sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

JATENE – A realidade, após a euforia da posse

Se é possível entrever alguma coisa, a partir da cerimônia de posse do tucano Simão Jatene (foto), eleito para um novo mandato como governador do Pará, convém seguir à risca a advertência consagrada pelo provérbio chinês – espere pelo melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier. Após uma opaca passagem pelo poder, na condição de governador, em mandato que se estendeu de 2003 a 2006, Jatene volta ao Palácio dos Despachos devidamente absolvido de suas eventuais estrepolias no passado recente, diante do fiasco que foi a administração da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa. A primeira mulher eleita governadora pelo voto direto, na história do Pará, Ana Júlia parece condenada a passar para a posteridade não só por isso, mas, principalmente, por ter protagonizado uma gestão inocultavelmente caótica, absolutamente desastrosa.
Ainda assim, não é pequeno o desafio imposto a Jatene, se é realmente sincera sua determinação, trombeteada durante a campanha eleitoral e depois dela, de resgatar o Pará do imobilismo no qual submergiu, traduzido em índices africanos. Um imobilismo para o qual ironicamente, muito contribuíram as sucessivas administrações tucanas, nos 12 anos durante os quais o PSDB governou o Pará, entre 1995 e 2006. Este período corresponde aos dois mandatos consecutivos do ex-governador Almir Gabriel, eleito em 1994 e reeleito em 1998, e ao primeiro mandato de Jatene como governador, de 2002 a 2006. As circunstâncias sob as quais Jatene retorna ao Palácio dos Despachos, como seu ilustre inquilino, são abissalmente distintas daquelas do seu primeiro mandato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário