tão bem sucedida que o Jatene passou quatro anos se beneficiando dela: o custeio crescia, mas ainda assim havia dinheiro para investir, graças ao acumulado daquela época.

Mas, não convém falar em Almir. Não só porque é carta fora do baralho, mas, porque é um retrocesso.

É tão autoritário que não interessa a ninguém o seu retorno – e eu, almirista de carteirinha, lamento ter de reconhecer que, de fato, ele só nos atrasa em termos democráticos.

Mas, voltando à questão da estratégia petista para 2010: os movimentos atuais no tabuleiro levam a prever surpresas enormes no ano que vem.

A maior delas é que, talvez, pela primeira vez em duas ou três décadas o PMDB deixe de ser decisivo.

E por quê?

Porque a constelação de partidos menores que o PT está a construir tem, provavelmente, o mesmo peso eleitoral do PMDB.

o PT conseguir, de fato, atrair todas as demais forças políticas deste estado, isolando o PMDB e parte do PSDB (parte, porque parte dos tucanos aderirão a isso) será uma verdadeira revolução no tabuleiro político do Pará.

Será a primeira vez que o PMDB não decidirá uma eleição – e, conseqüentemente, não terá o “quinhão” que está habituado a ter em todo e qualquer governo.

Daí, talvez, a ferocidade de Jader, um sujeito tão frio e pragmático: se eu, que sou uma fumada, estou vendo esse horizonte, ele, de há muito, já deve tê-lo visto, também...

O que é que eu posso dizer acerca disso? Por mais simpatia que tenha pelo PMDB e pelos seus valorosos quadros, sou obrigada a torcer pela estratégia petista; para que dê certo.

Afinal, o PMDB, apesar do enorme valor de muitos de seus quadros, tem algumas práticas, digamos assim, complexas, que a gente precisa varrer do Pará, se quisermos, de fato, o desenvolvimento deste estado.

Jamais daria para ser carrasco em Cuba; jamais conseguiria ordenar ou participar de um fuzilamento. Simplesmente, me apego às pessoas. E penso sempre naqueles que as amam.

No entanto, também penso na dona Maria e no seu José, tão amados quanto!


E, como aqui não há nem paredon, nem sangue, creio que vou acabar me perfilando do lado do avanço.

Com uma saudade danada dos companheiros peemedebistas, é verdade. Afinal, nunca vi companheiros tão valorosos, tão corajosos.

Mas essa é uma guerra que transcende, simplesmente, a qualquer de nós.

FUUUUUUUIIIIIIII!!!!!!!!!

Postado por Ana Célia Pinheiro

Sepub vai à Justiça contra

Sindicato se diz frustrado com o governo petista e revela: secretário de
Planejamento teria dito que 13º do funcionalismo pode ser pago só no ano que vem

O sindicato dos servidores públicos do Pará, Sepub, prepara um presente indigesto para o Círio da governadora Ana Júlia Carepa: até outubro, a entidade promete entrar na Justiça contra o governo petista, devido à contratação maciça de assessores especiais, cujos salários, na maioria dos casos, estão bem acima da massa do funcionalismo.

Mas, não é só.

Também em outubro, o Sepub espera concluir um levantamento complicadíssimo, se de fato for veraz: a listagem dos “fantasmas” que existiriam no atual governo. Gente que só aparece no local de trabalho, quando muito, para apanhar o contracheque.


Quem afirma tudo isso é o presidente do Sepub, Carlos Esdras.

Servidor público há mais de três décadas, ele apoiou a eleição de Ana Júlia, mas se diz decepcionado: segundo ele, o funcionalismo, em vez de ganhos salariais, teve é prejuízo financeiro com o atual governo.

Na sua avaliação, trocar o ex-governador Simão Jatene por Ana Júlia “foi trocar seis por meia dúzia”.


Ou, talvez, tenha até ficado um pouquinho pior: em reunião com os representantes dos servidores públicos, o secretário de Planejamento, Orçamento e Finanças, José Júlio, teria afirmado que o 13º salário do funcionalismo pode atrasar, pela primeira vez em 14 anos. A possibilidade, em função da crise econômica, é que ele seja pago só no ano que vem.


