Já andava meio triste, macambúzia, quando me deparei com a brilhante entrevista do publicitário Chico Cavalcante, na edição de ontem do Diário do Pará.
É que alguns coleguinhas já estavam até a fazer “piadinhas” sobre o fato de eu ter dito, por diversas vezes, que a governadora Ana Júlia Carepa era a favorita deste pleito.
Como Chico Cavalcante possui o “anel de doutor” que não possuo, fiquei muito feliz em vê-lo declarar uma coisa que sempre me pareceu claríssima: eleição se ganha na campanha.
Ou, como escrevi aqui na postagem anterior: campanha bem feita ressuscita defunto, quase que literalmente. E só quem se assusta com rejeição é quem nunca fez campanha política – e ainda mais se o “rejeitado” estiver montado na máquina.
E essa é uma coisa muito importante: política não se resume a especializações ou a um simples conhecimento livresco.
Política é, sobretudo, prática. E até um pouco mais: é dedicação, é amor, não um simples trampolim para a fama.
E fazer análise política não é apenas expressar um desejo: é, antes, expressar a tendência de um momento.
Além do mais, quando se trata de agregar o tão valorizado conhecimento livresco, o analista ou jornalista político não pode se deixar ficar pelos clássicos da política – se é que os leu: é preciso conhecer, também, um pouquinho de história, filosofia, psicologia social, antropologia, neurociência e até a “arte da guerra” (não, não é só Sun Tzu) e por aí vai.
O problema é que alguns coleguinhas parecem acreditar que a falta de freqüência a uma escola é um impeditivo à leitura, reflexão e aprendizagem.
Mas nem mesmo ética aprenderam em suas escolas. Tanto assim que pretendem subir na vida a pisar em outros colegas. E até, se for o caso, no pescoço da própria mãe.
II
Chico Cavalcante, que é de fato um grande marqueteiro, faz considerações interessantíssimas sobre a derrota de Ana Júlia. Algumas, vão ao encontro do que escrevi na caixinha da postagem “Os novos rumos da Perereca da Vizinha”.
Para ele, foram três os erros fundamentais da campanha de Ana.
O primeiro, a “tese do desenvolvimento”, advinda de uma leitura incorreta da realidade e até da “subjetividade do eleitor” (?). Um mote que é tanto mais complicado devido às condições de vida do paraense.
Diz Chico, lá pelas tantas: “Num estado como o Pará, com IDH historicamente deplorável, falar em desenvolvimento e alardear de maneira desmedida soa ora como escárnio, ora como discurso desprovido de sentido”.
O “desenvolvimentismo” do “Acelera Pará” teve para ele um “efeito colateral”: aprofundou as diferenças regionais.
“Enquanto insistia em falar da Siderúrgica de Marabá, a campanha da Link deixava descobertas outras regiões, parecendo que privilegiou uma cidade ou região em detrimento de outras. Isso explica a derrota acachapante em Santarém”, observou.
Pode ser. Mas o problema é que Ana não perdeu só em Santarém: perdeu, também, em Parauapebas, outra jóia da coroa petista e que, em tese, também será beneficiado pela siderúrgica.
De igual forma, Jatene perdeu em Abaetetuba, que é administrado por uma tucana.
Daí que a Perereca propõe uma explicação bem mais simples e menos ideológica: é possível que a insatisfação com esses prefeitos tenha levado os munícipes a descarregarem votos na oposição.
O que, aliás, é compatível com a reação de Belém, que votou maciçamente em Jatene, apesar do apoio que Ana Júlia obteve de Almir Gabriel – sem dúvida alguma, o maior “prefeito” da capital desde Antonio Lemos...
Para Chico Cavalcante, o centro da campanha petista teria de ser “o fator humano”, até pela origem do partido, forjado nos movimentos sociais: “Ana teria que insistir no social. Esse é o seu reduto. De costas para ele e guiada por estranhos, se perdeu”
E aqui eu concordo, mas nem tanto assim, com o Chico.
A verdade é que a Link tentou, sim, enveredar por esse caminho – de forma atabalhoada, é verdade, mas tentou.
