segunda-feira, 13 de julho de 2009

ANA JULIA HUM HUM

SARNEY – A última do dinossauro do Maranhão
Parecem inesgotáveis as denúncias que continuam a desabar sobre o ex-presidente José Sarney (PMDB/AP), agora presidente do Senado. Um autêntico dinossauro do coronelismo da política brasileira, a última de Sarney é estar sob a suspeita de manter uma conta no exterior, segundo revela a última edição da Veja. De acordo com a revista, auditores do Banco Central encontraram uma contabilidade clandestina no falido Banco Santos – e ela indica que o presidente do Senado, tinha uma conta no exterior.
Ilustrada com fotos, a matéria, reproduzida abaixo, é assinada por Alexandre Oltramari, sob o título A conta secreta de “JS” lá fora.

Brasil

A CONTA SECRETA DE "JS" LÁ FORA

Auditores do BC encontraram uma contabilidade clandestina no falido Banco Santos – e ela indica que o presidente do Senado, José Sarney, tinha uma conta no exterior

Alexandre Oltramari

Em junho de 2001, o presidente do Senado, José Sarney, esteve em Veneza, na Itália, ao lado do banqueiro Edemar Cid Ferreira, amigo de mais de três décadas. Eles foram acompanhar a cultuada Bienal de Artes da cidade. Sarney e Edemar visitaram exposições e foram a festas. Semanas depois, já em São Paulo e de volta ao trabalho, o então dono do Banco Santos mandou registrar em seu computador detalhes financeiros da temporada da dupla em Veneza. O registro faz parte dos milhares de arquivos digitais que integram o processo sigiloso de liquidação do banco. O documento tem como título "JS-2". Em sete linhas ele relata a movimentação de uma conta em dólares no exterior. Há um ano, VEJA teve acesso a esse e outros documentos do rumoroso caso de liquidação extrajudicial do Banco Santos. Na semana passada, finalmente ficou claro que JS-2 era o nome-código de uma conta em dólares de José Sarney e que as anotações feitas em 10 de junho de 2001, exatamente no dia da abertura da Bienal, se referiam a movimentações de fundos. Edemar registrou a entrega de 10.000 dólares em Veneza a "JS". Edemar Cid Ferreira se referia ao presidente José Sarney em documentos do banco recolhidos pelos interventores e em poder da Justiça pelas iniciais "JS." Caso encerrado? As evidências são inequívocas, mas à polícia e à Justiça cabe a palavra final.
Procurados por VEJA, tanto Sarney quanto Edemar garantiram desconhecer os fatos apurados pelos interventores e pela Polícia Federal e registrados nos documentos que ilustram estas páginas. Essa é uma questão que cabe à Justiça dirimir. Como também cabe às autoridades determinar se essa conta e os fundos nela contidos são de origem legal e se foram devidamente declarados à Justiça Federal. Não é crime ter conta no exterior. Crime é mandar para fora os recursos sem conhecimento das autoridades e sem comprovar a licitude de sua origem. Por enquanto, o que os documentos significam é mais um grande constrangimento para o presidente José Sarney em um momento em que ele já se encontra assoberbado por uma série de denúncias extremamente graves. A simples proximidade com o controlador do Banco Santos é problemática. Edemar foi condenado pela Justiça, em primeira instância, a 21 anos de cadeia, já passou duas temporadas em uma penitenciária em São Paulo e está com todos os bens bloqueados pela Justiça.
Os documentos referentes à conta de José Sarney estão anexados a outros que os fiscais do BC coletaram no curso de uma investigação bem mais ampla das atividades financeiras clandestinas do Banco Santos. Nos computadores apreendidos foram localizadas trocas de mensagens entre a secretária de Edemar, Vera Lúcia Rodrigues da Silva, e um conhecido doleiro de São Paulo. Eles combinavam pagamentos e entregas a clientes de dinheiro vivo, em dólares e reais – tudo sem nenhum registro contábil oficial. Algumas dessas operações, segundo a polícia, referem-se a comissões que Edemar Cid Ferreira pagava a dirigentes de fundos de pensão de empresas privadas e estatais que, a despeito de ter interventores instalados no banco e dos rumores de quebra, mantinham altas somas aplicadas ali.
O arquivo "JS-2 – Posição exterior JS" foi encontrado nessa má companhia. Ele identifica a movimentação da conta que, em 30 de outubro de 1999, registrava saldo no exterior de 870 564 dólares, o equivalente, então, a 1,7 milhão de reais. Além da entrega de dinheiro em Veneza, o arquivo "JS-2" expõe outras duas retiradas. A primeira, em 18 de dezembro de 2000, é de 4 717 dólares, ou 10 000 reais, segundo a conversão anotada na planilha, e não especifica o destino dos recursos. A segunda, em 21 de março de 2001, descreve um saque de 2 273 dólares, também convertidos em reais. Especifica-se o destinatário: "Valor entregue na Al. Franca". A família Sarney tem um apartamento na Alameda Franca, em São Paulo, onde, recentemente, se hospedou a governadora Roseana Sarney depois de se submeter, na capital paulista, a uma cirurgia para correção de um aneurisma.
