sexta-feira, 26 de março de 2010
Recebi do companheiro Antonio um comentário que me faz algumas provocações, no bom sentido, que achei interessante reproduzir aqui para que todos possam conhecer o seu teor e ao mesmo tempo entender minha avaliação sobre o que o Antonio me questiona.
O comentário foi o seguinte:
Cidade parabens pelo teu blog e suas opiniões mas sinceramente gostaria de sabe de fato o que na sua avaliação aconteçeu na SEIR tanto na estrategia politica quanto na sua estrutura funcional ?
Além disso mesmo sabendo que vc não está no governo vc e umas das pessoas mais influentes dentro do nucleo do Claúdio Puty qual é o mairo erro da sua propria tendencia no que diz respeito a tanta critica que ela sofre de outros grupos e por ultimo quem são as pessoas que fazem parte do seu grupo segundo as postagens de comentarios do blog da Edilza?
como vc avalia a releção do Claudio Puty com os secretarios MArcilio e Maurilio/ André e edilson Moura / Suely e José Julio e com a propria governadora ?
bom era isso espero que vc possa clarear as ideias.
Um forte abraço
Antonio da U.L e CNB.
Minhas observações:
Em primeiro lugar aproveito a oportunidade para agradecer suas palavras e seu interesse. Aproveitando ainda para dizer o quanto é difícil a manutenção desse espaço escrevendo sozinho, pois não tenho equipe de colaboradores ainda e minhas consultorias empresariais quase não me deixam tempo para me dedicar, mas, apesar disso, tenho feito esse esforço pois tenho me sentido bastante satisfeito quando recebo o incentivo da galera.
Ademais, acho que a blogosfera é um privilegiado canal de interação e no dia-a-dia o blog tem principalmente servido para me comunicar com companheiros do partido, embora essa não fosse a minha idéia inicial, mas, como o ano é de eleição e de certa forma, o partido tem poucos espaços de debates para aglutinar a militância, acho que esse espaço tem contribuído um pouquinho.
Vamos agora no que diz respeito especificamente ás indagações do Antonio:
Na maioria das minhas postagens tenho feito avaliações políticas que, de certa forma, já responderiam aos seus questionamentos, inclusive com autocrítica a atuação da DS e do próprio governo, mas vou tentar condensa-las aqui para que possamos abrir o debate.
Quanto a SEIR, pela sua função, julgo uma das mais importantes secretarias do governo, mas, não me julgo em condições de avaliar a sua estrutura funcional, pois tenho pouco conhecimento de como as coisas estão funcionando por lá internamente. Agora com relação á política, acho que houve um deslocamento natural para as pastas que estão mais diretamente envolvidas na campanha eleitoral, ou seja, neste período, há uma tendência de que as candidaturas acabem concentrando as atenções e dando a linha no andamento do governo, logo, como a SEIR ficou de fora desse processo, houve, em minha opinião, um esvaziamento político natural.
Quando o Antonio sugere que eu seja uma das pessoas mais influentes dentro do núcleo do Claúdio Puty, há um equívoco, talvez pelo fato de que o defendo publicamente nesse blog, mais não sou desse núcleo. Me vejo como um militante da DS que defende sim a pré-candidatura do Puty para Deputado Federal como estratégia de crescimento da tendência, porque o vejo como quadro político muito preparado. Obviamente que tenho ligações políticas com o Puty, pois já o conheço desde 1994, quando entrei na universidade e como militante do movimento estudantil, que tem inclusive a mesma formação de economista, conheço a sua história no CAECON, no DCE e no PT. Posteriormente o Puty ainda foi meu orientador da monografia de pós graduação, aumentando minha admiração, também por conta de sua capacidade intelectual.
Quanto ao meu grupo, é a DS, todas as pessoas com que eu converso sobre política são da DS e meus movimentos políticos são todos dados internamente. Antes, eu era visto como o “grupo” da SEIR, mas já não estou mais lá, então é o seguinte, se eu tiver que ser enquadrado em algum grupo, seria o grupo do Puty.
Com relação ao nosso maior erro, enquanto DS, é claro que foi não ter aumentado nossa importância na direção do PT, disputamos os dois últimos PED já como governo e não ampliamos. Esse foi nosso maior erro.
As críticas que sofremos são fruto da distorção de termos a maior liderança política do estado, que é a governadora Ana Júlia, mas não temos a maior liderança partidária. Veja o exemplo do presidente Lula, que ocupa as duas funções a nível nacional no PT, não é questionado. Isso se dá porque a tendência do Lula domina o partido e, por conseguinte, o governo. Ou seja, graças a um sistema eleitoral que elege pessoas e não partido, a DS tem domínio sobre o governo, mas não o tem sobre o partido.
Em minha avaliação, a grita das outras tendências com a DS se dá pelo entendimento que elas possuem de que a DS tenha, no governo, um tamanho maior do que deveria, distorcendo a relação partidária. Isso até poderia ser verdadeiro se algumas das secretarias credenciadas à DS, de fato fossem da DS. O que muita gente não faz, em minha avaliação, é a distinção entre as secretarias ditas técnicas e as outras secretarias.
Isso é importante, porque se formos realmente fazer um balanço político, muitas das secretarias que são credenciadas à DS, não fizeram nenhum movimento político que interferiu, de alguma forma, na relação interna do PT. Ademais, considerando que o CNB possui hoje, Casa Civil, SEDUC, SESPA, SAGRI, SETRANS, EMATER e SETER, façam as contas e vejam se essas estruturas não concentram pelo menos uns 70% das ações do governo? Sem falar das estruturas federais.
Para finalizar, também já disse isso aqui no blog numa postagem sobre os desafios da DS, pra mim, os problemas de organização da DS são fruto da falta de mandatos parlamentares que aglutinem seus movimentos, não se organiza uma estrutura política a partir de um governo, pois os interesses acabam se sobressaindo à política. Nesse sentido, na falta de uma hierarquia de comando bem visível, é natural que todos possam se postular à direção a tendência.
Sinceramente, acho que isso acabou ocorrendo, temos o governo, bons quadros políticos, mas não temos mandatos, por conta disso, naturalmente os movimentos e militantes da tendência foram se agrupando em torno das estruturas que possuímos. Por isso é tão importante para nós construirmos os nossos mandatos. Acredito que, assim como acontece no PT, a tendência agora é de haver uma acomodação dos grupos da DS e que, sob a liderança de Ana Júlia, vamos partir unificados para a luta e avançar com os governos populares no Brasil e no Pará.
Um abraço companheirada !!
http://vicentecidade21.blogspot.com/
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