quinta-feira, 4 de junho de 2009

PERERECA DA HORA!!!!

Racha entre Couto e Jatene ameaça PSDB ( I)
I
Sem rumo e sem dinheiro, após a derrota nas eleições de 2006, o PSDB corre o risco de chegar aos pedaços, nas eleições do ano que vem.
A temperatura da disputa interna que agita os tucanos pôde ser medida num almoço, no último sábado, na casa do senador Mário Couto, no Residencial Parque Verde.
Nele, Couto deixou claro que não arreda pé de sua candidatura ao Governo do Estado. E teria acusado de traição, com todas as letras, ao ex-governador Simão Jatene – o outro candidato que disputa a indicação tucana ao Palácio dos Despachos.
Na sua versão para o fracasso de 2006, que contou nos mínimos detalhes, o senador teria afirmado que Jatene traiu a ele, Mário Couto, e a Almir Gabriel, o candidato derrotado pela petista Ana Júlia Carepa.
E teria revelado, inclusive, um acordo de bastidores, no qual ele, Couto, seria o candidato do PSDB, nas eleições de 2010, caso Almir tivesse conseguido se eleger.
O senador também teria puxado do bolso do colete uma pesquisa de intenções de votos em que aparece como o vitorioso do próximo pleito.
Na pesquisa, não há, sintomaticamente, menção a Simão Jatene; os possíveis concorrentes são, apenas, a governadora Ana Júlia, pelo PT, e o ex-deputado federal José Priante, pelo PMDB.
Couto venceria “de lavagem” em todo o interior. Só perderia na capital, por 36% a 26%, para José Priante. Ana ficaria em terceiro, em Belém, com esquálidos 13%.
A pesquisa foi exibida num telão, no auditório da casa do senador. O almoço durou umas cinco horas, das 11 às 16.
Reuniu duzentas lideranças políticas de diversos partidos, entre prefeitos (30), vice-prefeitos e vereadores.
Mas, os “generais” foram parcos: apenas o senador Flexa Ribeiro, presidente regional do PSDB; o deputado federal Nilson Pinto e a ex-primeira dama Socorro Gabriel, representando o ex-governador Almir Gabriel.
“Foi constrangedor”, disse um participante do encontro, espantado diante do nível a que chegou a disputa interna entre os tucanos. Outro chamou a atenção para a situação do também senador Flexa Ribeiro: “ele está numa situação muito delicada. Como presidente do partido, tem de ouvir todo mundo e não pode tomar o partido de ninguém”.
O almoço (um bufê que oferecia de filé a vatapá) seria, na verdade, a “entrada” ao prato principal: o casamento de Mário Couto, agora em junho, em Belém.
Nos bastidores políticos, as apostas são de que Couto transformará o casório num evento político, possivelmente com o lançamento de sua pré-candidatura ao Governo Estadual.
O “casamento do ano”, é claro, deverá contar com a presença de Almir Gabriel, hoje, arquiinimigo de Simão Jatene.
II
Não se sabe como Jatene reagirá à agressividade de Mário Couto.
Para alguns, Jatene estaria disposto a “bater chapa” na convenção que escolherá o candidato do PSDB.
Mas, quem conhece de perto o ex-governador acredita que ele jamais entrará “em bola dividida”.
Aliás, Jatene já teria até cogitado, a pessoas muito próximas, a possibilidade de se filiar ao PMDB, para disputar o Governo pela legenda.
Tudo devido à crescente irritação com a postura de Almir, o principal avalista de Mário Couto.
No entanto, pensam alguns, o problema é que Jatene seria, hoje, o principal adversário dele mesmo.
Com um proverbial apreço pela pescaria e o violão, Jatene nunca foi muito afeito ao trabalho estafante e aos cabos-de-guerra intrapartidários.
Mesmo a sua candidatura, em 2002, foi um parto a fórceps.
Primeiro porque não aceitava ser visto como um simples postulante à candidatura ao Governo, embora que apoiado pelo então governador, Almir Gabriel.
Queria ser, antes, uma espécie de “Ungido”, um consenso “natural” inter pares...
Além disso, relutava em trocar os finais de semana, em algum lugar paradisíaco, pela estafante maratona de viagens interioranas.
Por isso, teve de ser praticamente “carregado nas costas”, ao longo de toda a campanha, por Almir Gabriel.
Essa postura de Jatene se estendeu aos quatro anos de sua administração – cujos finais de semana, aliás, se tornaram comentadíssimos nas cortes palacianas...
Daí a dúvida: sem Almir, com os cofres vazios e um partido dividido – quer dizer, num quadro inverso ao de 2002 – teria Jatene capacidade de se levantar do fundo de sua rede “macunaímica”, para, afinal, disputar a indicação e a eleição ao Governo do Estado?
Ou Jatene se encolherá em seu canto, pelo terror que parece sentir em relação a qualquer disputa?
III
É possível que, já a partir deste Verão, o PT inunde o estado com obras, numa cartilha bem semelhante a dos governos anteriores, que sempre deixaram as realizações para as proximidades do período eleitoral, tendo em vista a efêmera memória do eleitor.
É possível, também, que se derrame mais e mais dinheiro em propaganda, a partir do próximo semestre - um “modelito básico”, também semelhante aos anteriores.
Tudo temperado pelo quadro nacional, que pode, talvez, até trazer de volta um “sopro vermelho” sobre o País.
Daí que, apesar do desgaste, não dá para falar em “derrota certa” do PT, nas eleições ao Governo do Estado.
Até porque não há derrota ou vitória “certa” numa eleição.
Certo, mesmo, é que a desagregação tucana poderá facilitar, e muito, a reeleição petista.
E nesse sentido tem sido devastadora a ação do ex-governador Almir Gabriel.