A relação íntima e histórica de José Sarney com Edemar Cid Ferreira, os negócios do ex-banqueiro em áreas de influência política do senador e a coincidência entre as iniciais JS são, repita-se, apenas evidências, quase inequívocas, sim, mas apenas evidências, de que ambos se associaram na prática dos delitos financeiros consubstanciados nos documentos em poder da Justiça. A dúvida sobre se as iniciais JS se referem mesmo a José Sarney não existe. A prova disso está em outro documento em posse da Justiça ao qual VEJA teve acesso: a agenda de Edemar. A letra "J" registra nomes conhecidos como José Serra, Jô Soares, Jayme Sirotsky, Jorge Santana e João Santos. Entre nomes completos está a sigla "JS". Clicando em cima das iniciais abre-se uma página intitulada "Contatos JS". Nesse arquivo estão armazenados todos os endereços de José Sarney em Brasília e em São Paulo e todos os telefones, inclusive de secretárias, ajudantes de ordens e seguranças do presidente em Brasília, São Luís e Macapá. "As referências a José Sarney em muitos documentos encontrados no banco eram feitas simplesmente pela sigla JS", confirma um dos auditores do Banco Central que participaram do processo de liquidação do Santos e não pode se identificar.
A suspeita de que mantinha uma arca milionária e secreta no exterior, administrada pelo amigo banqueiro, é terrível para o presidente do Congresso porque suas declarações de imposto de renda não registram dinheiro no exterior no período contemplado pela contabilidade do Banco Santos. Além disso, os dólares de "JS" equivaliam a 1,7 milhão de reais em 1999 – 74% do patrimônio total declarado por Sarney à Justiça Eleitoral em 1998, quando concorreu ao cargo de senador pelo Amapá. Questionado por VEJA sobre a existência de recursos de sua propriedade no exterior, entre 1999 e 2001, o senador foi enfático. Por meio de sua assessoria de imprensa, Sarney informou que não manteve recursos fora do país nesse período. Sobre a coincidência entre o repasse de dinheiro exatamente no período em que esteve em Veneza, o senador disse apenas que "isso não me diz respeito". O presidente do Congresso confirmou que fora à Bienal a convite de Edemar com as despesas de passagem e hospedagem pagas pelo ex-banqueiro.
Envolvido em uma espiral de denúncias desde que assumiu o comando do Congresso, o senador também é mencionado de maneira explícita numa agenda em que o ex-banqueiro lista tarefas que precisava cumprir no dia 1º de novembro de 2004 – onze dias antes da intervenção do BC em seu banco. A agenda deixa evidente que a relação entre o senador e o ex-banqueiro não era apenas de amizade ou interação intelectual. Em um dos itens, logo abaixo do nome de Sarney, aparece o nome da estatal Eletrobrás. A empresa, comandada por gestores indicados pelo senador desde o início do governo Lula, é uma das patrocinadoras do fundo de pensão Real Grandeza. Dos cinco maiores fundos de pensão que perderam recursos com a quebra do banco, o Real Grandeza foi o maior prejudicado. Sofreu um prejuízo de 153,6 milhões de reais. O Nucleos foi outro fundo que ficou no prejuízo com a liquidação do Santos. Ele pertence aos empregados das estatais do setor nuclear, uma área notoriamente controlada por pessoas indicadas pela ala do PMDB mais ligada a Sarney.
A relação entre o ex-banqueiro e o senador sempre foi pontuada por episódios estranhos. Há cinco anos, um dia antes da intervenção do BC no Santos, Sarney conseguiu retirar 2,2 milhões de reais que tinha investido no banco do amigo. Entre as centenas de aplicadores no banco de Cid Ferreira, Sarney foi o único que conseguiu salvar suas economias, escapando do bloqueio imposto pelo BC aos outros investidores. O presidente afirmou, então, que mandara sacar o dinheiro por causa dos rumores no mercado dando conta da péssima saúde financeira do Santos. Sarney negou ter recebido informação privilegiada. Em entrevista a VEJA, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira disse ter ordenado a transferência por conta própria. "Sarney nunca me pediu para retirar o dinheiro do banco. Eu que o fiz", afirmou. A explicação sobre a origem do dinheiro também não convence muito. Como os 2,2 milhões de reais não apareciam em sua última declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, Sarney afirmou que o dinheiro fora obtido com a venda do Sítio do Pericumã, uma fazenda de 268 hectares que mantinha nas imediações de Brasília. O presidente, porém, continuou a usar normalmente a propriedade que afirmou ter vendido.
Desde que perdeu o banco, Edemar Cid Ferreira vem amargando um período de purgação. O ex-banqueiro garantiu a VEJA que o Santos nunca foi depositário de recursos de terceiros no exterior. E acrescentou: "Desconheço a existência de um arquivo JS-2 em meu computador. Não sei quem criou, quando e com que propósito". O arquivo JS-2, segundo os registros digitais que podem ser verificados no próprio computador do ex-banqueiro, foi criado no dia 3 de julho de 2001, às 10h05, por uma funcionária chamada Vera – mais precisamente Vera Lúcia Rodrigues da Silva, secretária de Edemar, a mesma que, de acordo com a polícia, operava as contas e fazia os pagamentos clandestinos do Banco Santos. Com a palavra final, a Justiça.