O problema é que o Orly Bezerra, o marqueteiro de Jatene, já havia previsto isso.
Tanto assim que, logo no começo de julho, essa foi uma das coisas discutidas pela equipe: a necessidade de “humanizar o concreto”, ou seja, de colocar nas obras tucanas o rosto das pessoas, especialmente as mais pobres, que foram beneficiadas por elas.
É aquela história: o PT insiste que a Estação das Docas é a “Estação das Dondocas”; que o Hangar é um “elefante branco”; e que o Mangal, como todo o resto, é “coisa pra rico”.
Mas a verdade é que quem conseguiu emprego e renda com todas essas obras não foi o grande empresário: foi o taxista, a arrumadeira, o garçom, o cozinheiro, o servente - e tantos outros cidadãos que nem de longe podem ser chamados de “ricos” ou de “dondocas”.
A face poderosamente social dessas obras é que nunca foi devidamente mostrada – aí, sim - por erros da comunicação tucana.
Porque tais obras não são feitas para elas mesmas; ninguém coloca tijolos e concreto apenas para agradar ao mister Concreto e à madame Tijolo.
Tais obras, além de inseridas numa estratégica de fomento a alternativas de desenvolvimento econômico, também são feitas para impactar imediatamente a qualidade de vida das pessoas.
Quer dizer: não dá para simplesmente “aplicar” essa história do cimento contra as pessoas – e ainda mais quando se tem cinco hospitais regionais para repisar.
III
Mas Chiquinho acredita, também, que o terceiro grande erro da campanha de Ana Júlia foi “fugir ao confronto”.
E comenta: “Ocorre que há quem confunda o termo “confronto” com a expressão “baixaria”. Não há baixaria na confrontação. Confrontar é respeitar o eleitor; é colocar em questão a fala do adversário. Toda campanha vitoriosa, inclusive a de Jatene, fez isso. O comercial “quem fez mais pelo Pará?”, criado por mim para a campanha de deputados, refutava o argumento adversário com base em dados públicos, apresentados pelo governo, sem baixaria nem ataques pessoais. Para o povo, vale a lógica “quem cala, consente”. Se você é atacado e não responde é porque não tem resposta, é porque o que o adversário diz é verdade. A Link fez o impensável, fez o PT calar. Extirpou a rebeldia. Domesticou o vermelho, azulou suas bandeiras. Desde o começo fez Ana Júlia e Paulo Rocha se apequenarem, falarem falas despossuídas de paixão, de vida, enquanto Jatene e Flexa Ribeiro ostentavam um vigor exemplar. A Link impôs ao PT um caráter lerdo, lento, abobalhado diante das denúncias e ataques que, por fim, foram sedimentando. Essa turma colocou na boca das principais lideranças do PT textos e falas abaixo da crítica. A reação reflexa aos ataques, tipicamente de esquerda, inexistiu na campanha da situação”.
Aí eu tenho de concordar em gênero, número e grau com ele.
Ora, as pesquisas detectaram um anseio do eleitor por uma terceira via. Mas uma terceira via com propostas que ele identificasse como factíveis. Além, é claro, de um representante que lhe transmitisse credibilidade.
Quer dizer: o eleitor não queria, a priori, os tucanos. Não queria o que está aí, mas também não queria simplesmente “voltar ao passado”.
Assim, se a Link tivesse conseguido refrescar a memória do eleitor, a mostrar-lhe um passado nada idílico, mas, bem pior que o presente, é muito provável que Ana Júlia tivesse sido reeleita.
(E aqui eu não estou a falar de convicções pessoais – e as tenho – mas de como funciona a “conservadora” cabeça do eleitor).
Era preciso, sim, ter atacado, especialmente, em setores como Saúde e Segurança, para “destruir” e fixar.
E era preciso, também, “desconstruir” a imagem de Jatene – o que nada tem a ver com baixaria.
Baixaria é o piloto, a manicure, o copo de uísque, assim como a “preguiça” e a pescaria.
Coisas que, como se viu, nada acrescentam em termos eleitorais.
