sábado, 13 de junho de 2009

Inimigos da Amazônia
Segundo matéria de Fábio Góis para o Congresso em Foco, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, entidade que agrega mais de 600 organizações, realizou a primeira versão do prêmio Amigos e Inimigos da Amazônia.Entre os inimigos locais, pontificam dois paroaras:Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA)• Autor do projeto de lei que permite plantar dendê na reserva legal em imóveis da Amazônia e defensor da revogação do Código Florestal;• Defensor veemente da MP 458, votou a favor em sua íntegra, defendendo a regularização para empresas e ocupantes indiretos, com a alegação de que “não serve para nada separar o joio do trigo”.Deputado Asdrúbal Bentes (PMDB/PA)• Foi o relator da MP 458 na Câmara dos Deputados, onde conseguiu, com seu relatório, piorar uma medida que já era ruim e direcioná-la efetivamente para beneficiar apenas os grandes ocupantes ilegais de terras públicas.Entre os amigos locais, um senador.Senador José Nery (PSOL/PA)• Votou contrariamente à MP 458 e lutou pela sua não aprovação por estar convicto de que ela é um retrocesso na democratização do direito à terra na Amazônia;• Votou contrariamente à MP 452.
Alepa, TCE e Base Aliada
Por Humberto Lopes (*)Cláudio Puty tem a chance de surpreender de forma positiva pela segunda vez, depois de tanto resultado negativo. O uso dos termos positivo ou negativo não significa agrado ou desagrado do autor com o resultado das ações, e sim o saldo final comparado à intenção inicial.O Chefe da Casa Civil chegou nesse final de semana à Conferencia de sua tendencia com 15% dos delegados, com um monte de gente querendo colocar tachinha em sua cadeira e estando supostamente isolado. Saiu de lá com metade dos membros do GT e com cerca de 1/3 dos Coordenadores Regionais. Houve muitos risos, tapinhas nas costas e destravamento de dificuldades. Mas nada disse teria sido possível se seus adversários internos não tivessem um olho nas estruturas de poder do Governo. E assim la DS va: Puty finge que perdeu, os outros pensam que ganharam e todos ficam felizes.Mas onde o Chefe da Casa Civil vai ter que demonstrar que seu inferno astral - no qual se arrasta há mais de um ano - de fato acabou é na Assembleia. Na eleição de Conselheiro ao Tribunal de Contas do Estado, onde se apresentam quatro candidatos. Em setembro passado, engendrando uma sucessão de erros táticos, permitiu que César Colares (PSDB) fosse eleito Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios.O primeiro erro tático foi se imiscuir abertamente na disputa de uma vaga que era prerrogativa da Assembléia preencher. O segundo erro foi tratar César Colares como parlamentar de oposição. Apesar de ser do PSDB, César sempre foi parceiro do Governo. A eleição de Colares ao TCM deixou como saldo uma profunda brecha entre o Governo e o G-8. De quebra, trouxe à Assembléia um legitimo oposicionista: o Deputado Bira Rodrigues (PSDB).Mas isso é passado. Para a disputa em curso se apresentam como candidatos: Luiz Cunha, PDT/PT; Carmona, PMDB; André Dias, PSDB e Junior Hage, PR. Do ponto de vista estritamente do interesse do Governo, não será nenhum drama se, ao invés de Luiz Cunha, Carmona ganhar a vaga. Afinal, qualquer um deles seria substituído por um governista: Pio X, presidente da ASIPAG. A suplente de Júnior Hage é Suzana Lobão, que continua pontificando na política de Augusto Correa e tem proximidade ao Vice-Prefeito de Belém, Anivaldo Vale. Já a suplente de André Dias, Elza Miranda, até recentemente estava – digamos assim – em retiro espiritual nos garimpos de Marabá. Internamente ao PSDB é jatenista.Eu aposto hoje numa polarização Luiz Cunha X André Dias. Luiz além do apoio do Governo tem seu trunfo maior na simpatia entre os pares. Deputado assíduo, não consegue guardar magoa de ninguém e nem conheço ninguém que lhe faça restrições pessoais. Não vejo o PMDB quebrando lanças por Carmona. Ele é considerado um estranho no ninho do Partido. Embaraçou a estratégia partidária – de aprofundar o isolamento do Governo Ana Júlia - ao indicar o sobrinho para a direção do DETRAN após a saída de Livio Assis. Por fim, quase atrapalha a eleição de Domingos Juvenil para a Mesa da ALEPA, hora cabalando votos para si nos bastidores, hora brandindo uma ata de uma reunião qualquer onde o PMDB firma compromisso com ele. Para o PMDB seria um alivio livrar-se do deputado, mas não cabe em sua estratégia - dificultar a vida do Governo - perder um voto – apesar de tudo – manobrável para entregar a um fiel Pio X.Junior Hage carrega o peso do nome. A família Hage é vista como uma dinastia ávida de poder na região da Calha Norte/Baixo Amazonas. Esse pedaço do Estado, com 12 municípios, elegeu, além de Junior, seis deputados em quatro legendas. Eles temem que a familia coloque Gandor Hage Neto – tido como mais agressivo em termos de estratégia eleitoral e na convivência pessoal – na disputa por uma vaga na ALEPA em 2010. Os lideres do G-8 sabem das restrições a Junior Hage e o grupo tem deputados com melhor trânsito, como João Salame e Ana Cunha. Até onde vai à candidatura de Júnior? Ao plenário para negociar o segundo turno?Especulando o futuro, pensando que todos os atores vão tentar maximizar seus resultados, podemos prever o seguinte:a) PMDB vai tentar mais uma vez derrotar o governo. Vai então reforçar Andre Dias;b) O governo não quer perder de novo. Vai dar espaço ao PTB, efetivando pelo menos dois terços dos acordos que vêm sendo costurados desde março;c) Considerando o clima de plenário, o perfil de cada deputado, as relações pessoais e os interesses em jogo, arrisco que se a eleição fosse hoje, teria o seguinte resultado:Primeiro turno:André Dias: 18 Luiz Cunha: 14Junior Hage: 08Carmona: 01Segundo turno:Andre Dias: 21Luiz Cunha: 20Aliás, há espaços para “surpresas” nesse resultado. Por exemplo contabilizei o Carmona como voto em segundo turno no André. Mas será que, a exemplo de setembro, ele não votaria em Luiz para aumentar a bancada evangélica na ALEPA? O deputado Luiz Cunha não merece mais essa derrota. No entanto a Assembleia não é o pátio da Computer Store, nem seu plenário a Conferencia da Democracia Socialista. Apesar das negociações serem simples, elas precisam ser efetivadas. Nesse momento, a disputa é realmente entre situação e oposição. O inimigo é real, não a miragem de nove meses atrás.(*) Humberto Lopes é mestrando do Programa de Ciência Política da UFPA.

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