O ocaso do coronel

As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.
Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.
Culpa da burocracia do Senado.
Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.
Culpa do contador.
Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.
Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.
Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.
Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.
Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.
Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.
Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.
Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.
Não é um fofo?
Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram... desviados.
Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.
Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.
Culpa dos administradores.
E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietári’o de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.
Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.
Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.
Tal como os dinossauros.




DESGOVERNO – Vaias acompanham Ana Júlia
São ilustrativas da caótica administração que ela protagoniza, como primeira governadora eleita da história do Pará, as vaias que passaram a acompanhar Ana Júlia Carepa em suas recentes aparições públicas.
Em Belém e até no interior, Ana Júlia Carepa já passou pelo constrangimento de ser alvo de vaias de populares. O pior é que as vaias amargadas pela governadora, pelo menos até aqui, nada têm de orquestradas. Elas soam espontâneas, absolutamente espontâneas.



DESGOVERNO – Retrato da impopularidade
No último domingo de junho, dia 28, por exemplo, Ana Júlia Carepa e o secretário estadual de Cultura, Edílson Moura da Silva, foram recepcionados com vaia, na concentração do Arraial da Pavulagem, na praça Pedro Teixeira, em frente a Estação das Docas. A vaia não chegou a se prolongar, mas foi suficientemente audível para abreviar a aparição da governadora e do secretário de Cultura, ocorrida a pretexto da entrega do imóvel destinado pelo atual governo para servir de sede do Arraial da Pavulagem.
Mas constrangedor, mesmo, segundo relato que vazou do próprio Palácio dos Despachos, foi o episódio ocorrido em Nova Timboteua, na visita feita ao município pela governadora. Na ocasião, de acordo com fonte do próprio Palácio dos Despachos, convocada a falar a populares pelo prefeito de Nova Timboteua, Antônio Nazaré Elias Corrêa (eleito em 2004 pelo PSB e reeleito em 2008 pelo PRN), Ana Júlia Carepa recebeu um sonora vaia, diante da qual foi retirada de cena mais depressa que rapidamente.
A fonte, repita-se, é do próprio Palácio dos Despachos


DESGOVERNO – O deslumbramento do Divino
Exibindo uma escolaridade que não ultrapassa o ensino fundamental, o novo diretor geral da Escola do Governo, Divino dos Santos, a despeito de se apresentar como pastor de almas, não parece capaz de resistir ao deslumbramento diante das pompas e circunstâncias do poder temporal.
Mal aterrissou na Escola de Governo, o pastor Divino dos Santos mandou comprar um novo mobiliário para o gabinete do diretor geral, em substituição ao que encontrou, em perfeito estado de conservação. Um gasto absolutamente desnecessário e que soa a deboche aos servidores públicos estaduais, penalizados com a política de contenção de gastos do governo Ana Júlia Carepa.


BENEVIDES – Perdura o drama da falta de ônibus
Chega ao limite do escárnio a indiferença do prefeito Edimauro Ramos de Farias (PR), diante do drama a que continuam submetidos os usuários das linhas de ônibus que servem Benevides, especialmente aqueles que trabalham em Belém. Há pelo menos um ano e meio as frotas das duas linhas disponíveis – Benfica-São Braz e Benfica-Presidente Vargas - são insuficientes para atender a demanda.
Como as frotas são insuficientes para atender a demanda, durante os dias úteis os ônibus das duas linhas circulam lotados no início da manhã, submetendo a interminável espera um expressivo contingente de passageiros, particularmente aqueles que trabalham em Belém, forçados a chegar atrasados nos seus empregos.