O eleitor comum, o cidadão médio, que em geral nem se engaja na política, não tá nem aí se o Jatene pesca e a Ana bebe.
Ele quer é saber se a vida melhorou, se tem dinheiro no bolso, se o hospital funciona, se a escola tem carteira e professor e se já pode andar pelas ruas com um mínimo de tranqüilidade.
E também quer saber, sim, se o cidadão ou cidadã que está a lhe prometer mundos e fundos tem um perfil minimamente honesto e capaz, para realizar aquilo que está a prometer.
Daí que o eleitor vê enorme diferença entre uma denúncia “parruda” – especialmente, se feita em formato jornalístico – e a simples ofensa pessoal.
E ainda consegue, de acordo com a moralidade imperante, fazer a gradação entre essas denúncias “parrudas”.
Por isso, um “kit escolar” é mais difícil de “vender” do que um “Hangar”. Ou um “Hangar” mais difícil de “vender” que a compra superfaturada de medicamentos.
E mais: mesmo a campanha de Flexa Ribeiro era de facílima “desconstrução”.
Bastaria mostrar, em uma série de reportagens, o perigo da doença de Chagas.
Quer dizer: fazer o eleitor perceber, como Belém percebeu em relação aos ambulantes, que existe uma diferença fundamental entre os interesses de alguns e o interesse de milhões.
Mas nem essa coisa tão clara, tão simples, a Link foi capaz de perceber.
IV
Chiquinho também diz o seguinte: “Mesmo em inferioridade de tempo no primeiro turno, Jatene conseguiu consolidar a rejeição da candidata petista, retirando a possibilidade de que essa rejeição inicial, natural em quem governa, caísse ao longo da campanha e se diluísse no segundo turno. Com a rejeição alta e sólida, o círculo de voto da campanha de Ana Júlia acabou se circunscrevendo praticamente aos votos do PT, situados um pouco além do terço do eleitorado identificado com a legenda. É curioso isso porque, ao fazer uma campanha azul no primeiro turno [no segundo turno a campanha tornou-se vermelha por imposição do partido, contra a vontade da Link], escondendo os símbolos do partido, negando a história das campanhas passadas, a Link queria que Ana se distanciasse do PT que, por fim, acabou sendo seu abrigo”.
É verdade: esse distanciamento do PT (e a conseqüente perda da identidade e da militância) foi decisivo para a derrota de Ana, vez que tudo se resolveu, de fato, no primeiro turno.
E aqui é preciso entender uma coisa: esse segundo turno foi muito mais “pro forma”, do que qualquer outra coisa.
E por quê?
Porque dificilmente se consegue uma virada tão extraordinária – foram mais de doze pontos de distância, se bem me recordo, no primeiro turno – em apenas vinte dias.
Não há como, a não ser que aconteça uma catástrofe: o sujeito, por exemplo, seja preso por assassinar a mãe e o pai.
Fora isso, talvez só a Lei da Ficha Limpa pudesse ter tido algum impacto, até pela decisão do Supremo em relação a Jader.
Mas para isso seria preciso esgrimir a Ficha Limpa com uma perícia que a Link não terá nem nas próximas dez mil reencarnações...
Seria preciso apelar de forma firme – e planejada – para esse medo enorme que o eleitor tem de “perder o voto” (coisa que foi fatal até mesmo para a votação de políticos do quilate de Paulo Rocha e Jader Barbalho).
O eleitor quer ter certeza de que “votou bem”; não quer ser “motivo de chacota” das pessoas que o cercam. E mais: quer amanhã, se necessário, poder dizer, sem ter de mentir: “me ajude, porque eu votei no senhor”.
Quer dizer: a Ficha Limpa, se bem usada pela Link, poderia fazer um estrago considerável na campanha de Jatene. E mais ainda se fosse possível criar uma expectativa de recuperação da Ana, na reta final do segundo turno.
Mas nem isso seria “garantido”; até isso envolveria um esforço sobre-humano, dada a “cristalização” do primeiro turno.