Birrento e autoritário – características que parecem acentuadas pela idade - Almir estaria, hoje, exclusivamente movido pelo ódio a Jatene, com quem foi “unha e carne” ao longo de trinta anos, desde os tempos da Prefeitura de Belém.
O velho cacique tucano teria metido na cabeça que Jatene foi o principal responsável pela derrota de 2006.
Uma leitura, afinal, condizente com o perfil de Almir.
Mas que não encontra amparo numa análise fria daquele pleito, na qual quem emerge como o grande artífice da derrota tucana é, na verdade, o próprio Almir Gabriel.
Primeiro, por vetar qualquer possibilidade de acordo com a máquina de votos que é o PMDB.
Segundo, por insistir numa empreitada muito superior ao que lhe permitiria a idade avançada.
É certo que Jatene também colaborou para isso, com o seu espírito “tímido”, digamos assim, que não lhe permitiu a necessária firmeza para garantir a candidatura à reeleição.
Ontem, como pode ocorrer também agora, Jatene não quis entrar em “bola dividida”.
Em outras palavras, simplesmente “amarelou” diante da possibilidade de bater chapa com Almir, o que teria, certamente, resultados imprevisíveis para a unidade partidária. Mas, possivelmente, não tão desastrosos como aqueles que acabaram se configurando.
Mesmo assim, não há quem duvide de que foi Almir a cavar a própria sepultura.
Devido à megalomania de acreditar-se acima até mesmo desse inexorável general que é o Tempo.
Devido à proverbial arrogância que não lhe permitiu pendurar as chuteiras no momento certo, após dois mandatos de governador, profícuos em realizações.
E devido, também, a essa mania de fazer política de perseguição e de ódio, em relação aos eventuais adversários.
Não se descarta a possibilidade de que Jatene, nas eleições de 2006, tenha “jogado”, de fato, para derrotar Almir – especialmente se for verdadeiro esse acordo de bastidores, para a candidatura de Mário Couto, em 2010.
Talvez por uma questão mais política, tendo em vista o retrocesso que Almir representaria para o estado do Pará, devido a essa notória incapacidade de conviver com o contraditório.
Ou, talvez, por uma questão bem humana, bem pragmática: o ganho político intrapartidário de Jatene e de seu grupo, a partir da derrota de Almir.
Nada disso, porém, justifica a ação nociva de Almir, que parece preferir até a derrota do PSDB, desde que isso signifique o enterro da carreira de Jatene.
É como se pretendesse arrastar o ex-amigo para o túmulo.
Como espécie de bode expiatório aos próprios erros.
Inclusive, aqueles que resultaram na prisão de seu filho, Marcelo Gabriel.
IV
Mário Couto, que pleiteia a indicação tucana ao Governo do Estado, sempre foi um político complexo.
Sua principal qualidade é a determinação, para a conquista daquilo a que julga ter direito.
De resto, sempre passou aos agentes políticos a imagem de um amontoado de bazófias.
Ao longo de vários mandatos na Assembléia Legislativa, Couto protagonizou cenas deprimentes, por vezes, quase chegando ao pugilato.
Na Presidência da Casa, celebrizou-se por contratações milionárias, ainda hoje não devidamente esmiuçadas.
Uma performance política em tudo compatível com a trajetória do cidadão Mário Couto, suspeito, na juventude, de envolvimento em diversos ilícitos.
O hoje senador é, portanto, um imenso telhado de vidro. Tanto mais frágil diante do aperto do Judiciário e do olhar cada vez menos tolerante da sociedade.
Além disso, é improvável que as suas bravatas folclóricas possam surtir bom efeito, num debate televisivo.
É difícil que os eleitores engulam as grosserias que, certamente, “produzirá” contra a governadora – quer se goste ou não, mulher e carismática.
Daí a conclusão de que Mário Couto é o adversário dos sonhos do PT.
Porque é o oposto do frio e educado Jatene, com o seu raciocínio rápido e extraordinário domínio da máquina pública.
Couto terá vários e bons flancos para o ataque petista, especialmente numa campanha ao Executivo, na qual os pesos e as medidas do eleitor são muitíssimo diferentes daqueles usados nas eleições ao Legislativo.
V
O apetite de Mário Couto, o ódio de Almir Gabriel e a “timidez” de Jatene deixarão marcas profundas no PSDB, qualquer que seja a decisão dos convencionais, no ano que vem.
Até porque essa é a primeira grande divisão, de fato, na história dos tucanos paraenses.
E, ao contrário dos embates que sacudiram o PT, em 2006, aqui não se trata de nobres diferenças estratégicas à conquista do Poder.
O que há, no PSDB, é um amontoado de quizílias, em torno de ambições e fantasias pessoais.
É o velho líder que se transformou em alma penada, para escapar à responsabilidade de seus atos – mais ou menos como o “Maktub” que respondia, quando lhe indagavam acerca do massacre de Eldorado dos Carajás.
É o sujeito que representa o fundo do poço, em termos éticos, do PSDB no Pará. Mas que não se detém diante de coisa alguma. Até por imaginar o Estado, talvez, como simples banca a dominar.
É o cidadão que treme de medo, de ansiedade, cada vez que tem de se submeter a alguma prova. Como se a possibilidade de derrota não fosse coisa a lidar, todos os dias, ao longo da vida.
Os três, igualmente se lixando para o PSDB, desde sempre uma estrutura política fragilizada, porque sem massa, sem raízes nos movimentos sociais e que, por isso mesmo, demonstra enorme dificuldade em sobreviver longe do Poder.
Os três, por suas ações ou omissões, a engendrarem, talvez, mais uma acachapante derrota dos tucanos, no Pará.