BENEVIDES – A leniência de Edimauro
A empresa Modelo, que detém a concessão das duas linhas, se mantém silente, indiferente ao calvário dos usuários. Quando muito, algum tempo atrás fontes da empresa, em off, alegaram que a Modelo supostamente aguardaria a entrega de novos ônibus, para ampliar as frotas das duas linhas. Essa versão não se confirmou. Pelo tempo decorrido, conclui-se que tudo não passava de uma mera balela.
O que torna a situação mais dramática é que tudo isso se dá sob a leniência de Edimauro Ramos de Farias, o prefeito de Benevides, eleito por uma coligação do PR com o PMDB.
Não há registro de manifestação do Ministério Público do Estado.


BLOG – Sorte e vida longa, caro Juvêncio
Impactado, recebo a notícia da trapaça da sorte que o imponderável da vida reservou para Juvêncio Arruda (foto), 54 anos, na forma de um câncer em um dos rins. Economista, cientista político e publicitário, com breve passagem pelo jornal O Liberal, Juca, como ele é tratado pelos amigos, é o responsável pelo 5ª Emenda, um dos mais acessados blogs jornalísticos do Pará.
Embora distantes, com previsíveis divergências diante de mapas de crenças distintos, nem por isso abdicamos do respeito e consideração mútuos, como determina a civilidade social e política. Como blogueiros, ainda que em posições eventualmente antagônicas, sempre tivemos como denominador comum a preocupação de democratizar a informação, na contramão dos barões da comunicação e seus balcões de negócios, onde vendem tudo, inclusive a própria consciência.
Só quem conhece o preço pago por quem ousa quebrar a omertà das elites pode mensurar a importância do trabalho de Juvêncio com o 5ª Emenda. Por isso, independentemente da natural solidariedade ao ser humano, abro espaço para expressar, com o poder de permanência e convicção da palavra impressa, o meu mais sincero desejo – sorte e vida longa, caro Juvêncio. Volte logo, porque você faz muita falta.


PERFIL – As conquistas e o descaso oficial
A ascensão de Rui Marinho se fez à margem de qualquer estímulo da SEEL, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer. Nem no governo do tucano de Simão Jatene, nem na administração da petista Ana Júlia Carepa, a secretaria teve a sensibilidade de vislumbrar o potencial do jovem atleta. O Basa, que até chegou a patrocinar a equipe de saltos ornamentais da Adesef, revelou igual insensibilidade.
Enquanto isso, Rui Marinho acumula troféus, abrigados na sala da casa humilde, onde ele cresceu. A mãe biológica não tinha recursos e ele foi adotado aos seis meses. “É à família, à mãe de criação, que ele dedica o carinho e as conquistas”, assinalou o repórter da TV Globo, na reportagem exibida no Jornal Nacional. "Eu acho que, quando eu voltar de lá, ela vai me ver como um outro homem, mudado, como um atleta que defendeu o Brasil, que já é formado, que já tem um emprego digno e acho que, com certeza, ela vai gostar disso", arrematou, com a humildade dos vencedores, Rui Marinho.


DESGOVERNO – As estripulias do pastor Divino
Nada mais ilustrativo do caos no qual submergiu o governo Ana Júlia Carepa que a atual situação da Escola do Governo, agora sob o comando do pastor Divino dos Santos, cuja escolaridade, ao que consta, não ultrapassa o ensino fundamental. Divino integra aquele elenco de pastores que, a pretexto de cuidar das almas do seu rebanho, em verdade prioriza as delícias da vida terrena, sobretudo na forma das benesses do poder.
A última do Divino é mandar propor aos que detêm cargos DAS.4 que troquem-no por cargos DAS.2. Desde que se mantenham exercendo as funções do DAS anteriormente ocupado, a despeito da redução da gratificação.


CELPA – Mobilização pela energia de qualidade
A quando da sua privatização, em 9 de julho de 1998, patrocinada pelo governo Almir Gabriel (PSDB), a Celpa (Centrais Elétrica do Pará), na época avaliada em R$ 804 milhões, foi adquirida pelo grupo Rede, hoje Rede Energia, por R$ 450 milhões, parte dos quais financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Sob nova direção, a empresa demitiu mais de dois mil trabalhadores, triplicou seu faturamento, aumentou a tarifa em percentuais acima da inflação e, com recursos do programa Luz para Todos, do governo federal, ampliou sua rede, incluindo novos clientes, mas nada disso impediu o sucateamento dos seus serviços.
Esta revelação figura no manifesto do Comitê pela Energia Pública de Qualidade no Pará, cujo lançamento popular está previsto para a manhã desta quinta-feira, 9, às 9 horas, em frente a Celpa, na rodovia Augusto Montenegro. O lançamento do comitê deverá ser assinalado em um ato solene, na noite de quinta-feira, a partir das 19 horas, no Sindicato dos Urbanitários do Pará, na avenida Duque de Caxias, nº 1234, no bairro do Marco. O sindicato serve de sede provisória do comitê, cujos telefones para contato são 3276-4199 e 3276-2311. O e-mail do comitê é energiadequalidade@yahoo.com.br .