Em outras palavras: esses doze pontos de diferença só poderiam ser considerados “uma coisa menor” se eles, na verdade, indicassem uma tendência de crescimento da candidatura da Ana.
Mas essa fala do Chiquinho também nos leva a outra questão importante: o distanciamento da militância petista em relação à campanha de Ana.
Ora, esse temor já havia em 2006. Mas isso acabou “contornado”, digamos assim, pela grande liderança de Paulo Rocha e até por Mário Cardoso, que se curvou à decisão da cúpula partidária.
Mas naquela altura os petistas nem sequer imaginavam, mesmo em seus piores pesadelos, que esse viria a ser um governo da DS – e não do PT.
Agora, porém, eles tinham plena consciência do que se tratava.
Tinham consciência de que a coisa não era assim tão diferente em relação aos tucanos – mas, talvez, um bocado pior.
E apesar disso, da descrença de um PT tão sofrido - que às vezes era até obrigado a reconhecer a superioridade administrativa dos tucanos – a Link ainda tentou “azular” a campanha paraense.
E esse talvez seja o fato revelador da dificuldade de importação de agências de propaganda – seja da Bahia, do Rio Grande do Sul ou de São Paulo.
Uma agência com um mínimo de conhecimento da realidade local teria “avermelhado” a campanha desde o início e até aconselhado Ana Júlia a afastar temporariamente o seu triunvirato.
Um movimento que, embora diversionista, seria decisivo até para a rearticulação da base de apoio do governo.
Mas a Link, como não conhecia nada do Pará, sacou do bolso um manual de campanhas eleitorais (por sinal, não atualizado desde a primeira eleição de Lula) e achou que a questão seria “azular”, quando, na verdade, o problema nunca foi o PT – nem para a militância, nem para a população, que deu aos petistas a maior bancada que eles jamais tiveram na Assembléia Legislativa.
No fundo, tudo o que sobra quando se passa o coador é a sombra da DS: no afastamento da militância, na desarticulação da base aliada, no aborrecimento do eleitor por sucessivos disparates e até na escolha e manutenção da Link Propaganda.
Ou seja, como já disse tantas vezes, o xis da questão foi a opção de Ana Júlia pela sua corrente política.
V
Na entrevista ao Diário, Chiquinho também se refere a duas coisas importantíssimas.
A primeira é o conhecimento do teatro de operações; a segunda, a importância do marketing político para a artilharia dos exércitos.
De fato, bem pouca gente que trabalha em campanhas políticas atenta para uma coisa fundamental: fazer campanha de rádio e TV não é simplesmente bolar uma linda peça de propaganda. E não é, apenas, editar programas de maneira certinha, “profissional”.
Na verdade, esses programas, assim como os comícios, funcionam como verdadeiras “linhas de abastecimento” aos nossos arraiais.
E essa é uma coisa bem simples de entender: numa guerra, até o mais poderoso exército pode ser aniquilado pela falta de água, comida, armamentos, informações.
E essas linhas de abastecimento, no nosso caso – um Estado Democrático e que não anda metido em guerras – teriam a sua melhor representação, talvez, não apenas no dinheiro que se pode enviar aos militantes, mas, sobretudo, no “fornecimento de argumentação”.
O discurso da campanha, que se consegue captar não apenas nos comícios, mas, também, nas peças de propaganda do rádio e TV, que são transmitidas de forma bem mais célere e massiva, são fundamentais ao trabalho dos militantes.
Mesmo com dinheiro, se esses argumentos não estiverem bem “mastigados”, corre-se o risco de os militantes nem conseguirem trabalhar. Ou de trabalharem num rumo oposto ao pretendido, dispersando as forças, em vez de agregar.
Daí a importância de um discurso fácil, com fixação da idéia central, que a militância poderá reproduzir quase que de ouvido. Daí a importância de nunca deixar uma acusação sem resposta – e de ser lógico, claro, preciso e até emocional nessa resposta. E daí a importância de peças extraordinárias de propaganda, como é o caso do jingle, que nada mais é do que um discurso cantado e de assimilação bem mais rápida.