Veja os principais trechos da entrevista:

O Governo atual frustrou as expectativas dos funcionários públicos?

Carlos Esdras: Frustrou sim, porque todos nós, a grande maioria de representantes dos sindicatos de servidores públicos do estado, apoiou esse governo que hoje está aí com a Ana Júlia. Tínhamos esperança de que ela realmente fizesse uma modificação geral, para melhor, nessa situação em que se encontra o servidor público. Mas, não estamos vendo isso na prática. Temos muitas coisas pendentes, na mesa de negociação, muitos assuntos importantes que dizem respeito ao servidor público do estado, e principalmente, ao servidor temporário. Então, muita coisa que esperávamos da governadora não está sendo posta em prática.

O senhor pode citar um exemplo dessas pendências?

Carlos Esdras: Por exemplo, a questão do Sistema Penal, com cerca de 1.500 agentes prisionais. Tivemos uma conversa, na mesa de negociação, com o secretário da Sepof; houve conversa, no pé do ouvido, com a própria governadora, para que não houvesse mais distrato no Sistema Penal, enquanto não fosse realizado concurso público. Mas, o que se está vendo é que está saindo agente prisional que tem tarimba e estão colocando pessoas sem experiência. Então, está sendo tudo tratado em desacordo com a conversa que tiveram com a gente.

No atual governo, vocês tiveram um aumento real de salário? Quanto foi e quanto vocês esperavam?

Carlos Esdras: Olha, foi alardeado pelo Governo do Estado, nessas propagandas que ele tanto condenava na época do Almir Gabriel e do Jatene, que tivemos aumento. Mas, se você for ver na prática – e eu posso dizer por mim, presidente do Sindicato do Servidor Público do Estado, trabalhador da Imprensa Oficial, que não tive um centavo de aumento no meu salário. Tive até prejuízo – R$ 5,00, R$ 8,00, mas tive. Então, isso aí foi geral: o servidor público não teve no bolso o aumento que ele esperava.

Quer dizer, então, que o governo mentiu?

Carlos Esdras: Olha, o governo tenta passar à imprensa e à população que o Pará foi o único estado que deu aumento, enquanto outros rebaixaram e até atrasaram salários. Mas, o que houve, na verdade, foi a retração no reajuste do servidor público.

De quanto?

Carlos Esdras: Em torno de 2%, em 2008, em relação a 2006.

Há possibilidade de greve em função disso?

Carlos Esdras: Olha, você sabe que tem a Intersindical que representa os servidores públicos do estado – são dez ou onze sindicatos. E a Intersindical está fragilizada.

Por quê?

Carlos Esdras: Porque estamos indo para a mesa de negociação e ela não tem acontecido como deveria, como a gente discutiu. Estamos tendo um tratamento que não corresponde ao que esperávamos. Então, é difícil dizer que pode haver uma greve geral dos servidores públicos do estado. É muito difícil, haja vista que o Sintepp (o sindicato dos trabalhadores da educação pública), que é um sindicato grande e forte, um sindicato de massa, fez aqueles poucos mais de vinte dias de greve e não avançou em nada.

Mas, qual o motivo dessa fragilidade?

Carlos Esdras: A fragilidade existe porque não há o respeito que a gente esperava, na mesa de negociação. E aí os servidores estão decepcionados, com o Governo do Estado e até com os próprios sindicatos que os representam.

Os sindicatos estão atrelados ao Governo?

Carlos Esdras: O Sepub que não tem atrelamento a nenhum político, nem ao Governo do Estado. Não temos sequer um diretor que seja DAS. Então, nós, do Sepub, não somos atrelados. E eu respondo pelo Sepub.

E o que é que vocês vão fazer, já que a greve não é uma opção?

