quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aécio admite que Serra tem mais chances do que ele

03/06/2009


O governador tucano de Minas, Aécio Neves, tirou a quarta-feira (3) para desfilar sob os holofotes de Brasília.

Falou à TV Brasil e discursou num encontro de mulheres tucanas. Na entrevista, reconciliou-se com o óbvio:

“A probabilidade de o [José] Serra ser candidato [à presidência pelo PSDB] hoje é maior do que a de eu ser candidato”.

Voltou a defender as prévias tucanas. Vencida essa etapa, deu a entender que não vai conspirar pela divisão partidária:

“Vou apoiar o candidato que as bases do meu partido escolher. Se o Serra for candidato, serei o mais dedicado soldado do partido”.

Estimou que Dilma Rousseff, a presidenciável de Lula, ainda não adicionou aos seus índices de pesquisa todo o prestígio que herdará do presidente:

“Nas pesquisas, acho que ela ainda não atingiu o patamar mínimo que um candidato com apoio do presidente pode atingir. Esse mínimo é de 30%...”

“...Ela chegará a isso no final deste ano. A partir daí, a luta é outra. O poder de influência do presidente diminui muito e passa a contar apenas a imagem da candidata”.

Acha que falta ao tucanato um projeto alternativo ao de Lula. “Vamos eleger três ou quatro bandeiras e, a partir daí, definir qual é o melhor candidato”.Repisou uma tecla que vem pressionando reiteradas vezes: a gestão Lula é a continuidade do governo FHC.

Disse que o PSDB cometerá grave erro se levar ao palanque de 2010 uma campanha centrada na "desconstrução" da imagem de Lula. “A gestão do governo federal tem falhas enormes. O diferencial que o governo tem se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é mais que um político...”

“...Se soubermos equilibrar os nossos erros e fragilidades teremos chance. E aí, a certeza do retorno dele [Lula] em 2014 pode ficar um pouco mais complicada”.

No encontro de mulheres, uma homenagem do PSDB à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, Aécio como que cobrou de seu partido a definição da agenda eleitoral.

Uma agenda que, na sua opinião, deve apontar para o "pós-governo Lula". “Teremos o que mostrar e comparar com aquilo que foi feito até agora”.

De resto, realçou a suposta unidade que o une ao rival: “Serra, que não pode vir aqui hoje, pediu para eu fazer das palavras dele as minhas...”

“...Ninguém quebrará a unidade do país por vontade pública".

O tempo passa, o tempo voa e o tucanato roda na cena pública como parafuso espanado.

Não consegue levar à balança meio quilo de idéias que possam ser entendidas como um projeto alternativo de país.

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