E quanto ao conhecimento do “teatro de operações”, ou seja, do terreno em que a guerra acontece, esse já foi tratado acima, quando se falou do “azulamento”, em vez do “avermelhamento” da campanha da minha xará e até da inadequação do mote de campanha.
VI
Por último, quero falar sobre a imagem da candidata.
Diz Chiquinho, à certa altura: “Já o erro de posicionamento de imagem foi o que fez consolidar a rejeição da governadora. A imagem apresentada ao eleitor aumentava a rejeição de Ana Júlia. Era a antítese da guerreira, da lutadora, da mulher destemida, da mulher sintonizada com o povo, da mulher que fez sua trajetória a partir dos movimentos sociais. Ela parecia Margaret Thatcher, a baronesa que foi primeira ministra da Inglaterra. Falava lento como se estivesse anestesiada, com estranha ênfase no final das frases”.
O problema é que é quase impossível pegar um candidato e enfiar num “personagem” diferente daquele que as pessoas enxergam ou até daquele que é mesmo próprio desse candidato.
Isso soa falso demais: as pessoas não reconhecem mais aquele sujeito e toda a relação que ele construiu com o eleitor vira fumaça. O próprio candidato acaba como que “se perdendo de si”, diante desse novo personagem. Daí a velha máxima: o marketing político é que tem de se adequar ao candidato – não o contrário.
É certo que Jatene, com a sua personalidade Zeliguiana, é quase que um coringa: tanto pode ser o técnico competente que todos reconhecem e que é o papel no qual ele fica muito mais à vontade; quanto, com uma boa guaribada na linguagem, pode se transformar no “herói popular”.
Mas esse é um perfil muito, muito raro entre os políticos; esse que permite “casar” o técnico e o herói; a magia e a racionalidade.
Por isso, é um enorme erro tentar encafuar o candidato numa imagem que não tem nada a ver com ele. É como se alguém resolvesse transformar o Lula num José Serra. Ou o José Serra num Luís Inácio.
O eleitor, que não é burro nem nada, nota a diferença. No fundo, é a quebra da confiança e intimidade entre o candidato e o eleitor.
E essa é coisa muito importante, que acho que até já disse aqui: o grande erro de muita gente está em confundir inteligência com educação formal. A educação formal pode, de fato, ajudar a ampliar as nossas perspectivas. Mas a falta dela não torna ninguém burro.
E se as pessoas não entendem o que você diz, o erro é seu, que, provavelmente, não está usando as palavras certas: o vocabulário de domínio popular.
Até porque um discurso simples é muito mais difícil de elaborar: isso requer domínio da língua mátria e da forma como as palavras são de fato percebidas pelo ouvinte. Requer, ainda, a permanente adequação do discurso, mesmo que “improvisado”.
Por seus longos anos de militância política, Ana Júlia Carepa possui essa capacidade em grau muito maior do que Jatene, que, nos debates, muitas vezes ficava “lutando” com o técnico, que é extremamente forte nele e prioriza a exatidão – quando, na política, a prioridade tem de ser a compreensão do discurso.
Afinal, se as pessoas não compreenderem o que você está a dizer, como é que elas poderão apoiar? Além disso, um discurso mal compreendido é de facílima distorção pelo adversário.
Mas nem essa capacidade de Ana Júlia a Link Propaganda soube aproveitar.
Uma qualidade poderosa, que poderia até ajudar na recuperação da credibilidade da candidata, já que é muito mais fácil confiar naquele que se faz compreender, porque parece “simples” e sem “enrolação” – em suma, um igual.
Como disse na caixinha daquela minha postagem sobre os novos rumos da Perereca, era preciso mostrar Ana Júlia como “repórter” das próprias obras desde o início. Isso – e já aproveitando as declarações do Chiquinho – ajudaria também a reforçar a ligação dela com o povo, que é reconhecida pelo eleitor.
Mas esse tipo de percepção, acerca de quem é de fato o candidato, não está disponível em nenhum manual de campanha. E requer, sobretudo, conhecimento da “criatura” e das suas potencialidades.
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