Carlos Esdras: Eu nem sei lhe dizer o que vamos fazer, já que fizemos tanta coisa... Somos acusados de participar desse governo, somos acusados pela oposição de sermos atrelados a esse governo, quando, na verdade, não temos isso. Não sei nem dizer o que podemos fazer, em termos de Intersindical, para organizar essa categoria que está desacreditada. Mais uma vez eu lhe digo, tanto em relação ao governo, quanto em relação aos sindicatos: todos os sindicatos estão desacreditados perante a sua categoria, porque esse governo não tem respeitado as nossas negociações.

E vocês apostaram muito no atual governo?

Carlos Esdras: Apostamos. A atual governadora veio do movimento sindical, andou em cima de carros elétricos, de carros-som, nas passeatas, junto com a gente, em vários locais, aqui no nosso sindicato... Tudo isso levava a crer que viéssemos a ter uma condição melhor, como servidores públicos, com a eleição dela.

Piorou em relação ao governo do Jatene?

Carlos Esdras: Olha, eu acho que foi trocar seis por meia dúzia, para não dizer que um ganhou e o outro perdeu.

Bem, a massa dos servidores não teve aumento salarial, mas houve aumento para secretários de Estado e adjuntos, não é?

Carlos Esdras: Teve um aumento grande para os secretários e teve aumento agora para os procuradores da PGE (Procuradoria Geral do Estado) – e nós achamos isso inconstitucional. Por que é que o Governo do Estado trata os procuradores a pão-de-ló, dando o aumento que eles pedem, enquanto a massa dos servidores públicos não teve sequer um aumento digno para botar a comida no prato do seu filho?

Qual o salário médio, hoje, dos servidores estaduais?

Carlos Esdras: Na média, uns R$ 700,00.

Quanto era em 2006?

Carlos Esdras: Uns R$ 550,00.

Mas então houve um ganho de R$ 150,00, não é?

Carlos Esdras: Mas é porque nós tivemos uma defasagem salarial de 70%, em 12, 13 anos!...E, em nenhum momento, o governo conversou com a gente para dizer o seguinte: “vamos tratar da defasagem salarial dos servidores públicos”. Não, eles não querem colocar essa situação na mesa. Colocam o mínimo que podem, sempre em nome da crise econômica que afetou o país.

Diz-se que o custeio da máquina cresceu muito. Vocês temem que isso traga de volta aquela situação que se vivia antes, com o atraso do pagamento do funcionalismo?

Carlos Esdras: Olha, a respeito disso posso lhe garantir o seguinte: foi dito pelo próprio doutor José Júlio (o secretário estadual de Planejamento, Orçamento e Finanças) que preside a mesa de negociações do estado com os servidores, que poderia haver um atraso no pagamento do 13º dos servidores, neste ano, simples e puramente por causa da crise econômica. Ele não afirmou que vai ter, mas, disse que poderia; que o servidor poderia não receber esse 13º em 2009.

Quando foi que ele disse isso?

Carlos Esdras: Foi nas primeiras reuniões, na mesa de negociação. Essas reuniões começaram em 14 de janeiro - foi quando ele previu isso. E, de lá pra cá, não mudou o discurso.

Seria o primeiro atraso em 14 anos, não é?

Carlos Esdras: Olha, faz tempo que a gente não tem atraso. Ganhava pouco, não tinha reajuste, mas, também não tinha atraso. E ele garantiu isso, na mesa, para a gente.

Vocês estão preocupados com isso?

Carlos Esdras: Olha, nós estamos preocupados com várias situações dentro desse governo. Essa é uma: o atraso no pagamento do 13º. Outra, são as demissões, que achamos injustas, dentro do Sistema Penal e de outros órgãos onde não aconteceram concursos públicos. Quer saber da última? Recentemente, a governadora autorizou, através de decreto, que, a partir do pagamento de setembro, os servidores terão de acessar a internet, para receber o contracheque. Agora, veja isso em comparação a um servidor do interior, que é desinformado e não tem acesso à internet. Pior: com certeza isso ainda vai custar R$ 1,00 ou R$ 2,00 para servidor. Além dele já ganhar um salário precário, ainda vai ter de tirar R$ 1,00 ou R$ 2,00 para conseguir o seu contracheque. É uma tremenda injustiça, mais uma injustiça do governo da Ana Júlia.