CELPA – Rede pouco investiu no Pará
De acordo com a denúncia do comitê, apesar do crescente faturamento, da expansão da rede e da receita operacional bruta ter saltado de R$ 434 milhões, em 1998, para quase R$ 2 bilhões, em 2008, conforme balanço publicado em março deste ano, a empresa pouco investiu em sua rede de energia no Pará. Na contramão da lei de concessão, o grupo controlador da Celpa deixou de investir no Pará os recursos financeiros obtidos com a exploração do serviço no Estado – que se estenderá até 2028. O grupo Rede Energia preferiu investir os recursos aqui obtidos em suas empresas abrigadas em São Paulo, Mato Grosso e Tocantins.
O manifesto que divulga a instalação do Comitê pela Energia Pública de Qualidade no Pará assinala que ainda existem R$ 5589 milhões de recebíveis em mãos de outras empresas do grupo Rede Energia. A sangria só não foi maior porque em 2003 a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) proibiu a transferência de capital da Celpa para outras empresas do grupo fora da área de concessão.


CELPA – Reajustes bem acima da inflação
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), desde a privatização da Celpa, em 9 de julho de 1998, até julho de 2008, a tarifa de energia elétrica no Pará aumentou 177,34%, enquanto a inflação acumulada no período ficou em torno de 98%. Isso significa dizer que a tarifa de energia elétrica teve um aumento muito acima do reajuste do salário mínimo.
A baixa qualidade do serviço prestado pela Celpa à população do Pará foi denunciado à Aneel, em fevereiro deste ano, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia. No relatório, a secretaria sublinhou que os paraenses sofrem cinco vezes mais com interrupções no fornecimento de energia do que os consumidores do Ceará e duas vezes mais que os consumidores de Mato Grosso.


CELPA – Indicadores ilustram sucateamento
O manifesto revela ainda que, conforme os balanços da Celpa, os indicadores técnicos ilustram o sucateamento do serviço oferecido pela empresa. O número médio de horas interrompidas para cada consumidor (DEC) passou de 32,06 horas, em 2002, para 77,2 horas, em 2008. O número médio de vezes que cada que cada consumidor sofreu interrupção de energia (FEC) saltou de de 37,36 vezes, em 2002, para 51,6 vezes, em 2008. O tempo médio em que cada consumidor ficou sem energia elétrica (TMA) passou de 94 minutos, em 2002, para 317 minutos em média, em 2008. A perda de energia atingiu 21%, em 2002, e chegou a 27,3%, em 2008.
“Os números comprovam que a privatização da Celpa foi um péssimo negócio para o Estado do Pará”, assinala o manifesto. “A energia elétrica é um serviço público de fundamental importância social, não pode ser tratada com tanto descaso, pois afeta a saúde, segurança, educação e o desenvolvimento do nosso Estado”, acrescenta o manifesto, subscrito pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) até o Dieese, passando pelo PT, por um variado elenco de sindicatos, entidades populares e de parlamentares.



DESGOVERNO – O vale-tudo eleitoral da DS
A ser verdadeira a revelação do Diário do Pará, a governadora Ana Júlia Carepa perdeu toda e qualquer noção de pudor, no empenho em eleger os candidatos ungidos pela DS, a Democracia Socialista. A DS é a facção petista que comanda a máquina administrativa estadual, porque dela faz parte Ana Júlia Carepa.
Segundo o jornal do grupo de comunicação da família do ex-governador Jader Barbalho, a DS fechou parceria com a Assembléia de Deus. Em troca do apoio de pelo menos metade da igreja às candidaturas de Cláudio Alberto Castelo Branco Puty à Câmara dos Deputados e de Edilson Moura da Silva à Assembléia Legislativa, em 2010, a Assembleia de Deus ganhará vários convênios e nomeação de 80 assessores especiais indicados pelos 40 pastores liderados pelo presidente da convenção estadual, Gilberto Marques.
De acordo com a notícia, participaram da reunião na qual foi fe3chado o acordo a própria governadora Ana Júlia Carepa, o chefe da Casa

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