Direto do Plenário: STF mantém
Maria do Carmo em Santarém Por maioria de votos (6 a 4), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (4), que a promotora de Justiça licenciada Maria do Carmo Martins Lima pode exercer o cargo de prefeita de Santarém, no Pará, mesmo diante de determinação constitucional que veda o exercício de atividade político-partidária por integrante do Ministério Público. Para seis ministros, Maria do Carmo tinha direito a se recandidatar ao cargo no pleito de 2008, já que havia sido prefeita da cidade nos quatro anos anteriores. Votaram assim os ministros Eros Grau, Marco Aurélio, Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Maria do Carmo teve seu registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa Corte entendeu que ela não poderia participar das eleições de outubro de 2005 diante da entrada em vigor da Emenda Constitucional 45, em 30 de dezembro de 2004, que incluiu na Constituição Federal dispositivo que veda o exercício de atividade político-partidária por integrante do Ministério Público (artigo 128, inciso II, alínea ´e`). Quatro ministros concordaram com o posicionamento do TSE e foram contra a reeleição da promotora licenciada diante da vedação constitucional criada em 2004. Esse foi o entendimento da ministra Ellen Gracie e dos ministros Cezar Peluso, Joaquim Barbosa e Celso de Mello. Maria do Carmo contestou a decisão do TSE por meio de um Recurso Extraordinário (RE 597994). Nesta tarde, esse recurso foi provido. (http://www.blogdobordalo.com/)



Walter
Walter Bandeira(31/08/1941 – 02/06/2009)
Que posso dizer de uma estrela?
Que palavra traduz, de fato, a grandiosidade de uma estrela?
A luz que nos incendeia.
A magia que nos faz flutuar...
Que posso dizer de uma voz que desperta todas as vivências...
E todos os desejos que escondemos nas profundezas de nós...
Que dizer do delírio a que conduz essa voz?
Como o pastor que conduz o rebanho.
Como a força que impele a viajar e viajar e viajar...
Que dizer de um ser de luz?
Que nos faz rir, que nos faz chorar...
Que nos faz SER!... Simplesmente, ser...
Essa coisa da qual nos esquecemos todos os dias.
Como se à vida fosse preciso esquecer a capacidade de se dar.
A possibilidade de abrir as nossas imensas asas de luz, para incendiar todo o universo ao redor...
Walter Bandeira, assim como todos os artistas, era um espelho a refletir a Humanidade em nós...
A luz dele como que resgatava a nossa própria luz.
Bem pouco o conheci como indivíduo, embora nos tenhamos cruzado, muitas vezes, nas esquinas da boemia.
Mas ficou-me o vozeirão inconfundível, o bom humor; a vida contagiante, a luz de seu olhar.
Por isso, hoje de manhã, pensei em escrever que quando morre uma estrela, morre, também, uma parte do Universo.
Mas aí pensei que isso não seria exato.
Porque as estrelas nunca morrem!...
As estrelas jamais se apagam...
As estrelas, como Walter, brilham para todo o sempre dentro de nós...

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