Vai ter de pagar para pegar o contracheque?

Carlos Esdras: Com certeza. Eles contrataram uma empresa, segundo o decreto, a título de evitar gastos com papel, para a impressão do contracheque. Então, terceirizaram isso. E veja também que, para acessar a internet, os funcionários do interior ainda terão de se deslocar para municípios maiores. Por exemplo, quem mora em Curuçá ou Marapanim, vai ter de se deslocar – e pagando o ônibus do próprio bolso – até Castanhal. Quer dizer: vai ter de pagar transporte, ou ir de bicicleta arriscando a própria vida e, chegando lá, ainda vai ter de pagar de R$ 1,00 a R$ 2,00, para ter o seu contracheque, quando, na verdade, o Governo do Estado deveria era entregar isso na casa do servidor, principalmente em se tratando dos aposentados. Isso ainda vai dar muita confusão, principalmente no interior. O pessoal da Setran, por exemplo, que é a nossa maior base, já começou a ligar para o sindicato, para saber como é que isso vai ficar.

Quantos funcionários públicos o Pará tem?

Carlos Esdras: Com esses distratos que a gente está vendo todos os dias no Diário Oficial do Estado, a gente calcula que ainda haja cerca de 100 mil servidores públicos, entre ativos e inativos.

E entrou muita gente no governo da Ana Júlia, especialmente nas assessorias especiais?

Carlos Esdras: Entrou sim. Inclusive, estamos acompanhando isso, para ver quantos assessores a Ana Júlia colocou no seu governo e quantos servidores, principalmente temporários, foram mandados embora.

Por quê? O que é que vocês vão fazer?

Carlos Esdras: Vamos contestar isso na própria Justiça; vamos entrar na Justiça.

Contra a contratação maciça de assessores especiais?

Carlos Esdras: Isso. Contra é... Privilegiando os assessores com os seus DAS altos, ao mesmo tempo em que manda embora servidores temporários que ganham menos de R$ 1.000,00, trabalham, são essenciais, arriscam suas vidas.

Quando é que vocês vão entrar na Justiça?

Carlos Esdras: Assim que terminar o levantamento, o mais tardar, em outubro. Veja: não tem justificativa para o governo cortar hora extra, tempo integral, que atinge também o tempo de serviço, cortar adicional noturno e continuar contratando assessores especiais.

Quanto ganha um assessor especial?

Carlos Esdras: Olha, vai do DAS 1 ao DAS 5, ou seja, vai de R$ 330,00 até R$ 3.500,00 ou R$ 4.000,00. Os assessores especiais ganham mais ou menos isso também.

E esse pessoal trabalha?

Carlos Esdras: Olha, o que a gente vê muito é assessor especial com celular no ouvido, telefonando pra cá e pra lá, ou no Orkut, brincando. Em toda secretaria tem isso – Setran, Imprensa Oficial... Todas as secretarias têm esse tipo de assessor, que fica no Orkut ou brincando com o celular. A maioria deles não faz nada.

Mas tem fantasma também?

Carlos Esdras: Fantasmas? Em todo lugar existem fantasmas...

Vocês têm provas disso?

Carlos Esdras: Olha, saber a gente sabe. Mas eu iria me arriscar dizendo que temos prova. Mas, a gente sabe, porque os companheiros ligam para o sindicato dizendo: “olha, tem um aqui que só vem receber”. A Sead é um antro disto: assessores especiais que não fazem nada e fantasmas.

Vocês têm uma relação desses fantasmas?

Carlos Esdras: A gente está levantando isso. Não podemos fazer a denúncia pela denúncia. Temos de ter o levantamento de nomes e locais de trabalho.

Quando é que vocês terão isso?

Carlos Esdras: Também em outubro.

Vai ser o presente de Círio para a governadora?

Carlos Esdras: Para ela e para todos os seus assessores especiais.